Sociedade Águia Real, divulga seu enredo

Retornando ao Grupo Especial após o 4º lugar obtido no grupo de acesso em 2018, a Sociedade Águia Real divulgou nessa sexta-feira dia de oxalá, seu enredo para o Carnaval Virtual 2019 com o título: “Palavras de um velho sábio mergulhadas em águas cristalinas”, algumas histórias, mistérios e a fé neste orixá serão abordadas durante o desfile que promete também passar uma grande mensagem de paz para os difíceis tempos que se iniciam

FICHA TÉCNICA: 

Presidente: Adalmir Menezes
Vice-Presidente: Bruno Surcin
Carnavalesco: Fábio Pessôa
Intérprete: José Paulo Miranda
Direção de Barracão: Eliane Maurício e Fagner Pessôa
Rainha de Bateria: Viviane Carqueijo
Porta-Bandeira: Michelle Oliveira
Mestre-Sala: Leonardo Zaror

ENREDO 2019:

Palavras de um velho sábio mergulhadas em águas cristalinas

Palavras, palavras…  Às vezes os humanos falam demais, sabe? E como mensageiro dos orixás diz: “palavra dita não tem volta, só vai a um sentido”. Hoje vocês dão tanto valor a quem fala, mas nem sempre se fala o certo. Exu, meu filho que guarda o caminho, que transforma e que conecta, vai nos levar com a minha permissão por um caminho. Caminho que ensina a valorizar o silêncio, a calma, a paz. Afinal, eu sou o filho de Olorum, do eterno, do divino, do onipotente. Já presenciei muitos acontecimentos, muitas idas, vindas e reviravoltas, pois sou de todos o mais velho, mas nem por isso o único sábio. Vou te levar a caminhar pelas minhas águas: águas da criação, águas da renovação, da paz e da cura.

 

1º domingo – A ancestralidade e o itã da vida

Mesmo com o saco da criação nas mãos de Exu e Odudua, eu ajudei a moldar o que você chama de mundo e tudo que habita nele. Tentei de várias formas moldar o mundo, mas sem sucesso. Foi então que Nanã, minha esposa, veio ao meu socorro pelo barro da ancestralidade, da sabedoria. Dizem que eu a enganei para conseguir os segredos da morte. Afinal, quem concede o começo também deveria saber o final. Quando ela não estava, vesti-me de mulher e mesmo de branco entrei no entre mundos. Vendo isso, Nanã ficou endurecida e me prendeu no mundo proibido. Lá, deparei-me com Egun, criatura que não tinha rosto. Ao desenhar-lhe um rosto com carvão, este decidiu compartilhar comigo os segredos, porém ainda não consegui sair. Então, Nanã me libertou com a condição de eu ser o único orixá masculino com o rosto coberto pelos chorões e nunca mais conseguir deixar as vestes femininas. Desde então, somos o princípio e o fim e sempre que eu tocar meu opaxorô três vezes em terra, uma pessoa deixará de viver.

 

2º domingo – os assentamentos, meu branco tem axé

Minha roupa é sempre o branco, a essência da cor da criação e de todas as demais. Uma vez fui ao reino de oyó, sentindo saudades de filho Xangô. Consultei Ifá e fui avisado de que não deveria entrar nessa jornada, mas se mesmo assim o fizesse, deveria levar comigo três roupas brancas. Logo no início de minha viagem, encontrei Exu Elepô que me jogou dendê pelas roupas ao me abraçar. Calmamente, limpei-me e vesti uma das roupas e continuei minha viagem. Ao chegar mais perto do reino, vi o cavalo que dera a meu filho e quis levá-lo de volta, mas fui confundido como um ladrão pelos servos de Xangô e preso injustamente durante sete anos. Seu reino mergulhou em uma seca terrível neste período, nem as mulheres não podiam mais ter filhos. Quando meu filho consultou o grande oráculo para ver o destino de seu reino, foi revelada a minha prisão. Então, seus súditos vestiram de branco para me libertar, me banharam com as mais puras águas e me vestiram com o branco mais puro, tudo em silêncio. Desde então, todos os trabalhos em meu nome têm que ser feito no mais puro silêncio e respeito de forma a reparar a ofensa sofrida.

 

3º domingo – A grande festa da paz

E desde então, todos os anos, minhas águas são celebradas. Cada um com sua quartinha d’água numa procissão de passos lentos, andando em fila para me saudar. Caminhando pelas águas de meu Ilê, sou cada passo que o ser humano pode dar, na esperança de dias melhores para essa gente que anseia por mudança. Sou a vela acesa na sexta-feira, o banho de boldo ou alecrim, o milho cozido ou o inhame pilado. Posso ser jovem, o guerreiro dos céus. O sentido da inovação, a vontade de vencer dos meus filhos. Independente disso sou a união de todos e por esta razão sou cantado por último. E sobre a força dos céus, sou a renovação, o início e o fim.  Mas também posso parecer mais velho, os anos que se depositam ao corpo, a tranqüilidade e a paz. Espalho meu axé, em meio ao vôo das pombas brancas, para semear a paz para os dias difíceis que virão. As águas da fonte da fé nunca podem secar. E o grande destino abrirá passagem para as coisas boas no firmamento, meus irmãos funfun vão se reunir e começarão um novo ciclo nas voltas da concha do caracol do universo.

E nestas águas, que sua Águia mergulhará, alçando sua renovação em mais um período que se inicia. Tem as minhas bênçãos e minhas palavras de paz, para que diante de toda adversidade, sempre consiga dar seu grande vôo. Que você nunca se esqueça de que devagar se vai ao longe e que a fé e a esperança devem ser sempre cristalinas como minhas águas. Águas de oxalá.

Departamento Cultural!

 

REGULAMENTO DA DISPUTA DE SAMBA

1- Os sambas deverão ser enviados para o e-mail:([email protected]) ; com o nome dos compositores, letra e áudio.
2- A Data de recebimento dos sambas é  31/03/2019 até as 23:59hs

3- O Samba deve ter uma pegada forte com uma melodia mais densa.

4- Qualquer dúvida poderá ser exclarecida na Página do Facebook da Sociedade Águia Real (https://www.facebook.com/sociedadeaguiareal)

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