Retrospectiva 2018: os 10 melhores momentos do Carnaval carioca
Depois da tempestade, vem a bonança. Nem só de coisas ruins viveu o Carnaval carioca em 2018. Após a lista dos 10 piores momentos da folia no ano que termina nesta segunda-feira (31), o SRzd traz os 10 melhores fatos que aconteceram na festa de janeiro a dezembro.
São momentos que lembaremos com carinho pelos próximos anos. Que sirvam de inspiração para o novo ciclo que começa nesta terça-feira, 1º de janeiro de 2019.
10 – “Senhoras do ventre do mundo inteiro”
O mundo do Carnaval se perguntou: “O que botaram na água da Cidade do Samba?”. Até hoje ninguém sabe. O que se viu foi uma enxurrada de mulheres encarnando o enredo do Salgueiro de 2018 e mostrando o barrigão por aí.
Verônica Lima, porta-bandeira do Império Serrano; Jaçanã, porta-bandeira da Inocentes de Belford Roxo; Dandara Ventapane, porta-bandeira da União da Ilha; Priscilla Mota, coreógrafa da Mangueira; e Marcella Alves, porta-bandeira do Salgueiro encabeçaram o time das mamães do ano e deram à luz a novos sambistas.
9 – “Tingi de verde a minha história”
Quem apostaria na Cubango entre as melhores da Série A de 2018? O desfile que homenageou Arthur Bispo do Rosário ficou na história da agremiação. Ela terminou na quinta colocação, mas saiu da Avenida como uma das postulantes ao título. Ganhou prêmios e foi uma grata surpresa do último Carnaval.
Destaque para o trabalho dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, bastante elogiado pelos comentaristas do SRzd. Foi somente o primeiro desfile da dupla na Série A, mal podemos esperar pelo próximo Carnaval.
8 – “Local mais perfeito não há”
Poder voltar para casa é muito bom. Esse sentimento, os intérpretes Wantuir, Tinga e Quinho puderam experimentar em 2018. Após temporadas em outras agremiações, os cantores retornaram às escolas que mais marcaram suas carreiras.
Fora da Unidos da Tijuca desde 2008, Wantuir assumiu o microfone principal após 11 anos. Tinga deixou a Vila Isabel após o título em 2013 e agora volta à agremiação onde iniciou sua história. Já Quinho pode soltar seu bordão “Arrepia, Salgueiro!”, entalado na garganta desde 2015, quando passou a não desfilar mais pela vermelho e branco do Andaraí.
7 – “Padre Miguel, o teu guri já não caminha tão depressa”
Afastada e brigada com a escola desde julho de 2016, Elza Soares fez as pazes com a Mocidade Independente de Padre Miguel. Não só isso: a cantora ainda pôs voz no CD e gravou a introdução do samba-enredo da agremiação para 2019, um dos mais elogiados do ano.
Elza e Mocidade tinham se desentendido após boatos de que a artista tinha cobrado para ser enredo da verde e branco em 2017. Fato negado pela cantora. Dois anos depois, as rusgas foram superadas e a agremiação já até convidou Eza para o desfile. Resta saber se ela irá.
6 – “A história que a história não conta”
Se tem um samba-enredo que é #1 nos charts de 2019 é “História pra ninar gente grande”, da Mangueira. A obra dos compositores Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino, considerada uma das melhores do próximo ano, rompeu a bolha de sambistas e viralizou no Brasil. Impulsionado pelo verso “De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês”, o samba foi muito compartilhado em redes sociais e alcançou números altíssimos de visualizações e audições.
O sucesso e a relevância da composição é tão grande que ela chegou a virar tema de trabalho em escolas de ensino fundamental e médio. Segundo o samba, o intuito do enredo é contar “A história que a história não conta” e pelo visto está conseguindo.
5 – “O brilho no olhar voltou”
Niterói viveu temporada de festa em 2018 no Carnaval. Além do ótimo desempenho da Cubango, a Unidos do Viradouro retornou ao Grupo Especial e levou com ela o brilho no olhar. Com um desfile impecável, a vermelho e branco foi campeã da Série A.
E não para por aí: depois do título, a agremiação mostrou porque deu uma virada no desempenho da escola. Com gestão e planejamento espetaculares, a Viradouro, em meio à crise financeira do Carnaval, já tem barracão em fase de finalização e diz que vem forte na briga pelo título do Grupo Especial 2019.
4 – “Nossas estrelas no céu estão em festa”
O sonho da Portela se tornou realidade. A escola vai cantar sua baluarte maior, Clara Nunes, na Avenida Marquês de Sapucaí em 2019. O enredo tão sonhado pelos portelenses é assinado pela carnavalesca Rosa Magalhães e tem o nome de “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá”.
A escolha do tema entra no hall dos melhores momentos da folia em 2018. Com enredo e samba bastante elogiados pelos comentaristas do SRzd, a Portela é uma das fortes candidatas ao caneco na Quarta-Feira de Cinzas.
3 – “Pecado é não brincar o Carnaval”
Quem sentia falta das críticas das escolas de samba, pode matar as saudades no Carnaval de 2018. Fora os enredos e sambas, duas esculturas, em especial, foram o ponto principal da acidez e inteligência dos carnavalescos: o vampirão do Tuiuti e o boneco judas da Mangueira.
A primeira fez alusão ao presidente Michel Temer e o representou como um vampiro do neoliberalismo, na alegoria sobre a escravidão moderna, que continha carteiras de trabalho rasgadas. O segunda trouxe o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, como um judas pronto para ser malhado na folia carioca. O motivo: ele cortou a verba em 50% das escolas de samba.
2 – “Feito um arrastão de alegria e emoção o pranto rola”
Quem disse que os desfiles das escolas de samba não arrastam mais multidões queimou a língua no Carnaval 2018. A campeã Beija-Flor, última a desfilar na segunda-feira de folia, trouxe um mundo de gente atrás da sua última alegoria, terminou a festa de forma apoteótica e fez jus aos versos “Mas o samba faz essa dor dentro do peito ir embora. Feito um arrastão de alegria e emoção o pranto rola”.
Embalada por um enredo crítico e o melhor samba de 2018, vencedor do Prêmio SRzd-Carnaval, a agremiação nilopolitana encerrou sua apresentação aos gritos de “É campeã”. Mesmo após o fim do desfile, uma quantidade enorme de pessoas continuou a ‘desfilar’ atrás da escola cantando a obra da azul e branco à capela.
1 – “Meu Deus, meu Deus, se eu chorar não leve a mal”
E não leve a mal mesmo, porque não faltou gente chorando durante a apresentação da comissão de frente do Paraíso do Tuiuti em 2018. Coreografado por Patrick Carvalho, o grupo representava negros açoitados por um capataz, que ao final da apresentação, se arrependia dos maus tratos e se juntava aos escravos na luta pela libertação. Um momento ímpar e histórico dos últimos anos da folia.
Além das quatro notas 10 dos jurados, a comissão de frente do Tuiuti levou o Prêmio SRzd-Carnaval e foi sucesso de público e crítica. Desde 2010, com a troca de roupas em “É segredo!”, da Tijuca, uma abertura de desfile não fazia tanto sucesso. Os bailarinos chegaram a se apresentar até no Festival de Parintins 2018, pelo Boi Garantido, e fizeram um dos jurados chorar copiosamente.
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