De volta ao Carnaval Virtual, Estrela Dalva promete “dar trabalho”!

Estrela Dalva. Foto: Divulgação

No dia 04 de agosto de 2008, em uma “reunião de amigos que buscavam participar de outro evento carnavalesco durante o ano, Jorge Goulart, Rodrigo Ferreira, Marcos Mano, Victor Alves e Jonathan Avelino”, fundavam em Quintino – RJ, nas cores verde, branco e ouro, a Estrela Dalva. Segundo Jorge Goulart, presidente da agremiação, “ O importante, desde a nossa fundação, é a amizade. Quem entra na escola só sai se quiser, não há demissões. Antes de ser bom, deve ser amigo de todos da escola”.

Durante a entrevista, Goulart revelou que ao contrário do que muitos pensavam a paralisação em razão da pandemia da COVID-19 não prejudicou a agremiação, vez que a mesma foi crucial para o retorno da Estrela Dalva, nas palavras dele:

“Não houve dificuldade, conseguimos gravar e foi um processo tranquilo. Fomos a primeira escola do Carnaval Virtual a gravar em estúdio e acredito que se não tivesse em pandemia, não teríamos voltado. Precisávamos acertar detalhes para que a volta não interferisse na vida pessoal, minha e das outras pessoas integrantes. O Pedro vinha a uns 3 anos namorando a volta da Estrela Dalva e essa pausa que a pandemia permitiu tornou tudo possível. Todos aceitaram voltar.”

Quanto ao enredo que será apresentado, questionado sobre a presença das mazelas sociais, nosso entrevistado, Jorge Goulart, explicou em detalhes seu real significado e o que o difere dos demais, dando-lhe um “que” de especial. Segundo ele:

“O enredo não é diretamente uma relação entre o santo e as mazelas sociais, é a representação de São Jorge para um povo através da festa do dia 23 de abril na igreja matriz em Quintino, bairro da agremiação. As mazelas sociais estão sim no enredo, mas representam apenas uma ala, o restante é lenda, representatividade e festa. O diferencial é representar o santo como lenda e a festividade. Afinal, a escola possui uma relação direta com o santo por ter em seu bairro de fundação a igreja matriz.”

Goulart completou exaltando a influência do santo em diversos países e ressaltou a importância do trabalho de pesquisa quanto a referências de imagens. Segundo o mesmo:

“A escola inspirou-se em desenhos e pinturas da época para a confecção de seus desenhos. Igrejas e monumentos em homenagem ao Santo Guerreiro também fizeram parte das inspirações para nosso carnaval. Nada no nosso carnaval é colocado ao acaso, nada.”

Questionado quanto a composição do samba estar em grande parte na primeira pessoa, disse que o mesmo é inspirado em diversas músicas e pontos em reverência ao Santo homenageado e completou dizendo:

“Aproveitamos que não é um carnaval real de uma hora e pouco. São vinte minutos praticamente de apresentação, assim aproveitamos essas diferenças para propor um samba forte, com uma relação entre o santo e quem canta. Basicamente uma reza, um pedido de um devoto ao seu santo protetor.”

Por fim, tendo sido instigado a falar do refrão do meio, “QUEM ME DERA SER MEU GUIA / QUEM ME DERA VER A LUA / MEU SÃO JORGE A CAVALGAR / É OXÓSSI, É OGUM, É O CAVALEIRO DE OXALÁ!”, disse:

“São cinquenta e tantas escolas, a grente precisa chamar a atenção. Este é o meu maior pedido o tempo todo aos compositores e ao carnavalesco. Sempre foi nosso lema e neste ano com tantas escolas disputando não basta ser o melhor, temos que chamar a atenção. Como vamos fazer isso no desfile: com efeito nos nossos carros, comissão de frente e alas. No samba precisamos de uma letra com fácil fixação e uma melodia com uma rápida identificação das pessoas.”

Animado e com boas expectativas, o presidente da agremiação de Quintino rasgou o verbo e disse que o público pode esperar para 2020 uma Estrela Dalva competitiva.

“Vamos apostar muito na qualidade dos desenhos do Pedro, aliados aos efeitos de luz e alguns movimentos com muito GIF. (…) Viemos com alegorias ao máximo, tripés, fantasias, tudo muito bem feito. Resolvemos voltar e para voltar tem que ser bem feito. Se vamos ganhar, se vamos subir, não sei, mas vamos dar trabalho.”

No Carnaval Virtual de 2020, a Estrela Dalva apresentará o enredo “23 de Abril”, de autoria de Pedro Souza, o qual será desenvolvido pelo mesmo. A equipe da agremiação ainda conta com o experiente Luizinho Andanças no carro de som e Rodrigo Ferreira na Direção de Carnaval.

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