Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘007 – Sem Tempo Para Morrer’ e ‘Velozes e Furiosos 9’ são adiados novamente

Produzido e estrelado por Vin Diesel, “Velozes e Furiosos 9” é uma das apostas de recuperação para a indústria (Foto: Divulgação).

A Universal Pictures anunciou na última sexta-feira, dia 02, novo adiamento de “Velozes & Furiosos 9” (F9 – 2021) e “007 – Sem Tempo Para Morrer” (No Time to Die – 2021) em decorrência da pandemia do novo coronavírus, que ainda não está sob controle.

 

Dirigido por Cary Joji Fukunaga, o 25o filme da franquia “007” estava agendado para novembro, mas teve seu lançamento postergado para 02 de abril de 2021, segundo a Variety, data outrora reservada para “Velozes & Furiosos 9”, de Justin Lin, que, agora, tem estreia prevista para 28 de maio do mesmo ano.

 

A decisão da Universal em adiar a estreia de “007 – Sem Tempo Para Morrer” para o próximo ano pegou os exibidores de surpresa, gerando diversas reclamações, pois as salas de exibição precisam de títulos de grande apelo popular para amenizar o prejuízo causado pela Covid-19. Na verdade, isto já era esperado, uma vez que inúmeros longas-metragens que figuravam entre os mais aguardados de 2020 foram empurrados para 2021, bagunçando todo o cronograma dos estúdios. John Fithian, presidente da National Association of Theatre Owners (NATO), atribui o adiamento de “007 – Sem Tempo Para Morrer” à determinação do governador de Nova York, Andrew Cuomo, de manter fechados todos os cinemas do estado, que é um dos mais importantes para o mercado americano.

 

“007 – Sem Tempo Para Morrer” é estrelado por Daniel Craig (Foto: Divulgação).

“A franquia James Bond é muito importante para os exibidores, por isso ficamos desapontados com a mudança. O fracasso do governador Cuomo em permitir que as salas de cinema reabrissem em qualquer lugar de seu estado foi a principal, senão exclusiva, causa da mudança de Bond. Se Nova York permanecer fechada para operações nos cinemas, outros filmes programados para 2020 também serão transferidos”, afirmou Fithian à Variety no último domingo, dia 04, completando: “Nova York é uma importante fonte de bilheteria, mas também desempenha um papel extremamente importante na formação da cultura. Muitos analistas importantes estão em Nova York. Muitos jornalistas importantes estão em Nova York. Muitos críticos de cinema importantes estão em Nova York. Com o fechamento de Nova York, esses importantes formadores de opinião não têm oportunidade de ir ao cinema. Estamos tentando tudo que podemos para revisar nossos protocolos de saúde com o governador Cuomo, ao qual sua equipe sinalizou seu apoio. Pedimos às autoridades locais que opinassem com o governador Cuomo e o instigassem a abrir onde for seguro. Fizemos quatro coletivas de imprensa em todo o estado e todos os tipos de pessoas da indústria do cinema ligaram para ele para divulgar nosso caso. Agora estamos apenas esperando a decisão do governador Cuomo. Não é uma indústria local. O cinema é uma indústria nacional e internacional. Se os filmes não estão sendo lançados porque Nova York não está aberta, isso afeta a indústria do cinema e seus funcionários em todo o mundo”.

 

Logo após o anúncio da Universal, a Cineworld, uma das maiores redes de cinema do mundo, afirmou estudar a hipótese de manter todas as suas salas fechadas nos Estados Unidos e no Reino Unido. De acordo com o The Hollywood Reporter, Moshe ‘Mooky’ Greidinger, CEO da Cineworld, disse em comunicado oficial que “o impacto da COVID-19 em nossos negócios e na indústria de lazer em geral foi substancial” devido ao longo período de interrupção de suas atividades. Ainda segundo a publicação, a empresa entrará em contato com o governo britânico para informá-lo que a situação se tornou “inviável” para a indústria, e que cerca de 5.500 empregos estão em risco.

 

Os estúdios de Hollywood têm adiado inúmeros lançamentos, inclusive após a flexibilização das atividades econômicas, devido ao aumento do número de casos de Covid-19 em diversos países, não apenas nos Estados Unidos. Isto acaba por afastar uma fatia considerável do público das salas de exibição, locais fechados e, portanto, propícios para a disseminação do novo coronavírus. Apesar das medidas sanitárias adotadas pelos exibidores, muitas pessoas ainda têm medo e preferem se resguardar assistindo aos filmes em plataformas digitais.

 

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