Responsável pela revitalização da Gucci, Tom Ford é um nome forte no universo da moda, marcado pela frieza e superficialidade de passarelas que vendem não apenas uma tendência para a estação, mas um padrão de beleza por vezes esquálido e incoerente com a realidade. Por esta razão, a sequência de abertura de “Animais Noturnos” (Nocturnal Animals – 2016) quebra o paradigma da beleza imposto à (e pela) sociedade e pode ser interpretada como a primeira etapa de uma dura crítica ao culto da aparência, bem como um aviso para que o espectador, nas quase duas horas seguintes, não espere uma trama presa à superfície.
Um dos lançamentos desta quinta-feira, dia 29, o longa baseado na obra “Tony and Susan”, de Austin Wright, oferece uma trama densa e cruel que se divide entre o drama e o thriller para contar a história de Susan Morrow (Amy Adams), mulher bem sucedida no trabalho, mas infeliz no casamento. Um dia recebe de seu ex-marido, Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal), o manuscrito de um livro sobre uma família vítima de violência numa estrada do Texas, durante uma viagem à Marfa. Cada página mexe com o emocional de Susan, trazendo à tona lembranças dolorosas de um passado quase esquecido.
“Animais Noturnos” constrói dois mundos distintos: o de Susan, marcado pela sofisticação e frieza, oriunda da indiferença do atual marido e seu casamento de fachada; e o de Tony (também interpretado por Gyllenhaal), homem em busca de justiça numa paisagem empoeirada e, de certa forma, inóspito, no calor do velho-oeste. As atmosferas de ambos se distinguem não somente pelas tramas propriamente ditas, mas também pela fotografia de Seamus McGarvey, que explora cada detalhe de cenários e locações com maestria, sobretudo na utilização de cores.
Elegante em sua estética, a produção conta ainda com o roteiro coeso e amarrado de Ford, que apresenta com eficiência tanto a história de Susan quanto a do livro de seu ex-marido. Isto se deve também à ágil montagem de Joan Sobel, que costura as duas tramas com muita habilidade, inclusive flashbacks, impulsionando o ritmo da narrativa.
No entanto, “Animais Noturnos” tem seu elenco como grande trunfo, especialmente Amy Adams e Jake Gyllenhaal, que brindam o público com atuações complexas e impecáveis. Enquanto Adams exprime a tristeza e a dor da solidão apenas com o olhar, Gyllenhaal equilibra a dor e fragilidade emocionais de Tony com a frustração de Edward, mostrando personagens distintos, mas interligados. Dentre os coadjuvantes, os destaques são Michael Shannon (Bobby Andes), como um policial sem nada a perder e sedento por justiça, e Aaron Taylor-Johnson (Ray Marcus), como um psicopata que se julga acima da lei.
Marcando o amadurecimento de Tom Ford como cineasta, após sua estreia com “Direito de Amar” (A Single Man – 2009), “Animais Noturnos” é um filme elegante e impactante, que critica a cultura da aparência ao mostrar que o feio pode estar escondido sob uma beleza estonteante, que não resistirá ao duro e amargo acerto de contas com o passado.
Assista ao trailer oficial:
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