Qatar 2022: o planeta futebol na Terra das Mil e uma Noites

Com quase metade dos 21, 910 mil km2 do Sergipe, o menor estado brasileiro, o Qatar vai transformar seus 11, 571 mil km2 na sede da que devera ser a Copa do Mundo mais compacta e mais incrível de toda a história no que diz respeito ao arrojo, ao estilo arquitetônico, a ousadia e à grandiosidade de suas oito climatizadas arenas Estas serão o palco do próximo desfile internacional dos astros do futebol, em 2022, entre 21 de novembro e 18 de dezembro, no inverno local, e em período totalmente distinto do das 20 demais Copas, sempre organizadas em junho/julho, época em que os termômetros fervem a 50 graus centígrados.

Monarquia islâmica e absolutista, governada pelo emir (soberano) Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani, abrigando uma população de 2,7 milhões, o Qatar parece predestinado a realizações inversamente proporcionais ao tamanho do país número 160 do mundo em território.

“O Qatar está sempre pronto para se candidatar a qualquer coisa. Estamos prontos a qualquer tempo, para sediar qualquer grande evento, e a Olimpíada é um deles”, enfatizava, em 2015, quando do Mundial masculino de handebol, na capital Doha, o xeque Joaan bin Hamad bin Khalifa Al Thani, irmão do emir.

Arrogância? Excesso de auto-confiança? Não. A consciência da capacidade de realização de um país que teve um enorme salto de desenvolvimento desde a segunda metade da década de 90, graças ao gás natural, ao petróleo e ao dom de multiplicar dinheiro por meio dos investimentos certos nos momentos certos, como a compra do Paris-Saint Germain, do brasileiro Neymar. Vizinho à Arábia da Saudita, o emirado vem se notabilizando por ser a sede de grandes eventos de esporte, desde o Mundial Sub-20 da Fifa de 1995. Desde a primeira década deste século, vem promovendo competições como os Jogos Asiáticos de 2006 e mais torneios internacionais de futebol, golfe, tênis, motovelocidade, handebol, atletismo, natação, boxe, esportes paralímpicos e outros.

Num processo de escolha à época considerado corrupto – teria havido compra de votos de membros da Fifa – o país foi apontado em 2010 como o organizador do Mundial de futebol de 2022. No país, a certeza é de que depois da Copa, a Olimpíada e a Paralimpíada são vistos como o coroamento natural deste processo. O Qatar tem sabido utilizar tais eventos esportivos como um cartão de visitas perante o planeta. Sua capital, Doha, já foi pré-candidata para as edições olímpicas de 2016 e de 2020. Porém, sem sucesso. Centro deste império de sucesso e conquistas, aquela cidade, atualmente, é uma Nova York à maneira árabe com sua linda skyline de arranha-céus que faz lembrar a metrópole americana e capital do Mundo.

Quando tremula a bandeira marrom ou bordô com nove dentes em branco, o hino adora a Alah e exalta o emir. Ao mesmo tempo, garante ser aquela a terra do primeiro homem, devido a descobertas arqueológicas que nos tem a presença da humanidade ali desde a Idade da Pedra. E conclui declarando que os qataris são pacíficos como pombas em tempos de paz. Mas igualmente aguerridos e determinados como os falcões – falcões caçadores são astros de um dos esportes favoritos da nação – quando é preciso sacrificar-se por ela. São esses falcões que vem-se empenhando na edificação dos estádios e de toda a infra-estrutura necessária para que as pombas do futebol levantem voo em Doha e se espalhem pelo mundo daqui a quatro anos.

Abaixo os futuros estadios: