Barracões SRzd: Inocentes reaproveita estruturas e aposta em pintura para falar de Magé

Grande escultura é preparada no barracão da Inocentes. Foto: João Carlos Martins.

Os 452 anos de Magé serão comemorados pela Inocentes de Belford Roxo no sábado de Carnaval da Série A com o enredo “Mojú, Magé, Mojubá – Sinfonias e batuques”. Faltando pouco mais de 20 dias para o desfile, o barracão da escola segue os trabalhos e foca em duas estratégias para caprichar na homenagem ao município: reaproveitamento de estruturas e pintura de arte.

Escultura de alegoria da Inocentes. Foto: João Carlos Martins.

O carnavalesco Wagner Gonçalves recebeu a equipe do SRzd e falou sobre como andam os preparativos. Segundo ele, a escolha por homenagear Magé foi da diretoria. “O enredo partiu da diretoria, a ideia de falar sobre o município de Magé, que vai completar 452 anos. Mas tanto o município, quanto a escola me deu liberdade de nortear o caminho que eu quisesse”.

Em meio a crise financeira e sem recursos, a saída que a Inocentes encontrou foi a criatividade. O carnavalesco acredita que o desfile funcionará na avenida e aposta num visual moderno e contemporâneo.

“A gente tá muito preocupado com essa questão financeira para o projeto não cair. Mas vamos ter boas coisas sim, estamos investindo muito em criatividade. Vai ser um Carnaval que sai daqui de um jeito, se concentra de outro e se apresenta na avenida de outra forma. A gente vai guardar truque que só vai funcionar lá. Bem Carnaval moderno e contemporâneo”.

Pintura de arte realizada pela escola. Foto: João Carlos Martins.

De que forma é desenvolvido o enredo sobre Magé?

“A gente trabalha com um Carnaval diferenciado. É uma narrativa completamente contemporânea, um recorte atemporal. Não é aquela coisa linear: ‘surgiu em tal ano, foi evoluindo e chegou aos dias atuais’. Fica muito previsível. O trabalho do artista é subverter e pensar de uma forma que ninguém está pensando”, afirmou Wagner.

O trabalho do artista é subverter e pensar de uma forma que ninguém está pensando.

O carnavalesco preferiu não setorizar a escola, mas explicou como se dará o desenvolvimento do tema. Será a história de Magé contada por Heitor de Prazeres. Além disso, Wagner optou por fazer uma relação entre a cidade e o Brasil. Africanidade, festas religiosas, tribos indígenas, Revolta Armada e Mané Garrincha serão alguns dos pontos do desfile.

“É um enredo muito simples. A gente foi lá em Magé e descobriu que é um município muito rico e fez uma metonímia do Brasil. Pontuamos o que tinha de interessante e o que seria relevante para a história do nosso país. É a parte pelo todo. Magé representa o Brasil. Já sinfonias e batuques é inspirado no trabalho de um outro artista, que vai falar sobre essa coisa nossa de composição cultural e musical e como que isso vai se desenvolvendo ao longo dos anos. Então, você pega Magé e conta pela ótica de um artista, que no nosso caso específico é pelo olhar do Heitor de Prazeres, que teve uma relação com o município. Assim, você já cria um enredo muito mais criativo”.

Como a Inocentes vem em termos de alegoria e fantasia?

Trabalho no barracão da Inocentes segue a todo vapor. Foto: João Carlos Martins.

A representante de Belford Roxo utiliza duas estratégias para driblar a crise e terminar de forma satisfatória o Carnaval. Uma delas é o reaproveitamento de estruturas. Wagner contou que o modelo das alegorias será bem semelhante ao desfile passado, mas os carros se tornaram ainda maiores pelo alongamento que realizaram em cima do que já havia.

“A minha estratégia aqui foi reaproveitar. A gente reaproveitou muito. Criou em cima do que já tinha pra dar mais volume. A gente alongou, cresceu os carros, mas em cima do que já tinha de estrutura. É claro que a gente tá rateando pela questão orçamentaria, mas damos um jeito. Por exemplo, a gente tem que pensar nos efeitos que quer e no material alternativo para utilizar, e é aí que entra o trabalho de campo que você faz diariamente”.

Não precisa tanto de decoração, como espelho e placa, que são coisas que encarecem o Carnaval.

A outra saída encontrada pela escola foi a utilização da pintura, que em muitas vezes substituirá a decoração em carros e fantasias. O carnavalesco também aposta na combinação do trabalho de arte com a iluminação e confia num belo Carnaval da agremiação da baixada fluminense.

“Eu particularmente vou investir mais em pintura, um trabalho mais de arte. No enredo, eu tenho passagem por parte do Brasil, passagem pela religião, passagem pela natureza. Então, vamos investir mais em pintura e iluminação. Não precisa tanto de decoração, como espelho e placa, que são coisas que encarecem o Carnaval. É um Carnaval mais conceitual e artístico. Que é mais difícil, mas dá um resultado financeiramente melhor”, contou Wagner Gonçalves.

*colaboração de Vinicius Albudane.

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