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As incertezas diminuíram, mas esteja atento

Desde a greve dos caminhoneiros, nenhum fato de mais expressivo afetou ou ameaça afetar o ambiente no país. Existem riscos sendo monitorados que estão sendo acompanhados e que merecem atenção. As eleições gerais, que têm potencial para criar sensíveis mudanças no ambiente econômico, e, no cenário externo, o contencioso comercial envolvendo USA e o planeta.

Estar em estado de alerta é como hoje deve estar posicionado os membros do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.

Por outro lado, o cenário para a inflação no país revela-se confortável.

Pela relativa estabilidade, preferiram não indicar os próximos passos na definição da taxa básica de juros, a Selic.

“O maior nível de incerteza da atual conjuntura gera necessidade de maior flexibilidade para condução da política monetária, o que recomenda abster-se de fornecer indicações sobre os próximos passos da política monetária”, dizem os diretores em ata (íntegra) da última reunião, divulgada nesta 3ª feira (7.ago.2018).

Na semana passada, o colegiado decidiu manter a taxa básica de juros em 6,5% ao ano pela 3ª reunião seguida. Com isso, a Selic continua na mínima histórica.

Sobre a inflação, o BC acredita que a forte aceleração de junho –quando o IPCA bateu 1,26%– foi uma consequência do desabastecimento causado pela paralisação do setor de transportes.

“Projeções de inflação para julho e agosto indicam a visão de que os efeitos desses choques devem ser temporários”, diz o documento.

A inflação de julho será divulgada nesta 4ª feira (8.ago) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O Copom acrescentou que, antes da greve, a inflação se situava em níveis baixos e que um “ajuste de preços relativos em contexto com expectativas ancoradas poderá contribuir para a convergência da inflação para as metas, sem constituir risco para a manutenção de sua dinâmica favorável após concluídos esses ajustes”.

O colegiado tem a responsabilidade de garantir o cumprimento da meta de inflação, que para 2018 é de 4,5% com tolerância de 1 ponto percentual para cima (6%) ou para baixo (3%).

Em relação às condições internas, o comitê afirmou que o cenário básico contempla continuidade do processo de recuperação da economia, mas “em ritmo mais gradual do que aquele esperado antes da paralisação”.

Já sobre o cenário externo, avaliou que há riscos associados principalmente ao aumento de juros em países desenvolvidos e a incertezas no comércio internacional. Assim, destacou a “capacidade que a economia apresenta de absorver revés no cenário internacional”, mas ponderou a possível “deterioração adicional do cenário para economias emergentes”.

Os membros do colegiado afirmaram que as próximas decisões na condução da política monetária “continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.

O BC enfatizou também que, para manter a inflação e a taxa básica de juros em patamares baixos, é necessário levar adiante “a aprovação e implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal”.

Destacou também a importância de iniciativas que visem o aumento de produtividade, ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios.

Na ata, o comitê elevou as projeções para a inflação dos preços administrados, como combustíveis e energia elétrica, em 2019.

O colegiado prevê que, em 1 cenário de Selic em 6,5% ao ano em 2018 e 8% em 2019 e taxa de câmbio em R$ 3,70 para os 2 períodos, as tarifas devem subir 7,2% em 2018 e 4,8% em 2019. Na ata da última reunião, de junho, projetava 4,6% para o ano que vem.

A reunião tem duração de 2 dias. No 1º dia é apresentada uma análise da conjuntura doméstica. No 2º, são apresentadas alternativas para a taxa de juros de curto prazo e feitas recomendações acerca da política monetária.

Com todas as falas completas, o colegiado inicia a votação das propostas para a Selic buscando, sempre que possível, o consenso que seja melhor aos interesses nacionais.

Sandro Salvatore Giallanza

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