Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Mestres do Universo’: Sony pode vender os direitos para a Netflix

“Mestres do Universo” tem lançamento previsto para 05 de março de 2021 (Foto: Divulgação).

Previsto para 05 de março de 2021, “Mestres do Universo” (Masters of the Universe – 2021) pode ter seus direitos vendidos pela Sony Pictures à Netflix. De acordo com o The Hollywood Reporter, o remake do filme estrelado por Dolph Lundgren em 1987 tem orçamento milionário, o que tem preocupado Tom Rothman, presidente da Sony. E parte da preocupação de Rothman advém das bilheterias de “MIB: Homens de Preto – Internacional” (Men in Black – International – 2019), de F. Gary Gray, que, segundo o Box Office Mojo, custou US$ 110 milhões e arrecadou US$ 253,8 milhões mundialmente, garantindo uma margem de lucro considerada pequena para os padrões hollywoodianos.

 

Dirigido pelos irmãos Aaron e Adam Nee, que não têm nenhum sucesso comercial estrondoso como diretores no currículo, a refilmagem de “Mestres do Universo” (Masters of the Universe – 1987), de Gary Goddard, é um sonho antigo da Sony, que detém os direitos desde os anos 2000. E o anúncio de sua produção foi feito no momento no qual o estúdio obteve bons resultados no universo de super-heróis, sobretudo na parceria com a Marvel / Disney, que rendeu dois longas dirigidos por Jon Watts e estrelados por Tom Holland: “Homem-Aranha: De Volta Para Casa” (Spider-Man: Homecoming – 2017) e “Homem-Aranha: Longe de Casa” (Spider-Man: Far From Home – 2019), a maior bilheteria da História do estúdio, US$ 1,131 bilhão ao redor do globo.

 

Também chamado de “He-Man e os Mestres do Universo” no Brasil, “He-Man e os Defensores do Universo” fez imenso sucesso na década de 1980 (Foto: Divulgação).

Baseado na linha de brinquedos lançada pela Mattel no início dos anos 1980, que virou febre entre as crianças principalmente após o lançamento do desenho animado “He-Man e os Defensores do Universo” (He-Man and the Masters of the Universe – 1983 – 1985), exibido no Brasil no programa do “Balão Mágico” (1983 – 1986) e posteriormente no “Xou da Xuxa” (1986 – 1992), ambos da Rede Globo, o longa deixou os fãs de outrora animados com a possibilidade de ver os personagens de Etérnia em ação novamente. O sucesso do desenho foi tão grande que originou outra série animada, “She-Ra: A Princesa do Poder” (She-Ra: Princess of Power – 1985 – 1987), que recentemente ganhou um remake produzido pela DreamWorks Animation e disponível no catálogo da Netflix, “She-Ra e as Princesas do Poder” (She-Ra and the Princesses of Power – desde 2018).

 

O fato de a gigante do streaming disponibilizar “She-Ra e as Princesas do Poder” e estar produzindo a série animada “Masters of the Universe: Revelation”, ainda sem data de estreia definida, pode influenciar nas negociações, que, ainda segundo o The Hollywood Reporter, estão em fase iniciale são lideradas por Sanford Panitch, vice-presidente da Sony. Outro fator de peso é a escalação de Noah Centineo como protagonista de “Mestres do Universo”. O ator de 23 anos é um dos astros da Netflix, responsável por sucessos adolescentes como “Sierra Burgess é uma Loser” (Sierra Burgess is a Loser – 2018), “O Date Perfeito” (The Perfect Date – 2019) e a agora franquia “Para Todos os Garotos que Já Amei” (To All the Boys I’ve Loved Before – iniciada em 2018), que tem mais dois filmes confirmados e aguardados com ansiedade pelo público: “Para Todos os Garotos que Já Amei 2” (To All the Boys: P.S. I Still Love You – 2020) e  “Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre, Lara Jean” (To All the Boys: Always and Forever, Lara Jean – 2020).

 

“Mestres do Universo” é protagonizado por Noah Centineo, astro da Netflix (Foto: “Para Todos os Garotos que Já Amei” / Divulgação / Crédito: Netflix).

 

No entanto, o resultado de outro longa-metragem do estúdio, que tem Centineo no elenco, “As Panteras” (Charlie’s Angels – 2019), também pode influenciar na decisão da Sony, pois se o filme tiver desempenho satisfatório nas bilheterias, poderá significar a aprovação do ator na tela grande, mesmo que num papel coadjuvante. Dirigido por Elizabeth Banks, o filme inspirado na série televisiva homônima, exibida entre 1976 e 1981 e estrelada por Kate Jackson, Farrah Fawcett e Jaclyn Smith, tem lançamento agendado para 14 de novembro no Brasil.

 

Considerada por muitos executivos como “inimiga número um” da indústria cinematográfica, a Netflix, assim como outras plataformas de streaming, está ganhando cada vez mais espaço. E, caso as negociações com a Sony se concretizem, a empresa pode ganhar o status de “salvadora” caso o resultado final do longa não agrade ao espectador. No entanto, há o outro lado da moeda que a Sony também está analisando, pois se “Mestres do Universo” conquistar críticas positivas e grande audiência na Netflix, o estúdio perderá uma quantia considerável de dinheiro advinda das salas de exibição, que mantêm as engrenagens da indústria funcionando.

 

Em fase de pré-produção, “Mestres do Universo” não teve nenhum detalhe divulgado nem mesmo sobre o seu elenco, que tem apenas Noah Centineo confirmado, segundo o IMDB.

 

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