Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

Covid-19 fecha mais salas de cinema nos Estados Unidos

Atividades culturais têm sido diretamente afetadas pela pandemia (Foto: Pixabay).

Em meio à segunda onda de contágio do novo coronavírus nos Estados Unidos, autoridades das cidades de San Diego e Sacramento, ambas no estado da Califórnia, anunciaram na última segunda-feira, dia 10, o fechamento de salas de exibição, tal qual acontece no Reino Unido, Alemanha, Itália, França, Grécia, entre tantos outros países em situação similar à americana.

 

A interrupção das atividades das salas de exibição nas duas cidades gerou imensa preocupação entre os exibidores porque são dois dos principais mercados dos Estados Unidos, figurando entre o Top 20 liderado por Los Angeles e Nova York, ambas com cinemas fechados, de acordo com o The Hollywood Reporter. Com isso, a situação se torna cada vez mais complicada, pois o cronograma de estreias dos poucos títulos que (ainda) não foram adiados em virtude da pandemia, aumentando o efeito dominó que inevitavelmente impactará o mercado, inclusive fora dos Estados Unidos, pois é sabido que as redes de cinema necessitam de produções de grande apelo popular made in Hollywood para que possam convencer o público a voltar às salas, locais fechados e, portanto, propícios para a disseminação do vírus, o que, apesar das medidas de segurança adotadas pelos cinemas, causa temor em parte considerável dos espectadores.

 

Desde o início da pandemia, inúmeras estreias foram adiadas por estúdios e distribuidores, mesmo após a flexibilização, com a anuência de seus realizadores, que, ao contrário de Christopher Nolan e seu “Tenet” (Idem – 2020), preferem esperar a situação melhorar para, então, lançarem seus filmes com público suficiente para gerar números fartos em bilheterias. Em paralelo, alguns deles optaram por disponibilizar seus títulos em PVOD ou em plataformas de streaming, muitas vezes quebrando a tradicional janela de exibição, algo que ganhou força após o terremoto causado pela Universal Pictures, que lançou “Trolls 2” (Trolls World Tour – 2020) em PVOD no início da pandemia, seguida pela Warner com “Scooby! O Filme” (Scoob! – 2020).

 

Neste ponto, é necessário lembrar que a DreamWorks SKG e a Paramount Pictures selaram acordo de distribuição com a Netflix para “Os 7 de Chicago” (The Trial of the Chicago 7 – 2020), um dos títulos cotados para o Oscar 2021, e a Disney decidiu que “Mulan” (Idem – 2020) não chegaria ao circuito exibidor, estreando diretamente na Disney+, que iniciará suas atividades na América Latina no próximo dia 17 – no Brasil, o longa será disponibilizado pela plataforma do Mickey em 04 de dezembro.

 

Amargando enorme prejuízo financeiro, os exibidores têm protestado com veemência contra o fechamento dos cinemas, dentro e fora dos Estados Unidos, inclusive alegando que lançamentos em PVOD e/ou em plataformas digitais, bem como a quebra da janela de exibição, serão prejudiciais à manutenção da experiência cinematográfica calcada nas salas de exibição enquanto espaços de socialização, modificando hábitos de consumo e, consequentemente, colocando em risco o futuro das salas. Amplamente debatida, esta questão tem tirado o sono de executivos tanto das grandes redes quanto de cinemas menores, que não têm recursos suficientes para lutar contra as imposições da pandemia a curto nem a médio e longo prazo.

 

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