Morna, sabatina com Bolsonaro no JN não arranca compromisso, nem propostas

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução de vídeo

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução de vídeo

O candidato à reeleição ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PL), esteve nos estúdios da Rede Globo, no Rio de Janeiro, na noite desta segunda-feira (22), para ser o primeiro entrevistado na série de sabatinas promovidas pelo Jornal Nacional.

Os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos conduziram o encontro com Bolsonaro, que chegou à emissora meia hora antes do início da conversa. Mais cedo, o presidente disse que “beijaria” Bonner no reencontro com ele. Crítico do conteúdo jornalístico da Globo, Bolsonaro não concedia entrevista ao canal de maior audiência do país desde sua campanha em 2018.


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A entrevista passou pelos temas mais sensíveis ao governo Bolsonaro, como a atuação diante da pandemia de Covid-19 e o combate ao desmatamento na Amazônia.

Ainda sobre assuntos considerados delicados para a gestão que se encerra este ano, o atual presidente manteve suas posições, não se disse arrependido e acusou Bonner de mentir, quando o âncora do JN relembrou os xingamentos de Bolsonaro contra ministros do Supremo Tribunal Federal. Bonner, então, lembrou que o presidente havia chamado o ministro Alexandre de Moraes de “canalha”.

O apresentador tentou arrancar de Bolsonaro, ao falar das eleições de outubro, se ele respeitará o resultado das urnas. Bolsonaro colocou uma condição; “desde que as eleições sejam limpas”.

Calmo e muito diferente de outras manifestações públicas mais incisivas de sua reconhecida personalidade, Bolsonaro defendeu seu governo e atenuou os problemas acumulados no âmbito ministerial, sobretudo, no Ministério da Educação, que contou com quatro indicados e, um deles, Milton Ribeiro, preso pela acusação de favorecimento a pastores evangélicos.

Morna, a sabatina não deu espaço para que o agora candidato mostrasse propostas para um eventual novo governo seu, principalmente em áreas que preocupam o conjunto da sociedade, como o emprego, a segurança pública, a economia e a educação.

Globo e os candidatos

Os dois primeiros colocados da disputa ao Palácio do Planalto neste ano, segundo todos os institutos de pesquisa, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), se colocam em campos opostos no debate político e ideológico.

Porém, ambos têm algo em comum: as críticas ao jornalismo da principal emissora do país, a TV Globo. Lula carrega rusgas antigas com as organizações Globo, desde sua primeira campanha presidencial, em 1989.

Bolsonaro e seus aliados também são ferozes aos avaliar os conteúdos da Globo. São constantes os ataques, de toda ordem, não só a programação jornalística, mas também aos profissionais e suas posições pessoais para além da política, inclusive.

A presença dos presidenciáveis ao vivo no jornal de maior audiência e repercussão do país é considerada por todas as campanhas um dos momentos mais importantes na busca pelos votos dos indecisos.

Sabatinas na Globo

Nesta semana, a partir desta segunda-feira (22), o Jornal Nacional promove sabatinas com candidatos à presidência da República. Os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos vão conduzir as entrevistas, ao vivo, direto dos estúdios, no Rio.

A conversa com cada candidato será transmitida por TV Globo, Globoplay e portal G1. As íntegras de todas as entrevistas ficarão disponíveis no Globoplay e no G1.

Foram convidados os quatro candidatos mais bem colocados na pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Instituto Datafolha em 28 de julho: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

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