‘Se eu fosse o Branquinho da Beija-Flor, já estava cheio de patrocínio’, diz Neguinho sobre preconceito na carreira

Desfile Beija-Flor 2019. Foto: Leandro Milton/SRzd

Neguinho da Beija-Flor em desfile da agremiação de 2019. Foto: Leandro Milton/SRzd

Os 45 anos de sucesso de Neguinho da Beija-Flor não impedem o cantor de sofrer o preconceito diário por conta da cor da sua pele. Prestes a completar 71 anos no próximo dia 29 de junho, o intérprete vem lutando pra conseguir patrocínio para uma live em comemoração de aniversário que pretende fazer. Para Neguinho, que ainda carrega a cor da sua raça no nome, o motivo é claro: racismo.

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“Eu vou fazer uma live agora no dia 29, data do meu aniversário, e está sendo a maior dificuldade para eu conseguir patrocínio. Se eu fosse o Branquinho da Beija-Flor, já estava cheio de patrocínio. Eu já estou até pensando em dispensar patrocínio”, desabafou o autor de sucessos como “O Campeão” e “Angela”.

Desde 1976 sendo a voz oficial da azul e branca, Luiz Antônio Feliciano Marcondes, como foi batizado, decidiu incluir o codinome ‘Neguinho da Beija-Flor’ na certidão, orgulhoso de sua história e de tudo que o Carnaval proporcionou a ele. Mesmo assim, o intérprete ainda se sente desvalorizado fora dos desfiles e não fica isento dos olhares preconceituosos.

“Eu sempre sofri na pele a discriminação. A gente sente isso nos aviões, a gente senta perto do cara, o cara fica meio daquele jeito. Um artista branco que às vezes tem menos notoriedade do que eu recebe mais do que eu. A minha notoriedade no mundo da música não afasta essa diferença entre o negro e o branco. Eu costumo dizer que quando eles deixam um negro chegar a coronel é porque ele tem competência pra ser general”, afirmou.










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