‘T2 Trainspotting’: Robert Carlyle rouba a cena

Baseado na obra “Porno”, de Irving Welsh, “T2 Trainspotting” (Idem – 2017) chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 23, fazendo uma bela homenagem ao cult que o originou, “Trainspotting – Sem Limites” (Trainspotting – 1996).

Ambientado 20 anos após os acontecimentos do primeiro longa, “T2 Trainspotting” começa mostrando Renton (Ewan McGregor) limpo e sóbrio, longe da loucura que vivia em Edimburgo (Escócia). Mas um problema familiar lhe obriga a voltar à sua cidade natal, onde reencontra seus antigos companheiros, Spud (Ewen Bremner) e Sick Boy (Jonny Lee Miller), ainda viciados em heroína. Aos poucos, Renton demonstra que sua vida não está às mil maravilhas e acaba voltando ao crime e às drogas, sem saber que terá de lidar com Begbie (Robert Carlyle), que fugiu da prisão com sede de vingança.

Mantendo a linguagem de videoclipe e utilizando imagens de “Trainspotting – Sem Limites” como flashbacks, inseridos com precisão cirúrgica pela montagem de Jon Harris, esta produção assume uma atmosfera nostálgica ao reverenciar o cult apostando em referências constantes. Com isso, comparações entre ambos os filmes são inevitáveis, porém, o que os difere são as doses de sentimentalismo e melancolia do segundo, não apenas pelas lembranças de outrora, mas também pela preocupação com familiares, como a de Spud para com o filho adolescente.

Neste ponto, há de se destacar as hilariantes sequências protagonizadas por Begbie e seu sonho de transformar o próprio filho em parceiro de crime, hipótese nunca cogitada pelo jovem que quer ingressar numa faculdade. E é Begbie o grande destaque deste longa, pois Robert Carlyle está impagável em cena, ofuscando todos os seus colegas de elenco, inclusive Ewan McGregor, que concede certa maturidade ao caos que havia deixado para trás.

Dirigido por Danny Boyle, “T2 Trainspotting” não tem o mesmo impacto do original, mas é um filme muito divertido que explora com muita eficiência o vazio existencial de seus personagens e os efeitos da passagem de tempo em cada um deles, usando-os para enriquecer ainda mais a história que se propôs a contar, embalada por uma trilha sonora poderosa que conta com muito rock and roll – de “Radio Ga Ga” (Queen) a “Dreaming” (Blondie), passando por “Lust for Life” (Iggy Pop), que também integra a trilha do primeiro longa.

Assista ao trailer oficial: