CPI vai pedir indiciamento de Bolsonaro por charlatanismo, curanderismo e propaganda enganosa

Durante o almoço nesta quarta-feira (11), a cúpula da CPI da Covid-19 decidiu sugerir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por charlatanismo, curanderismo e publicidade enganosa.

A decisão partiu da defesa do mandatário pelo uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o novo Coronavírus, como a cloroquina e a ivermectina .

De acordo com a colunista Mônica Bergamo do jornal “Folha de São Paulo”, a cúpula chegou a esse parecer durante um intervalo na sessão desta quarta-feira (11), em que ouvem o depoimento do diretor da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista. A empresa é uma das maiores produtoras de ivermectina do Brasil e pagou pela divulgação de campanhas publicitárias que incentivavam o uso desse e de outros remédios contra a Covid-19.

Em seu depoimento, Jailton revelou que a empresa patrocinou a publicidade do medicamento ivermectina como eficaz no tratamento da Covid-19. A utilização da droga no combate ao novo Coronavírus, porém, não possui respaldo científico. Bolsonaro foi um dos principais divulgadores do remédio como eficaz no tratamento da doença no país, inclusive em discursos, entrevistas e transmissões pela internet.

Os senadores que integram o colegiado também pediram o enquadramento das empresas fabricantes de ivermectina. No caso da Vitamedic, que chegou a pagar R$ 717 mil em publicidade da Associação Médicos pela Vida, que defende o uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada no enfrentamento à Covid-19.

A decisão foi tomada a partir de um consenso entre a direção da Comissão, ou seja, os senadores Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.

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