Vítimas de incêndio em hospital do Rio morreram por asfixia, diz Polícia Civil

Incêndio atinge prédio do Hospital Badim. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Polícia Civil confirmou que a morte de onze vítimas do incêndio que atingiu o Hospital Badim, na Zona Norte do Rio, foi provocada por asfixia. De acordo com a delegada Gisele de Lima Pereira, subsecretária de gestão administrativa da Polícia Civil, os dez corpos levados para o Instituto Médico Legal de São Cristóvão foram identificados por exames de papiloscopia.

A perícia técnica do Instituto de Criminalística Carlos Éboli começou por volta das 8h desta sexta-feira e ainda não tem previsão para acabar. Até o momento, os agentes apreenderam aparelhos de armazenamento do circuito interno de câmeras.

“A perícia ainda está em andamento. Analisando as imagens vamos poder confirmar se houve realmente o pico de luz ou não, e depois temos que ver tecnicamente se isso pode ter causado algum curto. Vamos verificar se há imagens da existência do fogo e da propagação. Só com a prova técnica do perito e com as filmagens que nós vamos ver o que aconteceu”, explicou o delegado Roberto Ramos.

Havia mais de 100 pacientes no local, no momento do acidente, e 90 deles tiveram que ser transferidos para outros hospitais. Durante a retirada, vários doentes chegaram a ser acomodados na própria rua.

Quatro bombeiros também passaram mal durante a operação de combate ao incêndio e resgate das vítimas e foram encaminhados para o hospital dos bombeiros.

Prefeito decreta luto de três dias

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, visitou o hospital na manhã desta sexta e decretou luto de três dias. Segundo ele, um incêndio criminoso não está descartado e tem que ser investigado.

“A cena é das mais tristes do mundo. Tudo preto. Uma fuligem no chão, que a gente imagina que seja de forro que pegou fogo. O prédio está completamente negro”, disse.

Bolsonaro presta solidariedade às vítimas

O presidente Jair Bolsonaro prestou solidariedade às vítimas do incêndio. Os sentimentos foram expressados pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros. “O presidente declinou a solidariedade aos familiares das vítimas do incêndio ocorrido lá no Rio de Janeiro e coloca o governo federal, observados os aspectos legais, à disposição para ajudar no que for necessário”, disse durante a coletiva de imprensa sobre o estado de saúde de Bolsonaro.

O Hospital

O Hospital Badim, que faz parte do grupo Rede D’Or São Luiz, foi fundado há 19 anos. O complexo tem 15,7 mil m² de área construída, Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), centro cirúrgico e uma equipe com mais de 60 médicos. Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, a unidade tem 183 leitos, 50 deles de UTI. Não foi informado quantos leitos estavam ocupados no momento do incêndio.