Embaixadores da Águia faz “Um carnaval dos Deuses” em sua estreia do Carnaval Virtual

O GRESV Embaixadores da Águia apresenta seu enredo propondo “Um carnaval dos Deuses” em sua estreia no grupo de acesso do Carnaval Virtual. O Título do enredo da escola é: “Um carnaval dos Deuses: sagrado pra quem pratica, divino pra quem festeja” de autoria do carnavalesco da escola Evander Santanna e do enredista Marcos Felipe Reis. O logo do enredo é de autoria do design Adalmir Menezes.

 

 

FICHA TÉCNICA

Escola: Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Embaixadores da águia
Data de criação: 23/03/2020
Cidade: Rio de Janeiro – RJ
Cores da escola: Azul,prata e dourado
Símbolo: Águia

Presidente: Thiago Marcelino
Carnavalesco: Evander Santanna
Intérprete: Thiago Marcelino

 

ENREDO:

Um carnaval dos Deuses: sagrado pra quem pratica, divino pra quem festeja

Autores: Marcos Felipe Reis e Evander Santanna

No início, era o nada, o escuro, o incompreensível. E as forças do universo dançaram, nessa dança começou a ópera da criação: será de barro? Será uma grande explosão? O toque da criação para fazer o espelho, a imagem e semelhança? Ninguém sabe… O que se sabe é que alguma força acima de nós deu o início de tudo, criou o mundo em que vivemos e tudo que somos. E quem será a origem dessa força? O ser humano chamou de “deus”, que simboliza onisciência, aquilo que tudo sabe, onipotência – aquilo que tudo pode – e onipresença – aquilo que está em todo lugar. Hoje a Águia das Embaixadores do Samba se inspira em adoração e abre os caminhos para conhecermos um pouco mais sobre essa força divina por entre os povos que dominam nas mentes e no imaginário popular.

O ser humano, desde o início dos tempos, tem em sua essência a busca por respostas. Nessa ânsia, os deuses eram a chave das explicações, guiando grandes civilizações pelo mundo a fora. Egípcios, gregos e hindus misturavam figuras humanas com animais em suas manifestações divinas politeístas, os africanos assim como os orientais e pré-colombianos e ameríndios cultuavam também as manifestações da natureza como divinas. Já os romanos eram mais humanizados.  Assim, as religiões foram surgindo, unindo as pessoas que acreditavam em um mesmo conjunto de deuses e em um mesmo Deus, como fazem os que posteriormente se denominaram católicos, muçulmanos, judeus, entre outros. Houve um senso comum entre vários povos de nomear seus líderes como filhos, como escolhidos diretamente por seus deuses para guiar seu povo. E com isso o culto ao místico e natural foi abrindo espaço ao culto material: a criação de carrancas de madeira, de crucifixos de metais ou madeira, as pequenas imagens míticas foram também associadas às superstições e desejos.

Falar de Brasil é para muitos falar de uma terra abençoada. Uma terra em que tudo que se planta dá, que possui seus eldorados culturais e naturais. O brasileiro é um povo conhecido também por ser um povo de muita fé, que admira deuses e santos com uma proximidade quase íntima, fazendo promessas, agrados, cultos e festejos. É tão próximo, que sempre pensa que “Deus é brasileiro” e está do seu lado para fortalecer aquilo que acredita. Mas nem tudo são flores: aqui os deuses viram como a fé de seus fiéis é forte, pois estes ao não abandonarem sua fé foram obrigados a misturar imagens e crenças fazendo assim o chamado sincretismo religioso. A fé católica, imposta para negros e índios abriu lugar para os deuses destes, dando origem à umbanda brasileira.

Engraçado é falar de um país tão devoto a um divino que possui entre suas grandes atrações uma grande festa pagã. Mas pagão, meu caro folião, só não está seguindo o deus de crença maior, porém que tem seus próprios deuses e deusas. Seja lá pelas festas de Baco carregadas de prazer, as festas Dionísicas fartas do bom vinho, o carnaval é uma manifestação profana daquilo que é sagrado pra quem o pratica. E na mais divina das avenidas, vimos grandes carnavais daqueles que hoje são tidos como deuses dessa manifestação: quem não tem sua adoração com Arlindo e seus Quilombo dos Palmares, Pamplona e sua festa para um rei negro. Quem duvida da divindade de ver Joãozinho trinta com ratos e urubus, Rosa Magalhães e sua corte barroca na corte dos tupinambôs, Fernando Pinto com sua tupinicópolis e Renato com suas águas fazendo Chuê Chuá? E no meio de tantos, temos ela – a Deusa da passarela! Um festival de prata que arrasta multidões e traz sua divindade na beleza do sorriso e na firmeza de uma voz. Carnaval é isso: é sagrado pra quem pratica e divino para quem festeja. Cada um dos que trabalham em carnaval é um Deus, que faz a realidade ser possível, com seus milagres o ano inteiro para descansar ao último dia.

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA:

– Escola irá encomendar a obra.

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