Cinemas cariocas reabrem nesta quinta-feira; a pipoca está liberada

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Os cinemas cariocas reabrem nesta quinta-feira, dia 1o, após quase sete meses de paralisação devido à pandemia do novo coronavírus e o imbróglio com a Prefeitura, que liberou o funcionamento das salas desde 11 de setembro, mas proibindo o consumo de bebidas e alimentos para impedir que os clientes retirassem as máscaras no interior das […]

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Ana Carolina Garcia

01/10/2020 | 6 min de leitura

Cinemas cariocas reabrem nesta quinta-feira; a pipoca está liberada
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Os cinemas cariocas reabrem nesta quinta-feira, dia 1o, após quase sete meses de paralisação devido à pandemia do novo coronavírus e o imbróglio com a Prefeitura, que liberou o funcionamento das salas desde 11 de setembro, mas proibindo o consumo de bebidas e alimentos para impedir que os clientes retirassem as máscaras no interior das salas, algo que caiu por terra depois da recusa dos exibidores em retomar as atividades com bombonières fechadas – a pipoca e o refrigerante, por exemplo, rendem mais que os ingressos.

 

Recentemente, Carlos Machado, Coordenador-Geral do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição que é referência na América Latina e atua na pesquisa pela vacina, falou à coluna sobre a reabertura das salas de exibição e a questão da obrigatoriedade das máscaras, acessório imprescindível para conter a propagação do novo coronavírus. “Se a recomendação das pessoas conviverem em um mesmo espaço é utilizando máscaras, ainda mais em um espaço mais restrito como os cinemas, não faz sentido vender e consumir pipoca e refrigerantes. Claro que é ótimo assistir filmes com pipocas. Mas certamente, por prudência, podemos deixar isto para quando tivermos sem óbitos e com o número de casos diários muito reduzido”, explicou o Dr. Carlos Machado.

 

A liberação de alimentos e bebidas no interior das salas é polêmica, pois muito se discute acerca dos riscos da retirada, bem como sobre a recolocação do acessório pelo cliente após o consumo, o que pode causar tumulto durante as sessões, deixando os funcionários suscetíveis a situações como a vivida pelo fiscal da Vigilância Sanitária verbalmente agredido por um casal durante fiscalização na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no início de julho.

 

Dividindo opiniões, a reabertura, não recomendada por parte de profissionais de saúde, será realizada de forma gradual e seguindo regras como a redução da capacidade de cada sala para 50% e distanciamento entre poltronas. No entanto, isto acontece no momento em que a capital fluminense tem 89,6% dos leitos de UTI ocupados por pacientes diagnosticados com Covid-19, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa (G1, O Globo, Extra, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e UOL), baseado em dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

 

Em meio à crise econômica e humanitária originada pela sanitária, a retomada das atividades dos cinemas enfrenta diversos obstáculos, sobretudo o medo de parte do público em frequentar locais fechados e, portanto, propícios para a disseminação do vírus – a Rede Kinoplex anunciou, em comunicado oficial à imprensa emitido na última terça-feira, dia 29, que “reforçou protocolos de limpeza em todos os aparelhos de ar-condicionado, com uso de novos produtos e uma maior frequência de troca dos elementos filtrantes”; enquanto a Cinépolis anunciou no dia 03 deste mês que seus aparelhos de ar-condicionado terão dutos distintos para entrada e saída de ar.

 

Produzido e estrelado por Tom Cruise, “Top Gun: Maverick” foi adiado para 2021 (Foto: Divulgação / Crédito: Paramount).

 

Além do medo, bastante compreensível, diga-se de passagem, há a questão da oferta reduzida por parte dos exibidores, que contavam com uma reabertura com grandes, e novos, títulos em cartaz, o que ajudaria a amenizar o prejuízo de 2020. Dentre as apostas iniciais, “Um Lugar Silencioso: Parte 2” (A Quiet Place Part II – 2021), “Viúva Negra” (Black Widow – 2021) e “Top Gun: Maverick” (Idem – 2021), todas adiadas por seus respectivos estúdios, que tentarão se recuperar do impacto econômico no próximo ano, acreditando na possibilidade de vacinação em massa que proporcionará ao público sensação de segurança para voltar à rotina normal, ou, ao menos, ganhar tempo para que ele possa aprender a lidar com o “novo normal”.

 

A postergação de lançamentos de filmes de imenso apelo popular é um fator preocupante para o circuito exibidor, ainda mais no momento no qual o VOD e o streaming ganham cada vez mais espaço, pois tornaram-se uma opção de entretenimento segura e mais barata em tempos de crise sanitária e econômica. Os adiamentos têm se fortalecido, principalmente na indústria hollywoodiana, por causa do aumento da taxa de contágio em países europeus e, também, nos Estados Unidos, onde a grande aposta no cenário pandêmico, “Tenet” (Idem – 2020), fracassou nas bilheterias – até o momento, o longa de Christopher Nolan arrecadou US$ 284,9 milhões em todo o mundo, sendo US$ 41,1 milhões no mercado americano. Esta questão assombra exibidores em escala global, pois significa uma recuperação ainda mais lenta para o setor, que a longo prazo também sofrerá com o impacto das interrupções de filmagens no exterior em decorrência de profissionais que testarem positivo para Covid-19, impondo quarentena aos membros da equipe que tiveram contato com eles, bagunçando todo o cronograma – “The Batman” (Idem – 2021), por exemplo, previsto para outubro do próximo ano, teve filmagens suspensas por um período quando Robert Pattinson testou positivo há algumas semanas. Afinal, mesmo quem não apresenta sintomas precisa ficar em isolamento após o contato com infectados porque assintomáticos também transmitem o vírus. E esta é uma das maiores dificuldades no combate à pandemia.

 

Considerada precoce por muitos, a reabertura das salas de exibição não acontece da forma idealizada pelos exibidores nem pela indústria cinematográfica, uma vez que a oferta de lançamentos e a procura dos espectadores está reduzida mundo afora, tornando a situação ainda mais complicada para o cinema, um dos setores mais afetados pela pandemia.

 

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Os cinemas cariocas reabrem nesta quinta-feira, dia 1o, após quase sete meses de paralisação devido à pandemia do novo coronavírus e o imbróglio com a Prefeitura, que liberou o funcionamento das salas desde 11 de setembro, mas proibindo o consumo de bebidas e alimentos para impedir que os clientes retirassem as máscaras no interior das salas, algo que caiu por terra depois da recusa dos exibidores em retomar as atividades com bombonières fechadas – a pipoca e o refrigerante, por exemplo, rendem mais que os ingressos.

 

Recentemente, Carlos Machado, Coordenador-Geral do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição que é referência na América Latina e atua na pesquisa pela vacina, falou à coluna sobre a reabertura das salas de exibição e a questão da obrigatoriedade das máscaras, acessório imprescindível para conter a propagação do novo coronavírus. “Se a recomendação das pessoas conviverem em um mesmo espaço é utilizando máscaras, ainda mais em um espaço mais restrito como os cinemas, não faz sentido vender e consumir pipoca e refrigerantes. Claro que é ótimo assistir filmes com pipocas. Mas certamente, por prudência, podemos deixar isto para quando tivermos sem óbitos e com o número de casos diários muito reduzido”, explicou o Dr. Carlos Machado.

 

A liberação de alimentos e bebidas no interior das salas é polêmica, pois muito se discute acerca dos riscos da retirada, bem como sobre a recolocação do acessório pelo cliente após o consumo, o que pode causar tumulto durante as sessões, deixando os funcionários suscetíveis a situações como a vivida pelo fiscal da Vigilância Sanitária verbalmente agredido por um casal durante fiscalização na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no início de julho.

 

Dividindo opiniões, a reabertura, não recomendada por parte de profissionais de saúde, será realizada de forma gradual e seguindo regras como a redução da capacidade de cada sala para 50% e distanciamento entre poltronas. No entanto, isto acontece no momento em que a capital fluminense tem 89,6% dos leitos de UTI ocupados por pacientes diagnosticados com Covid-19, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa (G1, O Globo, Extra, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e UOL), baseado em dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

 

Em meio à crise econômica e humanitária originada pela sanitária, a retomada das atividades dos cinemas enfrenta diversos obstáculos, sobretudo o medo de parte do público em frequentar locais fechados e, portanto, propícios para a disseminação do vírus – a Rede Kinoplex anunciou, em comunicado oficial à imprensa emitido na última terça-feira, dia 29, que “reforçou protocolos de limpeza em todos os aparelhos de ar-condicionado, com uso de novos produtos e uma maior frequência de troca dos elementos filtrantes”; enquanto a Cinépolis anunciou no dia 03 deste mês que seus aparelhos de ar-condicionado terão dutos distintos para entrada e saída de ar.

 

Produzido e estrelado por Tom Cruise, “Top Gun: Maverick” foi adiado para 2021 (Foto: Divulgação / Crédito: Paramount).

 

Além do medo, bastante compreensível, diga-se de passagem, há a questão da oferta reduzida por parte dos exibidores, que contavam com uma reabertura com grandes, e novos, títulos em cartaz, o que ajudaria a amenizar o prejuízo de 2020. Dentre as apostas iniciais, “Um Lugar Silencioso: Parte 2” (A Quiet Place Part II – 2021), “Viúva Negra” (Black Widow – 2021) e “Top Gun: Maverick” (Idem – 2021), todas adiadas por seus respectivos estúdios, que tentarão se recuperar do impacto econômico no próximo ano, acreditando na possibilidade de vacinação em massa que proporcionará ao público sensação de segurança para voltar à rotina normal, ou, ao menos, ganhar tempo para que ele possa aprender a lidar com o “novo normal”.

 

A postergação de lançamentos de filmes de imenso apelo popular é um fator preocupante para o circuito exibidor, ainda mais no momento no qual o VOD e o streaming ganham cada vez mais espaço, pois tornaram-se uma opção de entretenimento segura e mais barata em tempos de crise sanitária e econômica. Os adiamentos têm se fortalecido, principalmente na indústria hollywoodiana, por causa do aumento da taxa de contágio em países europeus e, também, nos Estados Unidos, onde a grande aposta no cenário pandêmico, “Tenet” (Idem – 2020), fracassou nas bilheterias – até o momento, o longa de Christopher Nolan arrecadou US$ 284,9 milhões em todo o mundo, sendo US$ 41,1 milhões no mercado americano. Esta questão assombra exibidores em escala global, pois significa uma recuperação ainda mais lenta para o setor, que a longo prazo também sofrerá com o impacto das interrupções de filmagens no exterior em decorrência de profissionais que testarem positivo para Covid-19, impondo quarentena aos membros da equipe que tiveram contato com eles, bagunçando todo o cronograma – “The Batman” (Idem – 2021), por exemplo, previsto para outubro do próximo ano, teve filmagens suspensas por um período quando Robert Pattinson testou positivo há algumas semanas. Afinal, mesmo quem não apresenta sintomas precisa ficar em isolamento após o contato com infectados porque assintomáticos também transmitem o vírus. E esta é uma das maiores dificuldades no combate à pandemia.

 

Considerada precoce por muitos, a reabertura das salas de exibição não acontece da forma idealizada pelos exibidores nem pela indústria cinematográfica, uma vez que a oferta de lançamentos e a procura dos espectadores está reduzida mundo afora, tornando a situação ainda mais complicada para o cinema, um dos setores mais afetados pela pandemia.

 

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