Péssimas lições: o processo eleitoral segue sem educação

As eleições nem acabaram, mas estão deixando uma marca de extremismo e desrespeito aos valores básicos de cidadania e princípios de convívio social. Se considerarmos os exemplos observados durante o processo eleitoral, as lições aprendidas nas aulas dos presidenciáveis candidatos são as piores possíveis. Ensinamos invariavelmente aos nossos futuros cidadãos que:

Mentir é uma estratégia válida;

As mentiras também estão nas lições de casa (propostas de Governo): eu prometo que vou fazer sabendo que não vai dar para fazer;

Não há coerência entre discurso e prática: o que eu prometo não cumpro;

Meus interesses pessoas estão acima de tudo. Não respeitamos os princípios de cidadania, nem buscamos um ambiente coletivo mais justo e igualitário;

Os objetivos são mais importantes do que os meios que nos levam até eles;

O desrespeito às regras (Constituição) e aos responsáveis pelo seu cumprimento (instituições) é estimulado;

A má conduta é livre – não há punição aplicada para as práticas ilegais;

É valorizado o perfil “esperto enganador” em detrimento do preparo (estudo) e do esforço pela qualificação,

É comum a prática de mau uso dos bens coletivos (mistura de público com privado).

Importante refletir sobre o papel de cada um de nós na construção desse palanque eleitoral. Qual a nossa responsabilidade na construção desse roteiro que transferimos ao outro. O que uma sociedade carente de emprego, renda, saúde, educação, justiça e segurança é capaz de fazer?

Como reconstruir esse caminho?