Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou’ estreia nesta quinta nos cinemas

“Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou” é dirigido por Bárbara Paz (Foto: Divulgação).

Escolhido para representar o Brasil na corrida por uma vaga dentre os indicados da categoria de melhor filme internacional no Oscar 2021, “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou” (2020) chega aos cinemas nesta quinta-feira, dia 26.

 

Dirigido por Bárbara Paz, viúva de Hector Babenco, o documentário analisa a trajetória do cineasta argentino naturalizado brasileiro contando, em sua maioria, com depoimentos dele próprio, gravados, sobretudo, nos seus últimos meses de vida. Trabalhando as questões da finitude e do sentimento de ausência de raízes, “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou” passeia pelas memórias do diretor que não se sentia aceito no Brasil, mesmo levando o país para conceituados festivais de cinema internacionais e, também, ao Oscar – “O Beijo da Mulher-Aranha” (1985) venceu a estatueta dourada de melhor ator (William Hurt) e concorreu às de filme, direção e roteiro adaptado.

 

Produzido como uma espécie de celebração ao diretor, o longa tem na montagem de Paz e Cao Guimarães seu principal alicerce por conceder ritmo narrativo, bem como por inserir com precisão trechos de filmes, inclusive de seus bastidores, como “Pixote: A Lei do Mais Fraco” (1981), “Carandiru” (2003) e “Meu Amigo Hindu” (2003), estrelado por Willem Dafoe, produtor associado de “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou”.

 

Estreia segura de Bárbara Paz na direção de longas-metragens, “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou” registra o agravamento da doença de maneira a comover o espectador, mas sem utilizar o recurso da pieguice, mas perde um pouco de força por não ter a imparcialidade necessária em produções classificadas como documentário. Contudo, apesar da falta de distanciamento entre a câmera e seu objeto de estudo por se tratar de um projeto idealizado por Babenco e Paz, o longa é interessante por apresentar o homem por trás da figura pública, esmiuçando sua personalidade e a relação com a morte.

 

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