Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

Oscar 2021: ‘Babenco’ é escolhido para representar o Brasil

“Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou” é dirigido por Bárbara Paz (Foto: Divulgação).

Nesta quarta-feira, dia 18, a Academia Brasileira de Cinema anunciou “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou” (2020) é o representante brasileiro na corrida por uma vaga dentre os finalistas da categoria de melhor filme internacional do Oscar 2021. Dirigido por Bárbara Paz, viúva de Hector Babenco, o documentário foi escolhido pelo Comitê de Seleção presidido por Viviane Ferreira e composto por André Ristum, Clélia Bessa, Leonardo Monteiro de Barros, Lula Carvalho, Renata Maria de Almeida Magalhães e Toni Venturi.

 

“É uma maravilha isso, é o primeiro documentário a ser escolhido pelo Brasil a competir. É uma surpresa maravilhosa, o Hector merecia muito isso. Eu acho que o amor venceu”, afirma Paz, que decidiu realizar o último pedido do cineasta com quem viveu por muitos anos, registrando o avanço da doença que o levou aos 70 anos de idade, bem como seus medos e memórias.

 

Além de “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou”, outros 18 títulos estavam na disputa para representar o Brasil no Oscar 2021. São eles: “A Divisão” (2020), de Vicente Amorim e Rodrigo Monte; “A Febre” (2020), de Maya Werneck Da-Rin; “Alice Junior” (2020), de Gil Baroni; “Aos Olhos de Ernesto” (2020), de Ana Luíza Azevedo; “Casa de Antiguidades” (2020), de João Paulo Miranda Maria; “Cidade Pássaro” (2020), de Matias Mariani; “Jovens Polacas” (2020), de Alex Levy-Heller; “M8” (2020), de Jeferson De; “Macabro” (2020), de Marcos Prado; “Marighella” (2020), de Wagner Moura; “Minha Mãe é Uma Peça 3” (2020), de Susana Garcia; “Narciso em Férias” (2020), de Ricardo Calil; “Pacarrete” (2020), de Allan Deberton; “Pureza” (2020), de Renato Barbieri; “Sertânia” (2020), de Geraldo Sarno; “Todos os Mortos” (2020), de Caetano Gotardo, Marco Dutra; “Três Verões” (2020), de Sandra Kogut; e “Valentina” (2020), de Cássio Pereira dos Santos.

 

“Recebemos com enorme alegria a escolha do BABENCO para representar o Brasil na corrida pelo Oscar. Ao mesmo tempo que é uma enorme alegria, é uma enorme responsabilidade. É uma disputa com os melhores 80, 90 filmes do ano… Faremos essa campanha com muita dedicação e orgulho. Temos um filme lindo e muito especial nas mãos”, afirma o coprodutor Fabiano Gullane em comunicado à imprensa.

 

Um dos nomes mais importantes do cinema latino-americano, Hector Babenco nasceu em Buenos Aires, mas se naturalizou brasileiro, realizando no país que escolheu para residir filmes como “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia” (1977), “Pixote: A Lei do Mais Fraco” (1981), “Carandiru” (2003) e “O Beijo da Mulher-Aranha” (1985), que lhe rendeu sua única indicação ao Oscar de melhor direção – o cineasta perdeu a estatueta para Sydney Pollack, por “Entre Dois Amores” (Out of Africa – 1985). Seu último filme foi “Meu Amigo Hindu” (2015), estrelado por Willem Dafoe e Maria Fernanda Cândido.

 

Produzido pela Gullane em parceria com a Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil, “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou” tem lançamento agendado no circuito comercial para 26 de novembro.

 

Adiada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS) em virtude da pandemia do novo coronavírus, a 93a edição do Oscar está agendada para 25 de abril de 2021, no Dolby Theatre, em Los Angeles. O anúncio dos indicados será feito em 15 de março. Contudo, se a pandemia não for controlada até lá, a possibilidade de novo adiamento não poderá ser descartada, pois as salas de exibição americanas ainda não reabriram em sua totalidade. Na verdade, parte das que retomaram suas atividades teve de fechar novamente tanto em solo americano quanto europeu devido à ameaça da segunda onda de contágio que está levando diversas cidades a decretar lockdown.

 

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