Imperiais do Samba reedita um de seus sambas históricos para a Edição Especial do Carnaval Virtual

Prometendo uma nova roupagem e conceito, o GRESV Imperiais do Samba apresenta seu enredo e samba para a Edição Especial do Carnaval Virtual que ocorrerá em fevereiro deste ano.  A escola irá revisitar seu enredo e samba apresentados no carnaval virtual de 2010 com o enredo: “Labirintos da Alma – Um Rosário de Fé, um Inventário para Deus e uma Lição para os Homens” de autoria do presidente da agremiação Wellington Kirmeliene (Imperial) e adaptado pelo carnavalesco Raphael Soares.

De acordo com o carnavalesco da escola, a escola optou por participar da edição especial exatamente pra levar a alegria do carnaval, de alguma forma, para os apaixonados pela folia e pelos desfiles das Escolas de Samba neste período que estaremos sem os desfiles das escolas de samba do carnaval real.

O desfile será produzido pelo presidente da agremiação Wellington Kirmeliene, carnavalesco Raphael Soares e Designer Diego Martins.

Sobre o motivo que levou a agremiação a escolher reapresentar um de seus sambas e enredos mais icônicos de sua história e da história do Carnaval Virtual o carnavalesco da escola informou que “entre duas possibilidades, essa foi a mais aclamada pelas pessoas. Principalmente por conta do samba que é uma obra muito bem sucedida no Carnaval Virtual.” O carnavalesco também informou que a escola pretende apresentar um trabalho visual inteiramente inédito, “será tudo novo. Do conceito até a arte final. O desfile será mais inspirado no samba e menos no organograma da época. Para melhor adequar ao número reduzido para essa edição especial.”

 

Confira abaixo o samba que a escola cantará em seu desfile na Edição Especial.

 

Confira também a sinopse do enredo da agremiação:

Labirintos da Alma – Um Rosário de Fé, um Inventário para Deus e uma Lição para os Homens

 

“Oh, loucura, rege a alma, mas é a mente quem vaga numa intensa procura.
Se encontrar é se perder, desvairar é construir…”

“Um dia eu simplesmente apareci” falava Arthur Bispo do Rosário ao ser perguntado sobre sua história. E sua história mais uma vez estará na Passarela Virtual, no ano dos seus 110 anos.

Ele chegará através da Nau dos foliões enlouquecidos. Acompanhado dos Memoriais, os senhores da Memória, com seus pergaminhos que contam a história e abrem os caminhos dos Labirintos da Alma.

 

“Fito-me frente a frente
E conheço quem sou.
Estou louco, é evidente,
Mas que louco é que estou?”
(Fernando Pessoa)

A saga mental de Arthur Bispo do Rosário, então um ex-sinaleiro da Marinha, nascido em Japaratuba, Sergipe, no ano em que o reino de Machu Picchu foi descoberto, remonta à noite de 22 de dezembro de 1938, quando, aos 29 anos, conduzido por um imaginário exército de anjos, ele andou pelas ruas do Rio de Janeiro com um destino: a igreja da Candelária, onde anunciaria que era um enviado, incumbido de “julgar os vivos e os mortos”. Dois dias depois, na noite de Natal, acabaria sob o domínio da psiquiatria, enviado ao Hospital Nacional dos Alienados e, mais tarde, para a colônia Juliano Moreira, onde rótulos não demorariam a distinguir sua ficha: negro, sem documentos, indigente.

Ao longo das cinco décadas seguintes, Rosário se incumbiu de recriar o mundo em miniatura. No pavilhão em que foi instalado, fez bordados, colagens, estandartes e objetos que, no fim de sua vida, seriam expostos em museus e bienais. No confinamento, usou a criatividade para obter matéria-prima, bordando suas peças com a linha que desfiava dos uniformes.

A razão estava então, encarcerada. E com um séquito de desvairantes viajou pelo mundo reunido o povo endemoniado. Loucos, todos, pois somos muitos. Como Bobos da Corte, Pois “O Que Hoje Dá pra Rir, Amanhã Dá Pra Chorar“. Temos um pouco do Imperador Maluco, cavalgando num Cavalinho de Pau e Tropas de Vento. No mundo da lua, loucos somos sim. Mas nem todos.

Estamos todos “Pra lá de Bagdá”, como “Homens-Peixe” Afogando a Loucura. Estamos Chocante e Ciclonantes em busca de uma cura Chamada Liberdade.

Dos “Girassóis que Não Sabem” – A Expressão da Dor Interior, com “As Notas que Cantam!” , vamos Libertando as Dores e aprendendo a ser um Maluco-Beleza.

A despeito de toda investigação por parte de críticos e historiadores, a história de Bispo do Rosário ainda é repleta de lacunas. Mas com sua arte temos a certeza da Recriação do Criador – Esculturando o que Se Sente. E no seu Rosário de Fé, descobrimos que ele é o Senhor dos Labirintos. Que desvenda os segredos da Esfinge Simbólica, e nos guia para a nova Barca da Salvação. O Veleiros do Microcosmos.

“O que é misticismo e o que é loucura? A psiquiatria condenou e classificou um homem pelo que ele via. Quando você encara a vida de Bispo do Rosário faz um questionamento sobre o que considera verdade e é levado a permanecer acima do que é terreno”.

E neste terreno, está brilhando e girando o Carrossel e seus cavalinhos. Armados na Praça decorada com as Flores do Juízo, afinal.

O Bispo refaz então, o seu Inventário de Deus, para uma nova Lição aos Homens. Onde a nossa coroa gira novamente em um delírio Imperial.

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