Vereador do Rio pede privatização do Carnaval e ironiza crença nos Orixás

Vereador Otoni de Paula. Foto: Reprodução

O vereador Otoni de Paula, do PSC carioca, pediu a privatização do Carnaval na cidade.

Em discurso inflamado na Câmara Municipal, justificou suas posições utilizando diferentes argumentos, alguns, recheados de ironia.

Uma das “teses” do político foi a referência feita pelas escolas de samba aos Orixás, algo que julga inadequado. Citando trechos de sambas de enredo de agremiações como União da Ilha, Império da Tijuca e Unidos de Padre Miguel, fez graça ao reproduzir alguns versos.

Mais a frente, insinuou que a festa é cenário para a prostituição e o consumo de drogas, além de pleitear transparência na prestação de contas da Liga Independente das Escolas de Samba, a Liesa.

Otoni defendeu que nem o Carnaval, nem a marcha para Jesus e nem a passeata gay, devem contar com recursos da municipalidade. Ao afirmar que a maioria da população pensa como ele, defendeu os investimentos em outras áreas de responsabilidade do poder público, como segurança, saúde e educação.

Outro momento constrangedor do pronunciamento apareceu quando afirmou que se homossexuais querem “soltar a franga”, que o façam, mas não com o dinheiro do contribuinte. Assista ao discurso na íntegra:

Saiba mais sobre o tema:

O possível corte, anunciado pela prefeitura, de 50% na subvenção para as escolas de samba do Grupo Especial, reduzindo a verba para um valor fechado de um milhão de reais, por agremiação, é o assunto mais comentado entre os sambistas cariocas.

Como o SRzd adiantou em outras reportagens, o administração Crivella argumentou que vive uma crise financeira e sua intenção é deslocar o dinheiro do Carnaval para dobrar (de R$ 10 para R$ 20) o valor diário gasto com cada uma das 12 mil crianças matriculadas em 158 creches conveniadas com o município.

O principal argumento dos dirigentes das escolas de samba para defender a liberação integral da subvenção é que elas realizam um evento rentável para a cidade, arrecadação para a prefeitura e incentivo ao turismo local.

A tese é compartilhada pelo presidente da ABIH, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Alfredo Lopes. A Riotur, órgão da prefeitura, reconhece que a festa movimenta R$ 3 bilhões no período, aumentando os dividendos com impostos.

Se a tese de Crivella prevalecer, as agremiações passarão a receber o mesmo que recebiam antes da posse de Eduardo Paes, em seu primeiro governo. Em média, o custo de um desfile no Grupo Especial gira em torno de R$ 6,5 milhões. As entidades dos demais grupos também devem receber um montante menor de recursos, no entanto, o volume dos cortes ainda não foram divulgados.

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