Responsável por abrir a 21a edição do Festival do Rio na noite da última segunda-feira, dia 09, no tradicional Cine Odeon, no Centro da cidade, “Adoráveis Mulheres” (Little Women – 2019) leva às telas uma trama açucarada que tem como fio condutor não apenas o papel da mulher na sociedade americana no período da Guerra de Secessão (1861 – 1865), como também a importância da família como base para o indivíduo.
Com direção e roteiro de Greta Gerwig, de “Lady Bird: Hora de Voar” (Lady Bird – 2017), o longa mostra a relação das irmãs March, Jo (Saoirse Ronan), Meg (Emma Watson), Amy (Florence Pugh) e Beth (Eliza Scanlen), explorando suas distintas personalidades e sonhos numa sociedade na qual a mulher era criada somente para servir ao marido e aos filhos. Neste contexto, Jo surge como a rebelde que se recusa a seguir certas convenções sociais, e que chama para si a responsabilidade de prover as irmãs e a mãe, interpretada por Laura Dern, sobretudo quando Beth adoece e o pai continua lutando na Guerra. Ainda na adolescência, as irmãs conhecem Laurie (Timothée Chalamet), jovem rico que mora com o avô numa mansão em frente à casa dos March. E o vínculo de amizade transforma o cotidiano de ambas as famílias.
Esteticamente belo, “Adoráveis Mulheres” começa com uma frase de Louisa May Alcott, autora de “Mulherzinhas” (Little Women), livro lançado em 1868 que originou o longa: “Passei por dificuldades, então, escrevo histórias felizes”. De fato, a alegria das irmãs March chama a atenção neste filme, mas não suprime as angústias e dores de cada uma. Desta forma, o melodrama domina a narrativa, algo que é intensificado pela hábil montagem de Nick Houy, principalmente ao trabalhar com duas linhas temporais, inserindo flashbacks com precisão.
Com roteiro simples e trilha sonora por vezes exagerada, “Adoráveis Mulheres” tem como destaques não as atuações de Timothée Chalamet e do quarteto responsável por dar vida às irmãs March, mas de um trio veterano: Chris Cooper (Sr. Laurence), calcada na sensível transformação de um homem amargurado pela dor da perda em uma figura doce e generosa; Laura Dern, que equilibra força e sensibilidade na matriarca que se coloca em segundo plano para ajudar aos outros; e Meryl Streep, gigante em cena como a ranzinza Tia March, que resume com franqueza o papel da mulher à época ao explicar à sobrinha que o casamento é a garantia de sustento dela e dos familiares, a menos que seja rica.
“Adoráveis Mulheres” é sobre amor e união de jovens à frente de seu tempo, preservando a essência de seus personagens, mostrando sutilmente suas respectivas transformações ao longo dos anos. No entanto, o filme não consegue aprofundar nem as questões abordadas nem os dramas individuais das irmãs March, principalmente de Meg. Mesmo assim, envolve a plateia com facilidade.
Esta é a terceira adaptação cinematográfica de “Mulherzinhas”. A história foi levada às telas pela primeira vez por Mervyn LeRoy em “Quatro Destinos” (Little Women – 1949), que venceu o Oscar de melhor direção de arte – decoração de set (colorida), recebendo, ainda, uma indicação na categoria de melhor fotografia (colorida). Nos anos 1990, o longa ganhou um remake dirigido por Gillian Armstrong, “Adoráveis Mulheres” (Little Women – 1994), que recebeu três indicações ao Oscar: melhor atriz para Winona Ryder, figurino e trilha sonora original.
“Adoráveis Mulheres” tem estreia prevista para 09 de janeiro de 2020 no circuito comercial.
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Assista ao trailer oficial legendado:
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