André Marins abre o jogo e aponta erros e acertos no desfile da Gaviões da Fiel

Desfile 2023 da Gaviões da Fiel. Foto: Arthur Giglioli/SRzd

Desfile 2023 da Gaviões da Fiel. Foto: Arthur Giglioli/SRzd

A única certeza, até o momento, para o próximo desfile da escola de samba Gaviões da Fiel é de que o carnavalesco André Marins não será o carnavalesco.

Após a modesta nona colocação no Grupo Especial, a agremiação oriunda da maior torcida organizada do Corinthians, não fez, até esta data, 16 de março de 2023, nenhum outro anúncio após o Carnaval de 2023. Nada foi informado sobre a sequência ou não de trabalho de Júlio Poloni, outro profissional que trabalhou no desenvolvimento do enredo Em Nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos… Amém!.

Após ser desligado da escola, por decisão da diretoria, o carnavalesco André Marins conversou com a equipe do SRzd. Na entrevista, o artista fez um breve balanço do trabalho apresentado no Sambódromo do Anhembi, apontando problemas enfrentados e superados, antes do desfile.


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Além de falar sobre o seu futuro, Marins também analisou o resultado da apuração, admitindo erros no desfile da Gaviões mas revelando também que os jurados se equivocaram em alguns descontos de notas.

SRzd – Qual sua avaliação do desfile da Gaviões da Fiel no Carnaval de 2023?

André Marins: Acredito que fizemos um grande desfile, sem achismos ou uma avaliação própria. O desfile teve seus problemas, mas foram solucionados antes da linha amarela. E na saída você via uma comoção repleta de sentimentos e olhares de admiração com tudo que passou na Avenida.

SRzd – Como você interpreta o resultado da avaliação dos jurados?

André Marins: Tivemos erros, mas também os jurados erraram em suas análises de julgamento. Um deles relou que a pintura de arte dos anjos não estavam uniforme com os outros. Detalhe, não tínhamos pintura de arte no abre alas. E nunca foi a ideia. Assim como outras pontuações que não são certas. Outras sim, concordo e vi durante o desfile, como por exemplo, a pontuação retirada da comissão de frente, um julgamento acertado.

SRzd- De todo o projeto colocado na Avenida, o que ficará guardado em sua memória?

André Marins: Um projeto que você cria e materializa fica pertinente no seu consciente, no seu pensamento. Foi um projeto desafiador, pois já começamos “muitos reais” atrás das outras agremiações. Mas a sensação de dever cumprido, rolou. A escola sai pra 2024 respirando muito melhor e sem sufocos para a construção do projeto seguinte.

SRzd – Quais os planos para sua carreira agora, fora da Gaviões?

André Marins: Sem expectativas por enquanto, só abordagens não concretas. Tenho vários enredos na gaveta. Como já foi dito não continuo na agremiação, mas fica o desejo de um caminho de vitória e glórias.

André Marins no barracão da Gaviões da Fiel. Foto: Guilherme Queiroz/SRzd
André Marins no barracão da Gaviões da Fiel. Foto: Guilherme Queiroz/SRzd

A trajetória de André Marins no Carnaval

Carioca, André Marins é formado em Belas Artes, Moda e Designer. Ele começou sua carreira no Carnaval do Rio de Janeiro criando os figurinos da Caprichosos de Pilares nos anos de 1999 e 2000, mesma função que exerceu na Unidos da Vila Isabel nos dois anos seguintes.

Em 2001, o artista contribuiu para o projeto da Unidos do Peruche, em São Paulo. Ele retornou ao Carnaval do Rio em 2005, quando assinou os figurinos e alegorias da Acadêmicos de Santa Cruz, ao lado de Roseli Nicolau, onde permaneceu até 2006. Em 2007, foi para a União da Ilha do Governador para integrar uma comissão de Carnaval ao lado de Jack Vasconcelos e Paulo Menezes. Seu último período na cidade foi de 2009 a 2010, quando retornou para a Santa Cruz.

No Carnaval de 2013, Marins foi convidado pelo carnavalesco Cahê Rodrigues para ser o responsável pelo desenvolvimento e elaboração das alegorias da Vai-Vai. No ano seguinte, ele trabalhou junto de Chico Spinosa na escola. Já em 2015, assinou o enredo campeão da “Saracura” ao lado de Alexandre Louzada e Eduardo Caetano, função que ele também exerceu em 2017.

Ainda na capital paulista, o artista desenvolveu o desfile de 2016 da Águia de Ouro. Seu último trabalho foi na Tom Maior, onde elaborou os Carnavais de 2018 até 2020.

Sua trajetória também inclui passagens por duas agremiações de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, ao lado de Marcos Kopper, com quem foi bicampeão pela Ilha de Marduque e pela Cova da Onça.

André Marins. Foto: Sergio Cruz/Gaviões da Fiel
André Marins. Foto: Sergio Cruz/Gaviões da Fiel

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