Alegria da Aclimação lança seu enredo para o Carnaval Virtual 2021

Logo oficial da agremiação.

A paulistana azul e rosa de São Paulo fará sua estreia no Carnaval Virtual 2021 contando a história do Carnaval Brasileiro com o enredo Ô Abre-Alas que a alegria vai passar: a história do Carnaval Brasileiro pelo Grupo de Acesso 2 da Carnaval Virtual. A escola possui como presidente Tatiane Suzuki e como carnavalesco Bruno Veríssimo.
Confira abaixo a sinopse da escola:

O G.R.E.S.V. Alegria da Aclimação apresenta em seu desfile de estreia, a história do carnaval Brasileiro. Dando voltas na história, a azul e rosa da Aclimação irá apresentar como uma festividade europeia, ao vir para a terra Brasilis, tomou formas, sons e cores. Demonstrando o início e a evolução dos festejos que tanto alegram e fazem parte da vida do povo brasileiro e, que hoje é considerado o maior espetáculo da terra.

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1º SETOR – ABRAM ALAS QUE A ALEGRIA VAI PASSAR !
O que abre o nosso desfile é a grande festa de coroação do rei momo, que ocorre no início do carnaval. O rei momo será o nosso fio condutor nesta aventura pela história e, junto a ele, participando desta cerimônia vemos o Pierrot, a Colombina e o Arlequim. Ambos de origem europeia e escoltados por uma guarda real, nos remetendo aos colonizadores que foram os que trouxeram o Entrudo Português (primeira festividade vista como carnaval) ao Brasil, por volta do ano de 1641.
O entrudo era uma brincadeira de rua, realizada no período desde o sábado gordo até a quarta feira de cinzas. Vista como violenta e de extrema barbárie
pela alta sociedade, se popularizou pelos escravos . Consistia nos foliões jogarem uns nos outros diversos objetos de consistência líquida à sólida, tais como polvilho, cal, água suja, tinta e ovos. Por não ser aceita pela alta sociedade, sofreu repressão e foi criminalizada em meados do século 19. Para se enquadrar, ganhou maior graça e leveza ao substituir as substâncias arremessadas, pelos chamados “limões de cheiro”, constituídos em pequenas esferas de cera, cheia de água perfumada, o que posteriormente viraria o lança perfume.
Com a repressão do entrudo nas ruas, a elite do império criaria os bailes de Carnaval em teatros e clubes. Inspirados pelos bailes de máscaras de Veneza, a alta sociedade brasileira vestia-se elegantemente e com máscaras, se permitindo brincar nesse período ao som das Polcas. Criaram ainda sociedades carnavalescas, a fim de desfilar pelas ruas demonstrando luxo e elegância pela capital e demais cidades do país.

2º SETOR – A FOLIA GANHA AS RUAS
Em contrapartida, a classe popular, em busca de suprir a demanda dessa população, criou os ranchos, os quais surgiram por volta de 1872. Sua criação teve bastante influência nordestina, caracterizando-se por incorporar ao Carnaval elementos de procissões religiosas, de tradição negra e de manifestações folclóricas típicas do Dia de Reis. Era um cortejo carnavalesco que utilizava de marchas e maxixes como música, tocadas por uma orquestra de sopro e cordas. Os ranchos evoluíram a partir da fundação do Rancho Ameno Resedá – o “rancho que foi escola”, em 1908. Possuindo uma organização grandiosa com fantasias ricas, um coro de qualidade, uma orquestra bem estruturada, esse rancho introduziu ao Carnaval a novidade que seria o enredo para ser tema dos seus cortejos. Os ranchos entraram em declínio paralelamente à ascensão das escolas de samba. O desaparecimento do Rancho Ameno Resedá em 1941 marcou definitivamente o término de uma fase de esplendor, causando o desaparecimento completo dessa festividade por volta de 1990.
Simultaneamente aos ranchos, surgiram os Cordões, que continham este nome devido a seus participantes andarem em fila, caminhando e dançando um atrás do outro. Era um grupo em que sua principal característica eram os foliões mascarados, com os mais diversos tipos de temas, tais como palhaços, velhos, índios, reis, rainhas, diabos, baianas e vários outros personagens. Ao que tudo indica, alguns cordões em sua forma original, escolhiam um tema geral de fantasia para todo o grupo. Este era conduzido por um Mestre e obedecia a um apito de comando. Quem realizava o som e ritmo da brincadeira era um conjunto munido apenas de instrumentos de percussão. Outra festividade, o Corso, mobilizou multidões por aproximadamente três décadas. Era caracterizado por uma grande passeata de carros conversíveis enfeitados, conduzindo os foliões que brincavam entre si e interagiam com os pedestres. Brincadeiras essas, realizadas principalmente por moças fantasiadas e com saias bem curtas, que jogavam serpentinas, confetes e lança-perfume nos pedestres. Dando origem assim ao carnaval de rua e aos primeiros bailes de salão.
Outro movimento criado foram os blocos carnavalescos de rua, também organizados pelas camadas populares que expandiram as festas de rua, um movimento que desfilava pelas avenidas, em carros decorados ao estilo de uma alegre procissão.
Em paralelo, no Nordeste brasileiro, surgiram também o Afoxé, Maracatu e Frevo. Cada um com sua singularidade e representatividade local. O Afoxé, primeira forma de manifestação negra, foi às ruas baianas, em 1885. Possuía um comportamento único, pois seus foliões estavam vinculados a diversos terreiros de candomblé. Suas principais características são as roupas, nas cores dos orixás, as cantigas em língua iorubá, instrumentos de percussão, atabaques, agogôs, afoxés e xequerês. O ritmo da dança na rua é o mesmo dos terreiros, bem como a melodia entoada. Os cantos são puxados em solo, por alguém de destaque no grupo, e são repetidos por todos, inclusive os instrumentistas. Antes da saída do grupo ocorre o ritual religioso (como a cerimônia do “padê de Exu” feita antes dos ritos aos orixás numa festa de terreiro). Um dos grupos mais conhecidos é o dos Filhos de Gandhi.

Já o Maracatu, possui uma origem incerta e, relaciona-se com o candomblé associado a coroação dos reis do Congo. O rei do congo surgiu como uma figura administrativa, esta cuidava dos povos negros trazidos ao Brasil com o objetivo de serem escravizados. Desta forma, os colonizadores portugueses, com finalidade de dominação, incentivavam as homenagens. Possuía duas vertentes, o maracatu nação e o maracatu rural. O primeiro é típico da zona metropolitana de Recife e possui um ritmo afro-brasileiro, tendo como principal personagem o batuqueiro e seus instrumentos, que apresentava-se em forma de corte imperial. O segundo, tem como protagonista o caboclo de lança e é representado por brincadeiras dos trabalhadores rurais. 

O Frevo, por sua vez, caracteriza-se por ser uma “marchinha acelerada”, realizada ao som de uma banda, estilo semelhante aos blocos de carnaval. Incorpora elementos dançantes como maxixe, polca e capoeira. Tem como orquestra a fanfarra. A música executada recebe o mesmo nome desta festa, e possui diversos tipos, sendo o mais comum o executado através de instrumentos de sopro e percussão.

3º SETOR – A MÚSICA QUE ARRASTA MULTIDÕES
A partir da evolução dos festejos carnavalescos, surge a necessidade de uma musicalidade própria da festa, assim, em 1899 surgiu a primeira marchinha de carnaval: “Ô abre Alas”, composta por Chiquinha Gonzaga, sucesso este cantado até a atualidade. Foi chamada de marchinha devido à sua similaridade da cadência em que as fanfarras tocavam as marchas militares. 

Em seguida, surge o Samba, fruto da miscigenação entre a música africana e a europeia, tanto rural quanto urbana. Por ser disseminado por todo o território brasileiro, em cada região apresenta sua forma local, todas com sua alegria e cadência preservadas. Em 1917 foi gravado no Brasil aquele que é considerado o primeiro samba, com o título “Pelo Telefone”, letra de Mauro de Almeida e Donga. Este estilo musical é considerado por diversos grupos como o gênero típico brasileiro, pois sua origem registra a grande mistura de ritmos e tradições que cruzam toda a história e território brasileiro. Juntou batuques, associados à religião, música e rituais de diferentes regiões africanas. Seu nome remete à alegria, diversão e festa. Com o tempo, surgiram seguimentos do samba, um deles a “batalha de improviso” em uma roda de samba. Na virada do século XIX para o século XX, o samba foi se afirmando como gênero musical popular dominante nos subúrbios e, depois, nos morros cariocas. Dois sambistas ficaram muito conhecidos nesse contexto: João da Baiana e Donga. Na década de 30, o samba ganhou grande espaço na indústria fonográfica e também foi usado pela política ditatorial de Getúlio Vargas, na época do Estado Novo.

Em 1950, na cidade de Salvador, a fim de incrementar os blocos carnavalescos da capital baiana, surge o trio elétrico, que consistia em um caminhão com instrumentos musicais amplificados por alto-falantes, este foi conquistando espaço em todo o território brasileiro assim como o Axé, estilo musical de fundo religioso, que designa energia positiva e transmite alegria para todos aqueles que acompanham o carnaval, arrastando multidões por onde passa.

4º SETOR – O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA – O MOMO FESTEJA
Com o sucesso dos blocos, cordões e ranchos carnavalescos, surge a primeira agremiação considerada escola de samba no Rio de Janeiro, a chamada “Deixa falar”, atual “Estácio de Sá”. Através da evolução desta, houve um incentivo ao crescimento de outros blocos ao patamar de escola de samba, destacando a “Vai Como Pode”, atual Portela e a “Estação Primeira”, atual Mangueira. Já em São Paulo, a primeira escola foi a Lavapés, incentivando outros cordões a ascenderem ao mesmo patamar, sendo os grandes destaques “Camisa Verde e Branco” e a “Vai-Vai”. Todas estas permanecem nos desfiles até os dias de hoje e algumas são grandes campeãs carnavalescas locais.
As escolas de maneira geral, se originaram como associações populares, que na década de 30 passaram a participar de um campeonato de desfiles, e, ainda neste século, essa prática é conhecida e popularizada, sendo a maior atração do carnaval brasileiro. Um dos elementos mais básicos de uma escola de samba, é a bateria, avaliada em um desfile juntamente com o samba-enredo, harmonia, evolução, enredo, alegorias, fantasias, comissão de frente e o mestre-sala com sua porta-bandeira. Atualmente, os desfiles das escolas de samba acontecem nas grandes capitais, em sambódromo, como é o caso do Anhembi (SP) e da Sapucaí (RJ). Atraindo milhões de pessoas de todo o mundo, que buscam assim conhecer e acompanhar o maior espetáculo da Terra, o carnaval brasileiro.

Conclusão
Em suma, nossa escola irá apresentar um desfile juntando todos estes elementos, contando a história do carnaval brasileiro, através de um enredo alegre e cheio de vida. Passaremos por estes eventos marcantes que fizeram
com que nosso carnaval evoluísse aos moldes atuais e fosse visto e reconhecido como “o maior espetáculo da Terra”.

Informações da disputa de Samba-Enredo
Com a divulgação do enredo e da sinopse, está aberta a inscrição de sambas para a disputa do samba oficial de 2021 da “Alegria da Aclimação”, confira abaixo as regras:
– O samba pode ser composto tanto solo quanto em parceria, sem limites de compositores;
– Cada parceria ou composição única poderá concorrer com 2 sambas;
– Solicitamos o não destaque para datas na letra do samba mas, abordando simplesmente os fatos constantes na sinopse e enaltecendo a visão principal e mensagem do enredo em geral;
– É imprescindível para uma maior compreensão da obra composta uma boa atenção à melodia que deve fluir de forma definida, facilitando assim a sua avaliação;
– Enviar letra e áudio em mp3 com duas passadas do samba, junto com o(s) nome(s) do(s) compositor(es) para o e-mail: [email protected];
– A gravação não precisa ter acompanhamento de instrumentos, podendo ser à capela;
– Caso julgue necessário, a escola se reserva ao direito de realizar pequenas alterações em letra e/ou melodia da obra campeã. Podendo também realizar a junção de dois ou mais sambas;
– Prazo máximo para envio do samba concorrente será até o dia 30/05 às 23:59;
– Os 4 sambas finalistas serão divulgados através das redes sociais desta agremiação, no dia 02/06;
– No dia 05/06 acontecerá uma live no instagram, anunciando o(s) samba(s) campeão(ões);
– Como premiação simbólica, a(s) parceria(s) ou compositor solo campeão(ões) receberá(ão) 01 kit de cervejas artesanais da marca Gatuno Brewery para comemorar a vitória;
– Para maiores informações entrar em contato pela DM da @gresv_alegriadaaclimacao, página do facebook @alegriadaaclimacao ou pelo e-mail [email protected].

Boa sorte a todos!

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