Categories: ColunasSandro Salvatore Giallanza

‘Dinheiro e poder se tornaram um vício’, você acredita neste argumento?

Esta frase não foi pronunciada por um criminoso arrependido, mas sim por um criminoso abatido pela justiça dos homens que até o momento imputou-lhe pena de aproximadamente 200 anos e que joga suas fichas numa delação ansiosamente aguardada que poderá como de fato está repercutindo como glicerina no emaranhado policialesco que se tornou o Governo do Estado do Rio de Janeiro, nos dois mandatos de Sérgio Cabral e como vem se descortinando nos dois mandatos de Luiz Fernando Pezão.

A orquestração de uma das maiores quadrilhas de larápios do Colarinho Branco jamais vista no planeta, cujos tentáculos integraram em conluio empresários e secretários de estado num assalto aos cofres públicos tão sórdido e tão bem arquitetado que não poupou praticamente nenhuma obra no estado do Rio de Janeiro.

O estado não só sangrou com o sobrepeço embutido para pagar as comissões dos compromissos assumidos com uma boa parcela do executivo do estado, mas também com a conivência da fiscalização que ficou esquecida nos preços praticados pelos cartéis de empresários que fatiaram as oportunidades de obras bilionarias que foram realizadas nos últimos 16 anos no executivo do estado.

Cabral resolveu mudar a sua posição pois se deu conta de que o cenário não conspirará tão cedo a seu favor anistiando ou reduzindo a sua impagável pena que beira 200 anos. Outro objetivo estratégico foi o de poupar sua esposa para que nada pese sobre a sua liberdade que lhe possibilitará estar protegida e seus filhos de quaisquer intempéries de subtrair o patrimônio construído de forma irregular durante anos dos mandatos como legislador e no executivo do estado. Mesmo retomando boa parte dos bens adquiridos com dinheiro sujo, seguramente Cabral terá parte do patrimônio inalcançáveis pelas garras da fiscalização pública.

No depoimento foi confirmada as presenças de secretários e do seu amigo pessoal que ocupava o Gabinete Civil como os maiores beneficiários da roubalheira praticada, surpreendeu que justamente seus secretários de fazenda foram isentados de participação na ladroagem deixando claro e evidente que os acertos financeiros não passaram diretamente pelos cofres públicos estaduais e sim diretamente pelas contabilidades das empresas privadas e fornecedoras do estado.

Outra evidência que veio a tona é que as negociatas partiram de seus “homens de confianca” nas pessoas de seus secretários de estado envolvidos que negociavam diretamente com as empresas antes dos processos licitatórios aconteceram estabelecendo o percentual das comissões exigidas para facilitar que uma empresa ou um consórcio fosse o vencedor.

A estratégia adotada servirá fundamentalmente para jogar mais lenha na fogueira contribuindo para esclarecer dúvidas existentes, descortina quem merece ser punido e não foi, quem foi punido e faltaram ser conhecidos outros envolvimentos com a roubalheira e sepultar quaisquer outras suspeitas com secretários que estejam com suas mãos limpas.

Sobre a pessoa do Eduardo Paes foi somente dito que houve a participação na captação de recursos para financiar a campanha a prefeitura do Rio de Janeiro, via caixa dois neste caso atiça e envolve a sigla do MDB, a equipe de campanha e expõe o TRE RJ que aprovou a prestação de contas do candidato Eduardo Paes.

Outra surpreendente citação foi a suspeita posta na mesa do envolvimento da OSS da Igreja Católica do Rio de Janeiro através da empresa Pró Saúde. Futuro a Deus pertence.

Sérgio Cabral não conseguirá reduzir suas penas a tal ponto de vir a beneficia-lo com uma liberdade antes que venha falecer, não existe a menor possibilidade deste gangster ser beneficiado, a esperança é a de que em suas próximas denúncias ele traga mais informações que permitam conhecer e identificar outros meandros da lavanderia e do esgoto que se transformou os 2 mandatos de Sérgio Cabral e de Pezão.

Nao basta estar condenado pela justiça dos homens, o pior carma que carregará foi o de ter sido responsável pelo sofrimento de milhares de servidores e de milhões de cidadãos do estado que foram acometidos pelo assalto indiscriminado aos cofres públicos estaduais. O preço a ser pago impingira num duro carma a ser resgatado nesta e em outras vidas espirituais.

O ápice da sua agora estratégia de reduzir o tamanho da sua pena abriu o bico soltando as impressionantes maracutaias que se estendem por onde nossos olhos alcançarem: Olimpíadas, Copa do Mundo, privatizações, merenda escolar, obras de infraestrutura, saúde, educação, dentre outros, assaltados por Cabral e sua organização criminosa, levantamentos atualizados apontam para uma sangria de R$ 1,5 bilhões, um montante de fazer inveja aos capi dei tutti capi da Camorra Siciliana.

Desacordos quebrados, interesses afetados e falta confiança podem justificar esta iniciativa vingativa certamente com beneficiários da quadrilha.

No seu primeiro depoimento ficou no ar que novas denúncias estão por vir. A impressão que fica é que muita água vai passar por debaixo da ponte e as estruturas políticas partidárias, empresariais e muitos figurões podem ser alcançados pelos próximos depoimentos do ex governador e de seus parceiros diretamente ligados estejamos preparados para o que está por vir.

Sandro Salvatore Giallanza

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