Paulo Menezes vai ‘colocar o dedo na ferida’ no enredo da Rosas de Ouro

Paulo Menezes. Foto: Felipe Araujo/Liga-SP

Paulo Menezes. Foto: Felipe Araujo/Liga-SP

Em 2023 o carnavalesco Paulo Menezes vai para seu segundo Carnaval assinando o desfile da Sociedade Rosas de Ouro. O artista vai desenvolver o enredo “Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”, que foi anunciado na noite desta quinta-feira (29).

Por meio de nota divulgada à imprensa, Menezes afirmou que o tema será polêmico e que colocará “dedo na ferida” sobre o sofrimento do negro na sociedade.

“Ao longo dos anos sempre existiu e segue existindo a tentativa por uma parte da sociedade de mascarar tudo o que o negro sofreu e precisou enfrentar. E hoje ainda sofre e enfrenta. É uma luta diária. É por isso que vamos colocar o dedo na ferida. Será um desfile com cunho social e de manifestação racial. Resgataremos inclusive as próprias raízes da escola, o bairro da Brasilândia. Podem esperar polêmica, porque vai ser impactante. Uma obra aberta, que será finalizada somente pouco antes de entrar na Avenida, já que qualquer caso que possa ocorrer até lá será agregado ao projeto”, declarou.


Leia também:

+ Encomenda ou eliminatória de samba? Diretor da Pérola Negra revela modelo para 2023

+ MC Kevin será enredo no Carnaval 2023: ‘O menino que encantou as quebradas’

+ Globo avança para exibir Carnaval de SP 2023 para todo o Brasil incluindo o Rio


O carnavalesco também explicou o conceito adotado para a escolha do nome do enredo: “A gente queria uma palavra forte e chegamos em kindala, que no idioma bantu significa ‘agora’. Mas como a proposta é mostrar desde a ancestralidade até os dias de hoje, também buscamos algo atual, e agregamos a frase ‘que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome’, que é uma referência à música AmarElo, do Emicida, um artista que tem muita coisa pra falar e precisa ser ouvido”.

Presidente cita “dever” dos sambistas em abraçar o tema

A presidente da azul e rosa, Angelina Basílio, destacou a importância da temática escolhida pela agremiação, já que as escolas de samba são representantes históricos de resistência da cultura negra.

“Meu coração ficou extasiado com o enredo e com a mensagem que vamos passar na Avenida. Lá atrás as escolas foram refúgio para uma cultura que era perseguida. Então nós, como sambistas, temos o dever de abraçar essa luta contra a intolerância, a desigualdade e o preconceito”, disse.

Angelina Basílio no ensaio técnico da Sociedade Rosas de Ouro. Foto: Cesar R. Santos/SRzd
Angelina Basílio no ensaio técnico da Sociedade Rosas de Ouro. Foto: Cesar R. Santos/SRzd

No próximo ano, a Roseira será a quinta a desfilar na sexta-feira, 17 de fevereiro, em busca do oitavo título do Grupo Especial paulistano.

Comentários

 




    gl