PF abre procedimento para apurar interferência no caso Milton Ribeiro

Milton Ribeiro. Foto: Fabio Rodrigues/Agência Brasil

Milton Ribeiro. Foto: Fabio Rodrigues/Agência Brasil

O desembargador Ney Bello, do TRF -1, Tribunal Regional Federal, concedeu, nesta quinta-feira (23), liberdade ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso na operação Acesso Pago, da Polícia Federal, suspeito de chefiar um esquema ilegal de liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE, vinculado ao MEC.

Logo depois da decisão, a Polícia Federal divulgou nota informando a abertura de um procedimento interno para apurar “boatos de possível interferência” na operação.

“Considerando boatos de possível interferência na execução da Operação Acesso Pago e objetivando garantir a autonomia e a independência funcional do Delegado de Polícia Federal, conforme garante a Lei nº 12.830/2013, informamos que foi determinada a instauração de procedimento apuratório para verificar a eventual ocorrência de interferência, buscando o total esclarecimento dos fatos”, diz o texto da nota.

Em mensagem interna para colegas da PF, o delegado Bruno Callandrini, responsável pelo caso, disse que houve “decisão superior” para que Ribeiro não fosse transferido para Brasília, conforme determinação judicial emitida na quarta por um juiz Federal. O jornal Folha de S.Paulo publicou a informação primeiro.

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Em razão da “decisão superior”, escreveu o delegado, ele deixou de ter “autonomia investigativa e administrativa para conduzir o Inquérito Policial deste caso com independência e segurança institucional”.

“Falei isso ao Chefe do CINQ [Coordenação de Inquérito nos Tribunais Superiores, da Polícia Federal] ontem, após saber que, por decisão superior, não iria haver o deslocamento de Milton Ribeiro para Brasília e manterei a postura de que a investigação foi obstaculizada ao se escolher pela não transferência de Milton a Brasília à revelia da decisão judicial”, escreveu o delegado na mensagem e seguiu:

“O principal alvo, em São Paulo, foi tratado com honrarias não existentes na lei, apesar do empenho operacional da equipe de Santos que realizou a captura de Milton Ribeiro, e estava orientada, por este subscritor, a escoltar o preso até o aeroporto em São Paulo para viagem a Brasília”.

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