Bendito seja o barracão da Mocidade, local onde os trabalhos seguem firme em busca do bicampeonato para a escola de Padre Miguel. Depois do sucesso com Marrocos, a agremiação apostou suas fichas em um país asiático: a Índia. E no que depender do carnavalesco Alexandre Louzada, a Índia que passará pela Avenida terá duas de suas principais características: luxo e requinte.
Fiquei chateado, saí da sala irritado, mas sentei e me deu um ‘insight’ de um caminho interessante.
Com o enredo “Namastê… a estrela que habita em mim, saúda a que existe em você”, a Mocidade será a última a desfilar no domingo de Carnaval. Mas toda a felicidade que também habita na escola pelo campeonato, samba e perspectiva de bom desfile não pegou o carnavalesco de início. Alexandre revelou que, no começo, não havia gostado da ideia do enredo, mas, posteriormente, se deixou encantar.
“Na verdade, a ideia original não partiu de dentro da escola. Tivemos uma possibilidade de patrocínio a partir de uma ideia e nós desenvolvemos a ideia da nossa maneira. Inicialmente, fiquei chateado, saí da sala irritado, mas sentei e me deu um ”insight” de um caminho interessante. Voltei e discursei de uma maneira que agradou e depois começamos a pensar melhor. Chamei o Fábio Fabato para me ajudar, ele teve uma contribuição sensacional e chegamos até a ideia final. A sinopse ficou perfeita!”, contou o carnavalesco.
O casamento entre Índia, Mocidade e Alexandre Louzada tem tudo para dar certo. Isso porque o país homenageado traz o luxo como uma de suas marcas, característica que o carnavalesco gosta de usar. “O enredo nos permite isso. Acho que teremos mais o luxo, o requinte, o uso de materiais que são a minha cara. O gigantismo nem tanto. Não é um Carnaval que nos dê essa característica de forma tão forte”.
Acho que teremos mais o luxo, o requinte, o uso de materiais que são a minha cara.
Mas como conseguir o luxo e o requinte num ano de crise? Louzada teve que sair do comum e buscar estratégias para driblar as dificuldades financeiras e o atraso nos trabalhos gerado pela interdição dos barracões. Segundo ele, o jeito foi reaproveitar alguns materiais e buscar fornecedores mais em conta.
“Há materiais reaproveitados e mais baratos sim. Mas o principal é partir de um projeto que esteja dentro daquilo que a escola pode executar. Não tem um plano B, porque o plano A já é muito bem adaptado, como foi no ano passado. A escola tem buscado outras opções de fornecedores fora do Rio de Janeiro que possam baratear o Carnaval, mas sem perder o efeito idealizado. Em 2017 acho que foi aprovado.”
1º SETOR: Eram os deuses abre-alas…
A Mocidade iniciará o desfile com as bênçãos dos deuses da Índia, que dão o aval para um casamento entre o país e o Brasil. “A gente começa com o ‘casamento’ da Índia com o Brasil. Teremos uma abertura requintada para casar duas culturas que derivam do céu”, contou Louzada.
2º SETOR: Segredos de uma ‘Índia’ com bons selvagens
No segundo setor, será feita a primeira relação entre os países. Os portugueses saíram nas caravelas com destino às Índias, mas aportaram no Brasil, local onde também havia ‘índias’. “A Índia tem a ver com o Brasil desde o descobrimento, desde a busca do Caminho das Índias”, explicou o carnavalesco.
3º SETOR: Colônia lusitana com fragrância asiática
Posteriormente, serão lembrados os utensílios que vieram da Índia e fizeram sucesso no Brasil. “Passamos também pela vitória-régia, que é bem parecida com a flor de lótus. A cana de açúcar, que veio da Índia. A chita, que vestiu os escravos. A seda, que vestiu as sinhás. O sândalo, que perfumou a corte. Os leques, a aguardente derivada da cana. Tudo esteve aqui desde os primeiros momentos de nossa história”, afirmou Alexandre.
4º SETOR: Identidade e poesia em mesa farta
As especiarias que eram o desejo dos portugueses e da Europa, na época das Grandes Navegações, serão tratadas no quarto setor. Quando elas enfim chegaram ao Brasil, deram o toque especial no paladar e na culinária. “Em seguida, vamos abordar as especiarias e, a partir daí, o desenvolvimento da culinária brasileira”, disse o carnavalesco.
5º SETOR: Nosso boi brasileirinho
Na quinta parte do desfile, a Mocidade mostrará o boi indiano, sagrado, e o boi brasileiro, profano. “Depois vamos para a cultura do boi, que é sagrada para eles e para nós é profana”, revelou Louzada.
6º SETOR: Gandhi e os mensageiros da paz
Ao final do desfile, haverá a famosa festa Holi e as homenagens aos pacifistas que deixaram mensagens de paz e tolerância para os dois países. “No fim, haverá o congraçamento entre as duas culturas. Na mesma época do Carnaval, na Índia acontece o Festival Holi, que é uma celebração muito parecida com a nossa festa. Faremos uma homenagem a todos os pacifistas que pregaram a inclusão e a tolerância nas duas nações: Gandhi, Chico Xavier, Betinho, Madre Tereza, Mãe Menininha, Irmã Dulce e outros”, contou Alexandre.
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