Confira o vídeo sobre o enredo que irá exaltar Ailton Krenak no Anhembi
Logotipo do enredo da MUM 2025. Foto: Divulgação
Primeiro indígena eleito para ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL) em mais de 120 anos desde a sua fundação, o ambientalista, filósofo, poeta e escritor Ailton Krenak será tema do enredo da escola de samba Mocidade Unida da Mooca na disputa pelo título do Grupo de Acesso 1 do Carnaval de São Paulo de 2025.
O desfile, no domingo, 2 de março, será desenvolvido pelo carnavalesco Renan Ribeiro, que fará sua estreia na agremiação após uma passagem de três anos na Camisa Verde e Branco.
Será a primeira vez que a MUM, em seus 37 anos, abordará a temática indígena. O samba-enredo será composto por um grupo de compositores escolhidos pela diretoria da verde, vermelha e branca, seguindo o mesmo modelo adotado nos anos anteriores.
Leia o texto divulgado pela escola
Levaremos para o Anhembi o enredo: Krenak – O presente ancestral. Referência aos livros e vida do também jornalista e ativista social.
Krenak será a voz que nos guiará, e caminharemos pelo seu discurso entendendo que o ser humano ainda não compreendeu a real importância do planeta e que o futuro não pode ser construído sem o passado.
Miramos nosso olhar para um Brasil que resiste em não se compreende enquanto povo, que levou 126 anos para reconhecer como imortal um falante das línguas originárias do nosso país. A MUM ergue sua voz, e soma seu canto ao brado de um país que, por mais de 500 anos, segue lutando pelo direito de ser e estar no chão que sempre os pertenceu.
O enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Renan Ribeiro e já conta com o aval do homenageado. Será a primeira vez que nossa escola de samba de 37 anos abordará a temática indígena.
Contamos com a nossa comunidade e todos os apaixonados pela arte nobre do carnaval em desmistificar estereótipos que tanto fizeram mal para os nossos povos originários e assim cantarmos a potência de Ailton Krenak no Anhembi no ano que vem!
Vitória na guerra!
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Causa indígena
Ativista indígena, Krenak é natural de Itabirinha, na região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, lar do povo Krenak, área que tem sido bastante afetada pela atividade mineradora. Aos 17 anos, foi morar com a família no Paraná, onde tornou-se jornalista. Desde a década de 1980 se dedica à causa indígena, tendo participado da fundação da União das Nações Indígenas (UNI) e da Aliança dos Povos da Floresta.
Atuou para a aprovação da emenda constitucional referente aos direitos dos povos originários. Em 1987, durante discurso na Assembleia Nacional Constituinte, que resultou na promulgação da atual Constituição, pintou o rosto com tinta preta de jenipapo em protesto ao retrocesso dos direitos indígenas.
Ailton Krenak, que já teve livros publicados em 17 países, é Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e ocupa a cadeira 24 da Academia Mineira de Letras.
Linha de enredos
Entre os enredos abordados nos últimos anos, a escola levou para o Anhembi temas sobre o orixá Xangô; a história do pavilhão ostentando pelos casais de mestre-sala e porta-bandeira; homenagem ao dramaturgo, ativista e político brasileiro, Abdias do Nascimento; e em 2023, apresentou um desfile sobre Francisco José das Chagas, conhecido como Chaguinhas – todos eles com temáticas que exaltam a negritude.
Carnaval 2024
Sétima colocada na classificação final do Grupo de Acesso 1 de 2024, A “MUM”, como é carinhosamente apelidada, apresentou o enredo “Oyá Helena”, que enalteceu a história de uma das principais intelectuais do Brasil: Helena Theodoro, pioneira e visionária sobre a cultura do povo preto.
+ Clique aqui para ver como foi o desfile
Desde que subiu para o Grupo de Acesso 1 de São Paulo, a escola liderada por Rafael Falanga conquistou um quinto lugar, em 2019, e ficou na quarta colocação em três Carnavais consecutivos, 2020, 2022 e 2023.
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