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Conheça bem os candidatos e vote consciente

As eleições começam a tomar conta da programação da mídia em geral. Particularmente, o pleito de outubro deste ano assume papel fundamental por força de sua peculiaridade envolvendo temas delicados, diferenciados e decisivos para que ultrapassemos os graves problemas conjunturais que estão arrastando a tão sonhada retomada do crescimento como algo intangível no cenário que vivemos atualmente.

O contágio do legado maldito deixado exerceu e continuará exercendo forte influência sobre os destinos nacionais e merecem serem zeradossob pena de não sairmos desta situação. Vejamos quais são e seus reflexos:

1) Corrupção: o alcance dos políticos citados como beneficiários do assalto aos cofres públicos espanta, viraliza e gera dúvidas quanto a segurança e a estabilidade institucional, política e econômica nacional. Números preliminares indicam aproximadamente 150 homens públicos sob suspeita. Enquanto este estado de coisas permanecer em evidência daí a importância de escolhermos politicos onde não pairem a espada da justiça e da lei sobre suas cabeças. A desconfiança não permite ao governo, ao legislativo e nem ao judiciário terem a autoridade e o reconhecimento de representação respeitada;

2) Endividamento: o nivel entre a relação do endividamento versus o PIB nunca alcancou uma marca como a atual, 72%, e a perspectiva não é nada animadora caso permaneça o cenário onde os juros reais praticados podem em aproximadamente 10 anos tornar esta relação perigosa em se tratando de um país considerado emergente. Diferentemente de um país desenvolvido que consegue se financiar via mercado financeiro sem dificuldades, nosso país ainda está sujeito a desconfiança quanto aos seus verdadeiros propósitos;

3) Desemprego: menor atividade econômica representa menor estímulo indutivo para as empresas em virem retomar as contratações num ritmo consistente e constante ofertando postos de trabalho em volume suficiente para mitigar o espantoso número de desempregados na casa dos 12 milhões. O endividamento é um dos responsáveis pela baixa geração de emprego;

4) Educação: entram candidatos e saem candidatos no executivo e no legislativo e a solução de fortalecer, qualificar e oferecer educação de qualidade fica apenas na promessa e o Brasil, se nada for feito de positivo na educação, continuará a postergar o desenvolvimento e o crescimento sustentável da economia se mantiver este desinteresse em promover políticas estruturantes para a educação;

5) Saúde: caótica é a maneira mais elegante que podemos distinguir o estado dos serviços públicos na saúde. Chega a ser ultrajante e indecoroso, o que os brasileiros se sujeitam quando precisam dos serviços públicos na saúde. A crise influenciou decisivamente em piorar ainda mais os serviços em geral razão direta da redução dos investimentos e na manutenção dos serviços públicos da saúde.

Não será com o uso da força bruta que se resolverá estes graves problemas nacionais.

Outro fator agravante e crítico é a tendência para o crescente envelhecimento da população brasileira que naturalmente influenciará para um desproporcional desequilíbrio entre o peso relativo e absoluto do orçamento da saúde pública que crescerá numa variação menor do que a velocidade do envelhecimento da população;

6) Transporte: outro gargalo que vai empurrar o país para uma pressão por investimentos urgentes para a oferta de alternativas para o transporte público de massa e de qualidade. A producao de veiculos despeja no mercado anualmente 3,5 milhões de veiculos no país se nada for feito, as ruas e avenidas das cidades brasileiras ficarão intransitáveis.

Não existe mágica para resolver esta situação senão a de fortalecer e qualificar as opções do transporte público como forma de estimular o uso em detrimento do uso dos carros de passeio;

7) Segurança: quanto mais se acentua a crise econômica maior será o rastilho empurrando cada vez mais número de desesperançados brasileiros rumo a criminalidade. Influenciam decisivamente a baixa geração de emprego, a falta de ensino de qualidade e técnico, a falta das mínimas condições na oferta de serviços públicos de qualidade;

8) Habitação: o déficit habitacional impacta fortemente por rasgar o frágil e o tênue tecido social. O cidadão que não possua as condições de ter um teto para morar será mais propenso a engrossar o exército de excluídos dos sem moradia, impactando diretamente na formação social, moral e ética neste universo de brasileiros;

O desafio é imenso, por onde se análise identificaremos pressões sociais cada vez mais crescentes e que vem se avolumando de forma insustentável. A zona de conforto tenderá a ser afetada e incomodada e não será com o uso da força bruta que se resolverá estes graves problemas nacionais.

Os mandatários públicos a serem eleitos que se debruçarem sobre estes temas e que conseguirem mitigar o seu tamanho sobre os ombros da população infalivelmente serão reconhecidos e gozarão do prestígio a que fazem direito.

As rodadas de entrevistas e de debates devem ser explorados com maestria e devemos ser contundentes quanto a objetividade das respostas, o Brasil espera muito de nós e as futuras gerações agradecerão pelo legado positivo a ser deixado.

Sandro Salvatore Giallanza

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