De olho no ensaio: em treino impressionante, Viradouro mostra excelência em quesitos de chão

A Viradouro mal voltou ao Grupo Especial e já se tornou exemplo para veteranas da elite do Carnaval carioca. Com uma gestão que conseguiu o resgate da escola, a comunidade renasceu das cinzas e voltou a acreditar em si. O sonho do campeonato para a agremiação que desfilou na Série A no ano anterior é cada vez mais palpável. E ao levar em conta os quesitos de chão, pode se tornar realidade.

O De olho no ensaio esteve no último treino de quadra da Viradouro, em 22 de janeiro, e atestou que, sim, “o brilho no olhar voltou”. Os desfilantes da vermelho e branco cantam e evoluem de forma impressionante, conduzidos por um Zé Paulo cada dia mais inspirado e uma bateria à la mestre Ciça, do jeito que a Viradouro gosta.

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De olho no ensaio da Viradouro (22 de janeiro). Foto: SRzd

Comunidade nota 10

É difícil apontar um único destaque do treino impressionante da Viradouro em sua quadra, em Niterói. Desde o primeiro samba de esquenta cantado pelo intérprete Zé Paulo, por volta das 21h20, a comunidade entra em estado de êxtase. O ápice acontece às 22 horas, quando é dada a largada ao samba do enredo “Viraviradouro”, oficial para o Carnaval 2019.

Sem perder o pique, as alas mantém nível de excelência em harmonia e evolução por cerca de 2 horas, tempo médio do ensaio da escola. “Se aqui é bom, você tem que ver no ensaio de rua, é dez vezes melhor”, comentou o presidente Marcelinho Calil. Seja jovem, adulto ou idoso, não há quem não levante os braços no refrão, finja que está em plena Marquês de Sapucaí e saiba que a nota 10 nos quesitos de chão é quase que uma certeza.

De olho no ensaio da Viradouro (22 de janeiro). Foto: SRzd

Impressionante também é o fôlego de Zé Paulo Sierra, intérprete da agremiação desde 2014. O cantor, por sinal, é bicampeão do Prêmio SRzd-Carnaval de melhor intérprete da Série A (2017 e 2018) e promete ser um dos favoritos na disputa de 2019. Zé não só canta a composição de Renan Gêmeo, Bebeto Maneiro, Ludson Areia, Jr Filhão, Raphael Richaid, Ricardo Neves e Carlinhos Viradouro, como evolui junto da escola. Uma hora ele está no palco, na outra, no meio das alas. Se piscar muito, nem vai perceber que o cantor já está no camarote cantando e sambando com o público.

De olho no ensaio da Viradouro (22 de janeiro). Foto: SRzd

No chão da quadra, a dança rápida e enérgica de Julinho e Rute mostra porque a dupla segue como um dos melhores casais de mestre-sala e porta-bandeira do Carnaval. Experiente e entrosado, o casal é outra esperança de nota máxima na Quarta-feira de Cinzas. E a dupla trabalha pra isso. Eles saem completamente suados do treino.

“A gente tem que se preparar para a fantasia, que é sempre quente. Outro dia, na Marquês de Sapucaí, eu ensaiei com uma blusa térmica”, contou Julinho, que não vê problema em enfrentar o calor de um Rio de Janeiro perto dos 40ºC: “É melhor que chuva. Pode fazer calor à vontade”, brincou.

De olho no ensaio da Viradouro (22 de janeiro). Foto: SRzd

Destaque também para o segundo casal, Amanda Poblete e Jeferson Souza, que dançou boa parte do treino e mostrou potencial de defensores do pavilhão principal. “A escola está com uma energia incrível e isso é passado para nós, desde o início do ensaio. Tem momentos que eu fico arrepiada”, comentou a porta-bandeira.

De olho no ensaio da Viradouro (22 de janeiro). Foto: SRzd

Ciça, sinônimo de ousadia

Muita gente sonhou com a volta de mestre Ciça à Viradouro. Aconteceu. E o tempo de espera valeu a pena, porque o comandante da Furacão Vermelho e Branco está mais ousado que nunca. Além do seu tradicional ritmo forte, uma variedade de bossas é ensaiada para o domingo de Carnaval, quando a Viradouro será a segunda escola a se apresentar.

Em uma das convenções, parte dos ritmistas se abaixam, enquanto o naipe de tamborim permanece em pé. A bateria é um dos pontos que gera maior expectativa para o desfile oficial, já que em entrevista anterior ao SRzd, o carnavalesco Paulo Barros, ao lado de mestre Ciça, afirmou que “só iria inovar na bateria novamente se fosse com o mestre” e disse que o público “pode esperar surpresas”. A dupla Barros e Ciça fez história em 2007, ao subir a bateria da Viradouro em cima de um carro alegórico.

De olho no ensaio da Viradouro (22 de janeiro). Foto: SRzd

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