Convertido ao islamismo, Cebola avalia passagem pela Camisa Verde e Branco e diz estar pronto para um novo desafio

Claudio Cebola. Foto: Reprodução de Internet

Criado na Vila Vintém, na cidade do Rio de Janeiro, Cláudio Cavalcante, o Cebola, contabiliza passagens pela Camisa Verde e Branco, Tom Maior, Império de Casa Verde, Águia de Ouro, Mancha Verde e Mocidade Independente de Padre Miguel.

Em entrevista ao SRzd, o carnavalesco avaliou sua passagem pelo “Trevo”, afirmou que está pronto para assumir um novo trabalho, falou da gratidão que tem pelos presidentes Paulo Serdan (Mancha Verde) e Sidnei Carrioulo (Águia de Ouro) e externou que se converteu ao islamismo.

No último Carnaval, após um ano afastado, o sambista desenvolveu o desfile da Mocidade Camisa Verde e Branco. Com o enredo “Ajayô: Carlinhos Brown, candombléss, tambores e batuques ancestrais”, a escola conquistou a quinta posição do Grupo de Acesso 1. Após a apresentação, o carnavalesco teve sua saída anunciada.

Ao SRzd, o artista afirmou que está pronto para voltar ao Carnaval: “Não aguento mais ficar fora do espetáculo, não aguento mais ficar sem fazer o que eu mais amo, eu sou fissurado! Quem acompanha meu trabalho, sabe que me doou pro Carnaval, pro espetáculo, chega a ser surreal, é uma entrega de mil por cento e isso está me corroendo”.

Cebola também declarou que já tem enredos prontos para o novo desafio. Ouça:

Sobre sua passagem na verde e branca da Barra Funda, o profissional declarou que foi uma honra. “Fazia tempo que eu não sentia uma energia de uma comunidade assim, muito forte”, disse. Ele também falou sobre o desafio que foi colocar o Carnaval na Avenida devido a situação financeira da agremiação.

“Quando eu recebi o convite, eu já sabia da pedrada que a gente tinha pela frente. A Érica, presidente da Camisa, me explicou que a escola deve quase dois milhões, não tem verba e eu falei: ‘Nossa senhora’. Um grande desafio! E sem verba é surreal, foi um dos trabalhos mais difíceis na minha vida”, externou.

Desfile 2020 do Camisa Verde e Branco. Foto: SRzd – Cesar R. Santos

Considerando as notas descartas, o “Trevo” teve um décimo descontado no quesito fantasias e meio ponto no quesito alegoria. Para o Claudio, a quinta posição no Grupo de Acesso 1 não foi considerada justa.

“Eu não aceitei muito esse resultado final. Acho que tirando pequenos problemas que eu tive por falta de dinheiro, vou nem colocar a culpa na chuva, mas a verba não compatía com os Carnavais que eu vinha fazendo, com acabamento e requinte. Foi a maior luta transformar tudo isso em fantasias e alegorias. Em algumas alegorias eu reconheço alguns pequenos problemas de acabamento, mas no conjunto final da obra, a escola veio super bem, a Camisa entrou arregaçando na Avenida. Grande samba, harmonia trabalhada, impecável, super bem vestida, alegorias apresentáveis, dentro do contexto e uma grande sinopse”, protestou.

Lançamento do enredo 2020 da Camisa Verde e Branco em homenagem à Carlinhos Brown. Foto: Divulgação

Apesar da homenagem pela Camisa Verde e Branco, o cantor Carlinhos Brown não compareceu no desfile oficial no Sambódromo do Anhembi. Segundo Cebola, a falta do artista também pode ter colaborado com o resultado do Carnaval.

“É lógico que a falta do Carlinhos Brown também mexeu um pouco. Mas não me passou muito na goela esse resultado, mas enfim, foi um trabalho árduo demais, que no contexto final, acho que conseguimos apresentar a proposta. Uma pena, porque a escola está no caminho. É questão de tempo. Acho que a verba saindo, não sei se a Érica conseguiu autorização da verba esse ano, mas se conseguir, vai ajudá-la muito a levar a agremiação para o grupo de elite do Carnaval paulistano”, disse.

Desfile 2020 do Camisa Verde e Branco. Foto- SRzd – Ana Moura

O carnavalesco lembrou, mais uma vez, ter uma paixão muito grande pelo Carnaval paulistano e destacou ser um dos profissionais que está há bastante tempo em São Paulo, desde quando estreou pela Tom Maior em 2000. Ele também falou sobre a gratidão que tem com os presidentes Paulo Serdan (Mancha Verde) e Sidnei Carrioulo (Águia de Ouro). Ouça:

O artista mostrou otimismo sobre possibilidade da realização dos desfiles em 2022, após o cancelamento do Carnaval 2021 em razão da pandemia da Covid-19. Ele também destacou a necessidade de ajudar as pessoas que dependem da festa: “Essas pessoas não tiveram atenção nenhuma ao longo desse ano pandêmico”. Ouça:

Durante a entrevista, Cebola afirmou que se converteu ao islamismo há cerca de três meses: “Eu me tornei muçulmano e pretendo seguir pro resto da minha vida. Acho que nesse período pandêmico eu precisei ter essa conexão com a Alláh, com Deus”.

“Na semana do meu aniversário um amigo ligado ao Carnaval me pediu uma pesquisa sobre a religião islâmica. Aí foi onde eu mergulhei nos livros, no Alcorão. E eu fiquei apaixonado por tudo que eu li e eu falei ‘é isso que estou precisando pra minha vida’. Todos sabem que eu sempre fui católico e também segui os preceitos da umbanda, onde eu tenho meus respeitos, vou continuar tendo, mas eu abdiquei de tudo isso pra seguir Alláh como único Deus. Essa conversão está me fazendo bem, me ajudou a colocar um equilíbrio. Se tiver que voltar [para o Carnaval], inshalá, voltarei. Se não, Deus vai abrir outras portas, vai me orientar pra outros segmentos”, completou.

Claudio Cebola. Foto: SRzd
Claudio Cebola. Foto: SRzd

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