Império da Alegria traz os batuques do Axé em 2021

Logo oficial da agremiação.

A Império da Alegria, escola do Grupo de Acesso 1 do Carnaval Virtual, apresentará em 2021 o enredo Muito Obrigado, Axé! de autoria de Matheus Brito e Alex’s Waldorf. A vermelho e dourado do Rio de Janeiro disputará o título de campeã de seu grupo e deseja conquistar uma vaga no Grupo Especial do ano que vem.

Confira abaixo a apresentação e a sinopse da escola:

Logo oficial completo da agremiação.

Apresentação:
Axé é a reunião de quatro palavras que marcaram a história negra: Energia, Força, Poder e Realização. É a palavra da vitória, é a palavra da superação, é a palavra que demonstra a alegria do Afoxé descendo as ladeiras do Brasil vencendo as tristezas do passado.
O Império da Alegria fará jus ao seu nome ao contar sobre a relevância dessa palavra que nenhum dicionário é capaz de explicar. O Axé é a mais bela fusão da religiosidade com a alegria de um povo festeiro. É a cara, o retrato do Brasil e da musicalidade brasileira!

Sinopse:
Vestido de branco e pés descalços no terreiro, como filho de Orixá, defé, a minha mãe bato cabeça e peço Kolofé.
Vai ter festa, o batuque vai começar!
É hora de purificar o corpo!. Na bacia, água. Misturo com ervas e Guiné. A energia transborda. É o banho de Axé!
Axé… a essência mágica que nos sustenta. Energia, força, poder e realização. Energia sagrada, que se dá e recebe; ganha e perde, acumula e dissipa. Axé é vida!
“Axé é tudo, meu filho! E tudo é Axé!” são palavras da minha mãe de Santo que refletem o que há.
Das mãos que abençoam o Ori até as oferendas, Axé é o poder da força revigorada. O Axé é amor! O amor nos move! Que haja amor… amor para plantar, para sorrir e para viver!
Amor pela arte, pela cultura, pela sociedade e por uma cidade: São Salvador!
Nas décadas das cores, da mistura e da amplificação das notas, o amor de Dodô e Osmar pela música trouxeram genialidades tão loucas ao ponto de subirem numa “fobica” e misturarem frevo com guitarra elétrica, ecoando pelos ares, arrastando uma multidão pelas ladeiras até a Praça Castro Alves.
Já na época dos sintetizadores, o frevo continuou contagiando toda essa gente. Foi nela que Luiz Caldas soltou sua voz bebendo da fonte da mistura com frevo, forró, merengue, maracatu, reggae e ritmos afrobrasileiros. É o marco zero! E foi com essa Magia toda que nasceu o axé em Salvador. E Mal sabia ele o “Fricote” que causaria nas pessoas se não tivesse carnaval por lá. Nascia um ritmo nosso, genuinamente baiano!
Nosso Axé é sensação! E não dá pra esconder o que eu sinto pelo Axé, não dá!
Nosso Axé vence as discriminações por contagiar! “Axézeiro” eu? “Axézeira” ela também.
Nosso Axé uniu as expressões culturais de um povo que “abriu a roda” e saudou esse ritmo que virou o “chiclete” do mercado musical. Tudo isso antes, durante e depois do Carnaval!
Se você não gosta de Axé, você é careta! Se como eu, Imperiano, gosta…Vamos atrás da Micareta! A energia do povo que poderia seguir essa Micareta até Madagascar.
Nosso Axé é a raiz, é o orgulho da cultura, da arte, do Brasil e da cor. Então que o orgulho ecoe pela cidade aos gritos de “Eu sou negão!” E sou mesmo!
Esse orgulho estampou os rostos com sorrisos e os jornais com alegria! O mundo era pequeno pra esse ritmo por juntar gente de toda cor, raça de toda fé, guitarra de rock n’ roll com batuque de candomblé!
Um ritmo frenético, carregado de essência africana! Nem o desdém da dúvida da internacionalização impediu que o nosso recém batizado Axé Music ganhasse o mundo.
Ora… é justo!!! Quem não se apaixona pelas onomatopeias da ancestralidade? Me apaixonei pelos zuns zuns babas dos maimbês dandás e pelos tambores que ecoavam os bate-latas.
Nos anos do “look laquê”, o Axé Music gerou estrelas! Os trios multiplicaram-se para tornar o Axé Music em um fenômeno! E voou na “Asa de uma Águia” para o Mundo, que até Paul Simon e Michael Jackson se renderam à percussão do Olodum.
Não teve jeito! Pro Axé eu entreguei meu coração de bandeja! Esse contágio fez com que o nosso Axé se transformasse no canto dessa cidade!
E ainda que nos anos 2000 o sol não aparecesse mais, meu amor pelo nosso Axé continuaria! Sei que é difícil você compreender! Porque é o amor de um povo diferente! Que tem Deus no seu coração e o Diabo no quadril!
E quando fecho meus olhos pra não ver passar o tempo, o nosso Axé me transporta para uma noite de praia, de carnaval, de Farol da Barra, de Salvador! Mas também me transporta pra entrada do gueto, pra aquele terreiro de Angola (onde a terra samba) comandado por mãe Maiamba! Dadalunda! Quem me dera se eu tivesse mil e uma noites assim!
Se eu sonhar um pouco mais, saio voando como um Beija Flor e vejo que do Farol até a Baixa do Tubo tem festa!
Carnaval! A festa do povo! A festa da rua! A maior festa de rua do mundo!
Nela ouço a guitarra baiana que quando toca deixa todo mundo pulando que nem pipoca. Entre as notas, acordes e solos, o berimbau metalizado tá arrastando toda a massa e balançando o chão da praça! Alucina, arrepia!
E toda essa massa que não apenas vai domingo festejar, mas em toda a semana do Carnaval Soteropolitano, numa demonstração intensa de baianidade nagô!
Essa massa que sente o bloco passar, que balança a corda bamba, que numa levada louca vai sentindo a energia do Axé!
Viver o carnaval da Bahia como eu vivo é só pra quem tem a sorte grande! Mas talvez seja mérito por tanta alegria desse povo! Um povo que levanta poeira quando passa o trio.
Ser um folião no carnaval de Salvador é estar conectado com toda essa energia da palavra Axé. É estar em reunião com o sagrado e o profano. É seguir o trio com um povo que não para de sorrir!
Estar na Bahia é ser do Carnaval! É se embebedar de Axé a cada esquina de bloco!
Aliás, o Axé também se bebe! De Olinda para Salvador, dos nossos ancestrais, há uma bebida que nos abastece para sentirmos toda energia sem cessar, sem parar! Com uma mistura de ervas e guaraná. O Axé, bem como a música, atravessa gerações contagiando seus foliões nos carnavais de rua.
Ah, o Axé! Da ancestralidade à música, é o sinônimo da energia soteropolitana! Mas não apenas em Salvador. O Axé é a energia de todo o povo brasileiro porque, na verdade, nossa origem é baiana.
Obrigado minha mãe por me ensinar o que é o Axé… Dos cultos às escondidas aos trios e o Afoxé, isso tudo é pra te levar na fé. Pois Deus é brasileiro.

Muito obrigado, Axé!

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