Recanto do Beija-Flor contará o futurismo nas obras de Júlio Verne em 2021

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A capixaba Recanto do Beija-Flor para o carnaval virtual 2021 apresentará o enredo Tudo que uma pessoa pode imaginar outras podem tornar realidade que traz as obras de Júlio Verne, autor francês, que idealizava as viagens em seus livros, que continham ares futuristas ao trazer elementos que não existiam ainda em seu presente. A azul e branco desfilará no Grupo de Acesso 1 e pretende buscar o retorno ao Grupo Especial.

Confira abaixo a apresentação e a sinopse da escola:

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Apresentação:
O autor da frase “Tudo que uma pessoa pode imaginar outras podem tornar realidade”, Jules Gabriel Verne, no Brasil conhecido como Júlio Verne, é autor de mais de cem livros, sendo considerado pela UNESCO o escritor cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas. Nasceu na cidade de Nantes, na França, em 8 de fevereiro de 1828. Tinha paixão por viagens, que na época eram feitas principalmente de navio, sendo essas as temáticas mais frequentes em suas obras. Mas não eram viagens simples. Sempre eram recheadas de aventuras em um futuro idealizado a partir de tendências que existiam no seu momento presente. Esse futuro por ele desenhado espantosamente se realizou, algumas vezes com notável precisão, despertando conjecturas de que ele teria viajado no tempo, ou que teria poderes intuitivos sobrenaturais. Mas na verdade Verne era interessado por ciência e inovação, alguém que se encantava com a expansão do conhecimento humano e de seu uso para o progresso. Definitivamente é uma figura que merece ser lembrada em tempos de obscurantismo e negacionismo.
Nosso enredo tem como fundamento algumas obras de Júlio Verne que se notabilizaram pela presença de tecnologias, algumas que só seriam descobertas décadas depois, convergindo para a reflexão de como vemos a ciência e a inovação na atualidade. Os livros representados não estão dispostos em ordem cronológica, e seguem nossa narrativa particular. Que sua obra ilumine a mente dos eternamente jovens, que com ele continuarão viajando, cada um a seu tempo, rumo a um futuro positivo.

Sinopse:
A segunda metade do século XIX na Europa foi marcada pela popularização da ciência nas classes mais favorecidas. A ideia de grandes exposições inicialmente nas grandes capitais culturais do mundo à época, Londres e Paris, permitiram a democratização do conhecimento em um nível até então inédito. Produtos manufaturados, protótipos de dispositivos e máquinas futuristas, produtos de design, arte e cultura de diferentes partes do mundo eram expostas em grandes estruturas construídas com esse fim. Conta-se que essas primeiras exposições inspiraram Verne diretamente, em especial as exposições de tecnologias para exploração aquática.
Ao ambiente marítimo Julio Verne familiarizou muitas narrativas, sendo o oceano paisagem de fundo de muitas histórias. Na mais conhecida, “Vinte Mil Léguas Submarinas”, descreveu o que viria a ser o escafandro individual autônomo e o submarino. De certa forma antevendo o movimento ambientalista, contou uma empolgante história na qual o misterioso Capitão Nemo viaja com prisioneiros em seu submarino, Nautilus, pelo leito do oceano. No decorrer da aventura, surgiam cenários como corais, peixes, tubarões, lulas gigantes, geleiras, cabos de telégrafo e navios naufragados. O futuro tecnológico, mas também reflexivo, sobre a ecologia, foi antecipado.
Quando o livro “A volta ao mundo em 80 dias” foi lançado não havia mais dúvida de que nosso planeta tem formato esférico, e tal fato sequer fora questionado na ocasião. Na fantástica história, um cavalheiro inglês e seu valete apostam que podem dar a volta ao mundo em 80 dias. Na viagem, feita de trem, balão e navio, os personagens passam por inúmeras aventuras, e terminam chegando ao ponto de partida a tempo, graças ao atraso no horário decorrente da volta ao mundo de oeste para leste. A existência dos fusos horários se deve justamente ao formato esférico da Terra. Nos dias de hoje uma volta ao mundo não seria nenhuma façanha, mas para a época a ideia dessa viagem foi considerada ousada.
A globalização advinda do fácil ir e vir dos humanos pelo planeta poderia ser ainda mais facilitada, mas iria requerer cuidados especiais. Em “Robur, o conquistador”, Verne antecipa a invenção do helicóptero. De forma comovente, o herói encerra sua história afirmando que as nações ainda não estariam prontas para a união, após uma disputa com outra máquina no céu. Em outras obras, ele reforçou o risco que haveria para a humanidade caso certas tecnologias também chegassem em mãos erradas, antevendo o tanque de guerra e armas de destruição em massa.
Transitando pelo hoje considerado improvável, Verne escreveu “Viagem ao Centro da Terra”. Ainda assim o texto traz grande inspiração pela descoberta científica e permite a viagem no tempo. Na crônica, oceanos subterrâneos, cogumelos gigantes, dinossauros e hominídeos pré-históricos são explorados por três investigadores que partem de uma cratera de um vulcão na Islândia, e reemergem à superfície por outro vulcão, na Sicília.
Ultrapassando os limites do globo, e mais uma vez mostrando excelente visão de futuro, o escritor compôs “Da Terra à Lua”, uma obra em que previa a exploração da Lua. Ele chegou ao nível de exatidão de prever o local de partida da viagem, o Cabo Canaveral, na Flórida. Descreveu a partida de uma nave com formato similar ao dos foguetes atuais, que venceria a gravidade, com três passageiros. Pela interferência de um asteroide, ao invés de pousar na Lua, o projétil se mantinha gravitando ao redor do satélite. Anos depois, um segundo romance foi publicado, contando a história dos astronautas ao redor da Lua, vislumbrando ao longe água e vegetação, e retornando à Terra, caindo no Oceano Pacífico.
Mas muito realista foi sua visão no conto “O Dia de um Jornalista Americano em 2889”. Ele chegou a vislumbrar um futuro (que se mostrou ser bem mais próximo do que o imaginado) no qual a comunicação entre as pessoas seria facilitada pela tecnologia, como é o caso da internet, das videoconferências, dos telejornais e de dispositivos que poderiam ser comparados a computadores e smartfones.
Sem dúvida foi um gênio. E sua época era um tempo de esperança na tecnologia. A história da Recanto em 2021 é a de um homem que nos possibilitou ver o futuro no seu presente, que hoje é nosso passado. E quanto ao nosso futuro? No que podemos acreditar? Podemos contar histórias fantásticas prevendo um futuro cheio de aventuras? Acreditamos que sim. É só deixar o obscurantismo de lado e abrir asas para a inovação, para que nossos descendentes tornem realidade. A ciência e a tecnologia são instrumentos para o progresso do homem. Como disse Julio Verne, assim como a vontade, a imbecilidade humana não tem limites. Lutemos contra a imbecilidade e sejamos felizes.

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