Marcella Alves sobre desligamento: ‘Fui tratada com desprezo e muita falta de respeito’

Marcella Alves durante desfile do Salgueiro de 2018. Foto: Juliana Dias/ SRzd

Sai ou fica? É a pergunta que rolou durante toda a segunda-feira (23) desde que o Salgueiro informou o afastamento provisório da porta-bandeira Marcella Alves por motivos de gravidez. De acordo com a dançarina, no entanto, não houve afastamento e, sim, desligamento. Marcella, via rede social, deu sua versão e afirmou que quando mais precisou “de apoio, força e carinho de uma pessoa que se diz Mãe de todos os salgueirenses”, foi tratada “com desprezo e muita falta de respeito”.

Leia o texto de Marcella Alves na íntegra:

Boa noite Amigos e família Salgueirense.
Pêga de surpresa como vcs com esse desligamento de hoje, triste, chateada, e tentando entender o porquê. Talvez não pelo desligamento, mas sim pela falta de carinho, respeito, humanidade e argumentos sem cabimento.
Quando eu mais eu precisava de apoio, força e carinho de uma pessoa que se diz Mãe de todos os salgueirenses, fui tratada com desprezo e muita falta de respeito. 
Como toda recente gestação, é necessário muitos cuidados e atenção. Estava frequentando aos ensaios sábado, porém sem dançar devido ao risco de quedas, chão escorregadio, e aglomerações. Porém nunca deixei de cumprir as minhas obrigações. Foi acordado com a escola em reuniões posteriores ao carnaval e inclusive na última em que tivemos no mês de Junho. A idéia era seguirmos os ensaios particulares com o Sidclei, os quais iniciamos hoje, e após o parto/resguardo, voltarmos normalmente aos ensaios de quadra com força total.
Sobre gravidez de risco? No ano passado, 2017, tive 2 perdas, as quais foram investigadas, diagnosticadas, e devidamente tratadas. Descobri, após a 2ª perda, que era intolerante a Glúten, estava com a tireoide alterada e trombofilia (risco de trombose). Tudo isso com a medicina avançada e com médicos altamente competentes, foi possível tratar e ser liberada para engravidar novamente. Pois bem, após isso, aqui estou, gestante de 4 meses, cheia de saúde, de uma menina linda, saudável, que se chamará Maria Rita.
Não fui colocada de licença, fui sim desligada da Escola. Me solicitaram um laudo onde pudessem comprovar que eu não estaria apta a desfilar. Porém, isso simplesmente não existe, pelo simples fato de eu nunca ter sido proibida de exercer as minhas funções, enquanto porta-bandeira e personal trainer (função que estou exercendo normalmente).
Sinto muito pela escola estar atravessando esse momento conturbado, fico triste por todos os desligamentos que a escola passou e vem passando. Mas tenho certeza que dias melhores virão. E todos os salgueirenses estarão felizes novamente.
Amo o Salgueiro, amo os amigos lá eu tenho, amo a comunidade. É a minha casa, nunca escondi de ninguém, mesmo quando estive defendendo outra Escola. Jamais vou deixar de amar essa BANDEIRA que nada tem haver com todo esse momento.
Avante meu torrão amado, estarei sempre na torcida.
Obrigado a todos os amigos e família salgueirense, vcs fazem parte da minha história.
Marcella Alves Araújo.

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Salários atrasados?

Horas antes da publicação via rede social, a porta-bandeira, em entrevista ao jornalista Renan Rodrigues do O GLOBO afirmou estar sem receber salário há um mês. A presidente do Salgueiro, Regina Celi, confirmou a informação via nota em rede social:

“Sobre o atraso no pagamento, assumimos sim que devemos 1 mês de salário, vencido no último dia 14 de julho, ou seja, dias de atraso, acho que esse não seria um motivo para uma situação alarmante”, escreveu a mandatária.

O fotógrafo oficial do Salgueiro, Alex Nunes, aproveitou a oportunidade para se pronunciar e fazer coro à Marcella sobre o atraso nos pagamentos. Nunes, através do Facebook, disse que está há meses sem receber e por isso tem estado ausente dos últimos eventos na quadra da agremiação. Procurada, a assessoria de imprensa da escola não se manifestou sobre o assunto até a atualização da matéria.

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