Rosas de Ouro: Vice-presidente entrega ‘pai’ da ideia do enredo e fala sobre os trabalhos no barracão
Osmar Costa, vice-presidente da Rosas de Ouro. Foto: Felipe Araujo/Liga-SP
A Sociedade Rosas de Ouro terá como enredo no Carnaval 2023: “Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”. O projeto é do carnavalesco Paulo Menezes.
O tema nasceu do samba concorrente composto por Arlindo Cruz, Fabiano Sorriso, Pedrinho Sem Braço, Paulinho Sampagode e Osmar Costa – atual vice-presidente da Roseira – derrotado na disputa das eliminatórias para o Carnaval de 2006, que tinha como tema “A Diáspora Africana, um crime contra a raça humana”.
+ Leia também:
+ Com a palavra, Solange Cruz: Presidente comenta safra de sambas da Mocidade Alegre
+ Após ficar entre a vida e a morte, carnavalesco tem melhora em estado de saúde
+ Carnavalesco revela inspiração sobre enredo em homenagem a MC Kevin
Ao SRzd, Osmar revelou que a ideia de, finalmente, levar este samba para o Sambódromo do Anhembi partiu do carnavalesco.
“Todas as vezes que se cogitava um tema afro de 2006 pra cá, vinha à tona o samba que havia perdido naquele ano, conhecido pelo apelido de ‘Arrasta’ (por conta de uma coreografia espontânea nas eliminatórias), e por incrível que pareça, todos os carnavalescos que passaram por aqui ouviram este samba. Mas num ensaio com a presença dos intérpretes Fredy Vianna e Carlos Junior, o carnavalesco Paulo Menezes ouviu o samba ao vivo e comentou: ‘eu tenho um enredo para este samba’. Então pra mim o Paulo é o pai e os padrinhos são integrantes da comissão de Carnaval que trouxeram a ideia também”, declarou.
O dirigente, que frequenta a Roseira desde 1981, e já foi diretor musical, destacou que a maior relação entre os enredos de 2006 e 2023 “é que o problema não se resolveu”.
“Em tempos de comunicação mais rápida e das pessoas estarem se mostrando mais em redes sociais e se posicionando segundo seus pensamentos e ideais, a igualdade e reparação, se tornam cada dia mais necessárias e o reconhecimento tem que ser agora, exatamente para ‘que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome'”, observou.
A azul e rosa tem por tradição fazer eliminatórias de sambas marcantes e concorridas – o ano de 2006 já é um exemplo. De acordo com o sambista, está será a primeira vez em que a escola deixará de promover o concurso, ao menos desde quando ele está por lá.
“Pode ser que antes de 1981 tenha tido algum samba por encomenda ao invés de existir uma disputa, não posso cravar com certeza”, disse.
A obra – já gravada na voz do intérpret Royce do Cavaco – também já tem data para ser apresentada para toda comunidade e simpatizantes como hino oficial de 2023.
“Ainda estamos tratando do lançamento, evento que acontecerá dia 26 de agosto. Normalmente iniciamos nossos ensaios após a escolha do samba, que no passado acontecia sempre no último final de semana de setembro e depois era gravado o samba para a Liga. Talvez este ano os ensaios abertos ocorram após o aniversário da escola, que deve ser comemorado no dia 22 de outubro. Até lá seguiremos com ensaios fechados”, informou Osmar.
Barracão, Fantasias e Bateria
Quanto aos preparativos no barracão, que agora está instalado em um novo espaço na Fábrica do Samba – local que abriga os 14 galpões da escola do Grupo Especial de São Paulo – o vice-presidente declarou que os trabalhos estão na fase de desmontagem dos carros de 2022.
“O barracão estamos trabalhando na desconstrução das alegorias e ferragem no primeiro carro. Além de estar adiantado com a parte de desenhos e fazendo pilotos. A bateria está ensaiando e já pensando nos desenhos rítmicos. A comissão de Carnaval já está com uma planta pré-definida de alas. Na minha avaliação estamos andando bem”, concluiu.
No próximo ano, a Rosas de Ouro será a quinta a desfilar na sexta-feira, 17 de fevereiro, em busca do oitavo título na elite do Carnaval de São Paulo.
Leia mais sobre a Rosas de Ouro
+ Compositor cita ‘choro’ e ‘reparo’ em escolha de samba da Rosas
Comentários