SP: deputado do PSL, Bozella diz que governo Bolsonaro ‘é o mais corrupto da história’

O deputado Federal por São Paulo, Júnior Bozzella (PSL), vice-presidente nacional da sigla e ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que o Palácio do Planalto distribuiu R$ 92 milhões para o partido, em dezembro de 2020, em troca de apoio político.

As acusações foram feitas em entrevista concedida ao repórter Patrik Camporez, da revista Crusoé, publicada nesta sexta-feira (4). Os recursos teriam sido repassados via emendas parlamentares para aliados, fato que, segundo Bozella, trata-se de um escândalo “pior que o mensalão”, disse em referência ao escândalo que envolveu o governo do Partido dos Trabalhadores no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Quem acreditou nesse governo nunca imaginou que estaria construindo o governo mais corrupto da história, seja em áreas como o meio ambiente ou no toma lá da cá dentro do Parlamento”, acusou.

“Coube à liderança (do PSL) fazer a triagem com base na nossa relação política com prefeitos, com quem a gente tem ligação. Perguntaram quem a gente queria contemplar. Igual com as emendas impositivas. Foi com base nesse entendimento que o gabinete (dele) fez a indicação de onze municípios pequenos com essas características. Foi bem em cima da hora. A gente não teve tempo de fazer o trabalho, o rastreamento. Coube à liderança do PSL fazer essa distribuição, beneficiando mais os deputados bolsonaristas”, contou.

“Esse é o governo mais corrupto da história. Daqui a dez anos, as pessoas vão olhar para trás e vão ver que o mensalão foi barato perto disso. É muito mais escandaloso”, finalizou.

O deputado paulista rompeu com o presidente Bolsonaro em 2019, após racha interno no PSL. Ele também contou ter sido ameaçado pela família do presidente, chegando a receber escoltas da Polícia Legislativa.

O deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL) registrou, em 29 de abril, um boletim de ocorrência contra o deputado Bozzella. Eduardo disse que o colega de partido mentiu, em entrevista ao site O Antagonista, quando declarou ter sido ameaçado pelo filho do presidente no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando se encontrarem na manhã do mesmo dia.

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