‘Guerra Civil’ lidera a bilheteria americana

Estreia mais comentada do último fim de semana nos Estados Unidos, “Guerra Civil” (Civil War – 2024, EUA / Reino Unido) conquistou US$ 25,7 milhões, dos quais, US$ 10,7 milhões apenas no dia de seu lançamento no mercado americano.

De acordo com a Variety, “Guerra Civil” é “o primeiro filme da A24 a liderar as paradas na América do Norte, estabelecendo um recorde de fim de semana de abertura para o estúdio especializado com sede em Nova York”. Ainda segundo a publicação, “no início do fim de semana, a projeção era de que ‘Guerra Civil’ teria entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões. Essas vendas de ingressos teriam sido suficientes para ultrapassar ‘Hereditário’, de 2018 (que estreou em quarto lugar, com US$ 13,6 milhões), como a maior estreia da A24. Mas o filme, estrelado por Kirsten Dunst como uma jornalista que atravessa os Estados Unidos violentamente dividido, está se beneficiando da curiosidade dos cinéfilos (como, exatamente, essa divisão entre os estados azuis e os vermelhos se desenrola, e será que ela chega muito perto de casa em um ano eleitoral? De acordo com o estúdio, ‘Guerra Civil’ teve um desempenho superior em mercados como Los Angeles e El Paso, no Texas (coincidentemente, esses estados lideram as chamadas ‘Forças Ocidentais’ sucessórias do filme)”.

Orçado em US$ 50 milhões, o longa-metragem mais caro da A24 tem despertado variadas reações da plateia americana, sobretudo por ter sido lançado em ano eleitoral que promete uma disputa tão polarizada e acirrada quanto a anterior, entre o atual presidente, o democrata Joe Biden, e seu antecessor, o republicano Donald Trump.

Com direção e roteiro do britânico Alex Garland, “Guerra Civil” é uma mistura de road movie e filme de guerra que acompanha as consequências de nova guerra de secessão americana a partir da viagem de uma equipe de imprensa, liderada pela fotógrafa Lee (Kirsten Dunst) e pelo jornalista Joel (Wagner Moura), de Nova York a Washington D.C., onde pretendem entrevistar o presidente interpretado por Nick Offerman, que segue em seu terceiro mandato após extinguir o FBI. A dupla é acompanhada pelo veterano Sammy (Stephen McKinley Henderson) e pela novata Jessie (Cailee Spaeny).

“Não é de se surpreender, portanto, que ‘Guerra Civil’ atraia controvérsias, já que nos lava, e a seus personagens centrais, em desconforto sem nenhum aviso, sem nenhum convite para desviar o olhar e sem nenhuma tribo à qual se apegar para nos dizer o que é certo e o que é errado. ‘Guerra Civil’ é um filme abrasivo e desconfortável, não porque adere totalmente a uma ideologia específica, mas porque não adere – e odiamos não ter lados claramente definidos para torcer a favor ou contra, ou uma mídia que não se alinhe perfeitamente com nossa visão de mundo, para que possamos sair do cinema confiantes de que somos uma boa pessoa”, afirma Richard Newby, do The Hollywood Reporter, complementando: “Como roteirista e diretor, Garland sempre ofereceu uma perspectiva única sobre a condição humana, em grande parte desprovida de binários como o bem e o mal que o público americano adora defender”.

Levando a plateia à reflexão mesmo sem explicar os motivos pelos quais os Estados Unidos foram tomados pelo caos de uma nova guerra de secessão que uniu, por exemplo, Califórnia e Texas, dois estados de posicionamentos políticos opostos, como a chamada Força Ocidental, “Guerra Civil” segue no centro do burburinho do circuito exibidor americano, chamando a atenção do público daquele país. No Brasil, o filme tem lançamento agendado para a próxima quinta-feira (18), tendo como um dos principais chamarizes o fato de ser uma produção cinematográfica de grande porte coestrelada por Wagner Moura.

Assista ao trailer oficial (legendado):