Presidente da Uesp cita mudanças no acesso e rebaixamento e impasse em palco de desfiles

Alexandre Magno (Nenê). Foto: Uesp – Daniel Amorim

A União das Escolas de Samba Paulistanas, a Uesp, realizou, na última semana, um jantar em um espaço da Zona Leste da capital paulista, para celebrar seus 49 anos de história. O evento reuniu dirigentes de suas agremiações filiadas, da Liga-SP, de escolas de samba do interior e do litoral de São Paulo, além de políticos. 

O SRzd esteve presente no encontro e entrevistou o presidente Alexandre Magno, o Nenê, que está no seu segundo mandato à frente da “Matriz do Samba”. No bate-papo, o sambista citou a responsabilidade de gerir uma entidade que está prestes a completar 50 anos e falou sobre a preparação do Carnaval 2023.

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Balanço à frente da Uesp

A entidade foi fundada em 10 de setembro de 1973 com o objetivo de unir as escolas de samba e blocos carnavalescos da cidade de São Paulo e representá-los junto ao poder público. Segundo o dirigente, “felicidade” é a palavra que define seu sentimento de estar no comando da Uesp.

“A Uesp é uma entidade tão gigantesca, que nós enquanto simples mortais em frente à entidade precisamos honrar os nossos antepassados, aqueles que fizeram história nesta casa, como Geraldo Filme, Seo Nenê, Edileia, Betinho, Inocêncio Mulata, Madrinha Eunice, enfim, vários grandes sambistas. É um momento de felicidade total e sabendo qual é a responsabilidade de estar conduzindo esta casa”, declarou.

Mudanças no acesso e rebaixamento do Carnaval

Nos próximos anos, o Carnaval paulistano vai sofrer mudanças no acesso e no rebaixamento. A partir de 2023 duas agremiações do Grupo de Acesso 2 da Liga-SP vão subir ao Grupo de Acesso 1 da entidade, com o descenso do mesmo número de escolas do Acesso 1 para o Acesso 2.

Também haverá a entrada de duas agremiações do Grupo Especial de Bairros da Uesp para o Grupo de Acesso 2, com o rebaixamento de três escolas do Acesso 2 para a Matriz do Samba. Este modelo se repetirá também em 2024. A partir de 2025 haverá a ascensão de duas agremiações da Uesp para o Acesso 2, com o descenso do mesmo número de escolas.

Com isso, a partir de 2025 as três divisões que envolvem a Liga-SP ficarão da seguinte forma: Grupo Especial – quatorze (14) agremiações; Grupo de Acesso 1 – oito (8) agremiações; Grupo de Acesso 2  dez (10) agremiações.

Segundo Nenê, este projeto de alteração na quantidade de escolas no Acesso 2 já existe desde quando a Uesp organizava esta divisão, chamada então de Grupo 1. Nos últimos anos, apenas uma agremiação obtinha o acesso e outra era rebaixada. Ele também destacou que haverá uma readequação entre todas as outras divisões da “Matriz do Samba”.

“Quando o presidente Sidnei Carriuolo [da Liga-SP] me chamou para fazer esse anúncio eu fiquei me feliz, porque a gente está há sete anos dentro desta proposta de voltar a ter a segunda vaga. O presidente Sidnei me prometeu que no primeiro ano que ele entrasse iria cumprir com a palavra dele e está aí, cumpriu. Fizemos ajustes dentro da Uesp e irão cair três escolas em cada grupo para poder acomodar todas, mas é mais importante ter o acesso da segundo vaga ao Acesso 2 da Liga-SP do que para quem está brigando embaixo”, revelou.

Palco dos desfiles em 2023

No Carnaval 2022, devido a pandemia da Covid-19, todos os desfiles da Matriz do Samba aconteceram no Autódromo de Interlagos, palco que já recebeu as agremiações filiadas à entidade em outras oportunidades.

Para 2023, os cortejos das escolas de samba estão previstos para acontecerem prioritariamente em dois locais: Avenida Eliseu de Almeida (Butantã) e Avenida Alvinópolis (Vila Esperança). Já o palco das apresentações dos blocos de fantasia ainda estão em negociações.

De acordo com o presidente, parte dos desfiles podem acontecer novamente em Interlagos por pedidos para a realização, mas que não há nada fechado no momento.

“Estamos conversando novamente com a SPTuris, porque devido ao sucesso que foi o Carnaval de Interlagos, tem uma forte tendência das pessoas ficarem cobrando da gente retomar o Carnaval lá, mas a Uesp e as entidades querem voltar para seus redutos tradicionais. Os blocos querem fazer o Carnaval uma semana antes, e estamos preparando esta conversa com o Poder Público para melhorar o acolhimento destes Blocos. No Grupo Especial de Bairros estamos com algumas novidades e logo divulgaremos”, finalizou.