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Moda criativa e inclusão de mãos dadas

Quando falamos em criatividade pensamos imediatamente em invenção, autenticidade e inovação. A partir deste pensamento, surgiu a famosa economia criativa, uma forma econômica em ascensão no mundo inteiro hoje. Dentre muitos pensamentos e ideais desta economia, estão a ação, prática e imersão na vivência em experiências variadas, divididas em quatro grandes áreas, como: consumo, mídia, tecnologia e cultura.

No cenário de moda não poderia ser diferente. Estamos vivendo um momento de muitas mudanças e transformações, que em alguns setores e instituições têm se tornado um processo rico em experiências mais do que relevantes, levando para o dia a dia das pessoas um setor aquecido dentro e fora do Brasil, o Carnaval. Sim, o Carnaval!

Quando idealizamos a moda em nossa mente, talvez não conseguimos no primeiro momento enxergar moda e Carnaval juntos, mas o Carnaval é mais do que somente uma folia e tem moda para dar e vender! E é isso que vamos mostrar hoje!

Tivemos a honra de entrevistar uma mulher, esposa, mãe, empresária e, acima de tudo, uma empreendedora da economia criativa do Carnaval no Rio de Janeiro, a queridíssima Célia Domingues.

Célia que é administradora por profissão é uma empreendedora social e considerada por muitos uma sonhadora e realizadora de muitos projetos ligados à cultura do Carnaval. Em 1998, junto a outras 17 mulheres, fundaram a AMEBRAS – Associação de Mulheres Empresárias do Brasil, logo a seguir, Mulheres Empreendedoras, com o objetivo de qualificar, capacitar, fortalecer, unir mulheres de diferentes idades, classes sociais, econômicas, experiências profissionais, não alfabetizadas, acadêmicas, para ocupar novos e velhos espaços de trabalho com reconhecimento justo pela capacidade e competência, sem comparações de gênero ou idade.

A Moda Carnaval é uma grande árvore da economia criativa que está presente 365 dias na vida do carioca e por isso é tão bem vista em outras regiões e até mesmo fora do Brasil; no entanto, precisa ser valorizada no Estado e assim, incentivada, fomentada e reconhecida , para que os empreendedores e a cadeia produtiva possam se sustentar e gerar cada vez mais empregos, produzindo de maneira mais extensa, levando ao público uma moda diferente, mas popular, estabelecendo uma veia forte na inclusão social e cultural na rotina destas pessoas.

Na entrevista, Célia conta também que falta um olhar sem discriminação das instituições e produtores de moda para entenderem que o Carnaval é moda o ano inteiro, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, onde acontece o tão cobiçado maior espetáculo da Terra.

“Há mais de 8 anos estamos procurando os produtores de feiras de moda, que acontecem no Rio, para abrir espaços para a moda Carnaval. Quase todos, educadamente, acham legal, interessante, bacana, mas depois esquecem. Inclusive, já ouvi de alguns que não conseguem fazer o link Carnaval com moda, pois pensam sempre em fantasias. Outro dia, li uma matéria no jornal , que um profissional de negócios do Sebrae diz que Carnaval é sazonal (oi !!!!????). Estes profissionais deveriam imergir para conhecer mais este mercado e, garanto, vão descobrir coisas maravilhosas, fonte de inspiração para muitos profissionais que vivem da indústria do Carnaval há anos, o ano inteiro”, declara Célia.

Além disso, dentre muitos projetos que a AMEBRAS cria, apresenta e gerencia no Carnaval, temos que destacar um, a Oficina de Moda Carnaval, que desde 2006 vem lançando talentos e estilos diferenciados, através de produção com mulheres das comunidades do entorno das escolas de samba no Rio de Janeiro, que tem como madrinha a cantora Alcione, envolvendo em ações colaborativas e sociais muitos profissionais do setor como: Lucinha Nobre, Selminha Sorriso, Viviane Araújo, Quitéria Chagas, dentre outras que participaram voluntariamente como modelos do Catálogo de Moda Carnaval da Associação. O projeto é autossustentável e funciona em regime de produção criativa, aquecendo o comércio de moda, que garante a sustentabilidade das empreendedoras envolvidas, além de preservar sua identidade, cidadania e autoestima. A mensagem é: “Vamos acordar e atender às demandas de Carnaval do mundo. Esta expertise é nossa”.

O Carnaval é economia criativa, gera sustentabilidade, promove cultura e incentiva a inclusão social e econômica, e é isso que preservamos neste século colaborativo.

Wallace Safra

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