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‘Que motivo que eu teria para matar Marielle?’, diz Bolsonaro sobre caso Adriano da Nóbrega

O presidente Jair Bolsonaro negou nesta quinta-feira (7) que tenha qualquer relação com a morte do ex-PM do Rio de Janeiro e miliciano Adriano da Nóbrega, que morreu durante uma operação da Polícia Militar na Bahia em 9 de fevereiro de 2020.

Segundo escuta telefônica da Polícia Civil do Rio de Janeiro de dois anos atrás, divulgada nesta semana pelo jornal “Folha de São Paulo”, Daniela Magalhães da Nóbrega – irmã de Adriano da Nóbrega – diz que o Palácio do Planalto ofereceu cargos comissionados como pagamento pela morte de seu irmão.

Ao se defender de áudio, Bolsonaro acabou mencionando a vereadora Marielle Franco, do PSOL, assassinada em março de 2018. “Alguém me aponte um motivo que eu poderia ter para matar Marielle Franco. Motivo nenhum, zero, não dá nem para discutir mais. Os áudios dela, pelo que tomei conhecimento, ela se equivocou: em
vez de falar Palácio das Laranjeiras, falou Palácio do Planalto”, afirmou Bolsonaro na live.

“Nunca conversei com ela, pelo que eu lembre”, disse ele, ao responder a um tweet do deputado Orlando Silva, do PC do B.

Em entrevista à revista Veja, o ex-PM Ronnie Lessa, que é acusado pelo Ministério Público como o autor dos disparos que mataram Marielle e seu motorista Anderson Gomes, destacou que o assassinato da vereadora teria sido intermediado pelo ex-capitão Adriano da Nóbrega.

“Ele estava num patamar em que não entrava mais num carro para dar tiro em ninguém, mas tenho quase certeza de que o grupo dele fez”, afirmou Lessa.

Investigações

Investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apontam que Adriano da Nóbrega era dono de pontos de máquinas caça-níquel na cidade e ele era ligado a “assassinatos, agiotagem e negócios junto à milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste do Rio”, segundo o G1.

Sobre Adriano, ex-capitão do Bope, também pesava a suspeita de envolvimento no esquema da “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro quando ele era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Gravação

No áudio, Daniela diz a uma tia que Adriano ficou sabendo de uma reunião no Palácio do Planalto em que seu nome teria sido associado à ideia de um “arquivo morto”.

“Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo”, disse Daniela à tia na gravação.

A gravação é uma das escutas da polícia na operação Gárgula, deflagrada nem 22 de março de 2021, para investigar os suspeitos de lavar o dinheiro e movimentar os recursos de Adriano da Nóbrega.

O jornal diz que, por mais de um ano, a polícia ouviu conversas de familiares e pessoas próximas de Adriano. Daniela não é acusada de envolvimento nos crimes do irmão, diz a reportagem, segundo a qual o Palácio do Planalto e a defesa de Daniela foram procurados, mas não se posicionaram sobre as escutas.

O diálogo que menciona o Planalto é de conversa com alguém que Daniela chama de tia – não identificada – dois dias depois da morte de Adriano.

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Redação SRzd

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