Lula defende legado, rebate acusações e coloca Bolsonaro em segundo plano

Lula defende legado, rebate acusações e coloca Bolsonaro em segundo plano. Foto: Reprodução de vídeo

Lula defende legado, rebate acusações e coloca Bolsonaro em segundo plano. Foto: Reprodução de vídeo

O candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve nos estúdios da Rede Globo, no Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira (25), para ser o terceiro entrevistado na série de sabatinas promovidas pelo Jornal Nacional.

Os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos conduziram o encontro com Lula, candidato pela sexta vez ao Palácio do Planalto. Antes dele, participaram Jair Bolsonaro (PL) (veja como foi) e Ciro Gomes (PDT) (veja como foi).

O ex-presidente chegou na emissora acompanhado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, do candidato a vice na chapa, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), e de sua esposa, Janja. Pelas redes sociais, minutos antes de entrar no ar, brincou com a escolha da gravata para a ocasião:

Na chegada ao Projac, Lula foi recebido pela militância petista, entoando o clássico hino para exaltar o fundador da sigla:


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Logo de cara, Bonner indagou Lula sobre os casos de corrupção durante sua passagem pelo Planalto (2003 – 2010). Lula repetiu aquilo que vinha defendendo desde a descoberta dos primeiros escândalos, sobretudo o Mensalão e envolvendo a Petrobrás. Acrescentou a criação de mecanismos de combate à corrupção em sua gestão, como o portal da transparência, o fortalecimento das instituições e legislações como a da delação premiada.

Lula ainda defendeu que os grandes prejuízos econômicos causados naquele período, foram fruto da forma como as investigações da Operação Lava Jato foram coordenadas. Números que foram refutados por Bonner.

Mais a frente, foi questionado sobre as relações políticas e defendeu o diálogo com o parlamento. Nesse momento, classificou o atual presidente Bolsonaro de “bobo da Corte” por, segundo Lula, não estar tendo poder de decisão sequer em relação ao orçamento público Federal; “Ele não governa”, afirmou.

“Feliz era o brasil quando a polarização era entre PT e PSDB. A gente era adversário politico, trocava farpas, mas quando a gente se encontrava, em um restaurante por exemplo, tomava uma cerveja junto. Política é assim, a gente diverge, mas não é inimigo”, explicou ao responder sobre a fala “nós e eles” e o tensionamento estabelecido no Brasil nos últimos anos. Lula ainda admitiu erros na política econômica no governo Dilma, mas criticou a atuação do parlamento naquele período, dificultando as medidas pretendidas por ela para ultrapassar a crise entre o final do primeiro e início do segundo mandato.

Na reta final da sabatina, muito a vontade e em clima de discurso, Lula defendeu as medidas de seus governos para o agro e disse que eventuais opositores nesse segmento têm essa posição em decorrência de ações em defesa do meio-ambiente implementadas nos anos de PT.

Sobre suas posições nas relações internacionais, Lula defendeu a autodeterminação dos povos, relembrou sua atuação na diplomacia e prometeu um país “sem contencioso” e aberto para todas às nações. Nas considerações finais, defendeu seu legado nas mais diferentes áreas e investimento prioritário em educação e emprego num eventual novo mandato.

Presença de Lula no JN agitou meio político

A participação do ex-presidente na sabatina do Jornal Nacional, na Rede Globo, gerou expectativa e mobilização antes mesmo de acontecer, entre apoiadores e opositores do petista.

Uma notícia falsa circulou na internet, partindo de perfis bolsonaristas, e precisou ser desmentida pelo apresentador Ratinho, do SBT.

Montagens indicavam que o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) seria entrevistado pela emissora no mesmo horário da sabatina de Lula na Globo.

Outro comentário, inusitado e que repercutiu muito nas horas que antecederam Lula na Globo, foi do ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro, Sergio Moro, que se ofereceu para sabatinar o petista no JN e afirmou ter “experiência” na função.

“Espero que Lula seja perguntado com firmeza no jornal Nacional sobre Mensalão, petrolão, triplex e Atibaia. Se precisarem de ajuda, sou voluntário. Tenho experiência”, ironizou Moro, candidato ao senado pelo estado do Paraná.

Moro foi considerado parcial pelo plenário do STF no julgamento de Lula. O Supremo Tribunal Federal entendeu que o ex-juiz da Lava Jato, além de não guardar imparcialidade, não era competente para julgar as ações penais contra Lula.

Volta à Globo

Lula retornou aos estúdios da emissora carioca após 16 anos. Crítico, assim como o PT, ao jornalismo da principal emissora do país, o ex-presidente carrega rusgas antigas com as organizações Globo, desde sua primeira campanha presidencial, em 1989.

Naquela ocasião, uma edição tendenciosa do debate exibida no dia seguinte no Jornal Nacional e montada para prejudicar o petista e favorecer o então candidato Fernando Collor de Mello, no segundo turno e às vésperas da votação, ainda povoa o acervo afetivo lulista. Collor venceu.

Lula e o PT ainda reclamam o fato de nenhum programa global o ter entrevistado, desde que deixou o poder, em 2010, nem a ex-presidente Dilma Rousseff, após seu impeachment, no ano de 2016.

Sabatinas na Globo

Nesta semana, desde a segunda-feira (22), o Jornal Nacional promove sabatinas com candidatos à presidência da República. Os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos conduzem as entrevistas, ao vivo, direto dos estúdios, no Rio.

A conversa com cada candidato é transmitida por TV Globo, Globoplay e portal G1. As íntegras de todas as entrevistas ficam disponíveis no Globoplay e no G1.

Foram convidados os quatro candidatos mais bem colocados na pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Instituto Datafolha em 28 de julho: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

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