Apoteose virá vestida para brilhar no Carnaval Virtual 2021

Logo oficial da agremiação.

A verde e amarelo do Rio de Janeiro, a Apoteose, em sua volta ao grupo especial do Carnaval Virtual apresentará o enredo Apoteose vestida para brilhar. O enredo possui pesquisa de Vanderson Cesar, carnavalesco da agremiação, e texto da sinopse de João Carlos Martins, presidente da escola. O enredo tem como base o livro de João Gustavo Melo Vestidos para brilhar: uma epopeia dos grandes destaques do carnaval carioca, sendo também o autor do prólogo que acompanha o texto.

Logo oficial completo da agremiação

Confira abaixo a sinopse da agremiação:
Prólogo:

Fantasia, a expressão máxima de observar o outro para ver a si mesmo. Alquimistas do olhar transformam o trivial em raro, o ordinário em sagrado. Dobram, retorcem, colam, costuram, tecem, excedem, transbordam e transformam. Bordam as glórias de reis, rainhas e heróis. Inventam o futuro e desafiam a natureza das coisas. Tornam-se corpos alegóricos que sustentam o esplendor das memórias dos nossos sonhos. São vistos, mas muitas vezes não enxergados, pois se anulam em nome da missão de reviver outros personagens. O brilho, enfim, arremata e reata os laços humanos com as divindades. E lá do alto, reconectam-se com o terreiro ancestral do samba. São devotos fiéis, santos e deuses elevados no altar sagrado do Carnaval.

Introdução:

Sonho que ganha mentes, mãos e fantasias. Num simples pedaço de papel, o luxo surge em rabiscos de lápis e pincel. Os traços marcam os mais belos faisões. Círculos dão vida a galões. E no talento do artista, toma forma o desejo de brilhar no Carnaval. No atelier, mãos desenham, pintam e costuram caudas quilométricas, costeiros que desafiam as alturas.
A Apoteose está “vestida para brilhar” e exaltar aqueles que fazem do “Maior Espetáculo da Terra” seu altar. Com o traje mais opulento do Carnaval Virtual, a verde e amarela borda a história dos destaques de luxo, para costurar, a mão, mais uma estrela em seu pavilhão.

Sinopse:

A porta-estandarte anuncia:

– Que desfilem as grandes sociedades, os ranchos e os corsos carnavalescos!

Batalha de confetes. Chuva de serpentinas. “Lança-perfume no cangote da menina”.

Em alegorias suntuosas, puxadas por cavalos, mulheres jogam beijos para o povo aplaudir. O amante da festa veste a fantasia e sobe em cima de um carro. Respira fundo e, sem medo, encarna um personagem de enredo. É elevado em meio a um mar de brincantes. Milhares de olhos arregalados a observar e ovacionar aquele desfilante. Na era pré-escola de samba, até calhambeque passava carregando folião, que feliz da vida acenava à multidão.

E quando nasceram as agremiações e a figura do destaque se tornou relevante, logo o Império Serrano reivindicou a primazia. Foi Dona Olegária, – diz a verde e branca – toda elegante, a pioneira do segmento na folia.

Não demorou muito para a Avenida Presidente Vargas se render à “importante, majestosa e invejada” Isabel Valença. A primeira-dama salgueirense encarnou personagens de brilho, luxo e cor. Perucas opulentas, tecidos finos, caudas de metros, colares de valor. A filha de Iansã e Omulu na verdade “era deusa no reino encantado” do Carnaval. Foi Xica da Silva, Maria de Médici e destaque principal. 

Corta para a Praça Marechal Floriano, S/N.

– Que abram as cortinas do Theatro Municipal. É Segunda-feira de Carnaval!

Pilastras decoradas. Paredes enfeitadas. Gala e glamour nos bailes. Desfiles de personalidades. Mascarados nos salões. Concursos de figurinos que valem milhões.

Se apresenta a primeira fantasia. Destaque de luxo masculino é a categoria. A roupa mais criativa também é premiada. E na disputa feminina, quem sairá consagrada?

Da passarela do samba ao tapete vermelho… Evoé, Isabel! Luzes da ribalta iluminaram a foliã. Vestida de “Rainha Rita de Vila Rica”, Valença conquistou a banca e gritou campeã.

Do tapete vermelho à passarela do samba… Abram alas para os recém-chegados, os destaques por Isabel derrotados. E não é que o concurso uniu ainda mais o erudito e o popular? Fez até o nobre fantasiado da elite querer sambar.

Com novas personalidades no pedaço, eis a questão: vão desfilar em que espaço?

Em barracões improvisados, nascem alegorias que desafiam limites de tamanho e altura. No centro delas, um local vazio, e não há escultura. Cria-se uma espécie de altar para aqueles que já marcaram história nesse chão. Elevados ao céu, tal qual santo em procissão, os destaques viram deuses no Carnaval. 

Sobem as divindades. Costeiros tocam a lua. O povo aplaude, lá embaixo. E o cortejo segue a rua.

– Atenção, Sapucaí! 

O Sambódromo se torna desejo de quem sonha o ano inteiro em aparecer no topo de um desfile carnavalesco. O glamour de estar à altura do público e do jurado. Ter espaço na mídia com direito a nome televisionado. Mas, calma lá, o posto principal do abre-alas não é pra gente: só sobe lá quem beija o presidente.

E na disputa pelo holofote, vale tudo pela melhor fantasia. Materiais inusitados dão vida aos figurinos mais ousados. As máscaras não vão cair. Os corpos ninguém vai ver. Desfilam os destaques camuflados que fazem da avenida seu bal masquê.

Passarela virtual. Outubro de 2021.

Reis e rainhas da festa se preparam à consagração.

– Olha o “Carvalhão”!

Finos galões, belas plumas, ricos faisões. Paetês brilhosos, tecido vistoso, cristais valiosos, veludo luxuoso. Costeiro apoiado, ombreira armada, chapéu elevado. A Apoteose com muito orgulho entrega a fantasia ideal. E “veste para brilhar” quem merece verdadeiro destaque no Carnaval.

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