Presidente do TSE: ‘Levantamento de Bolsonaro tem erros e inconsistências’

Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro. Fotos: Ricardo Moraes/Agência Brasil e Marcos Corrêa/PR

Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro. Fotos: Ricardo Moraes/Agência Brasil e Marcos Corrêa/PR

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, negou o pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) para investigar supostas irregularidades em inserções da propaganda eleitoral de sua coligação em emissoras de rádio. Segundo o ministro, o levantamento tem “erros e inconsistências”, e remeteu o documento ao inquérito das milícias digitais no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ainda segundo Moraes, os dados apresentados pela campanha sobre supostas irregularidades são inconsistentes. Ele ainda disse que a ação se baseia em levantamento de empresa “não especializada em auditoria”.

Na decisão, o presidente do TSE ainda acionou a Procuradoria Geral da República (PGR) e a Corregedoria Geral Eleitoral para apurar suposto crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito e desvio de finalidade da verba do fundo partidário por parte da campanha de Bolsonaro.


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Seis das oito rádios citadas numa auditoria contratada pela campanha de Bolsonaro sobre inserções referentes às eleições presidenciais deste ano no Nordeste rebateram, nesta quarta-feira (26), a acusação de que teriam deixado de veicular as peças do atual presidente. Veja o posicionamento de cada uma das emissoras ao final do texto.

Na última segunda-feira (24), o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o ex-chefe da Secom, Fabio Wajngarten, convocaram a imprensa e acusaram que mais de 154 mil inserções de Bolsonaro não foram ao ar entre os dias 7 e 21 de outubro.

Na terça-feira (25), a campanha do presidente apresentou um relatório, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral, com o objetivo de provar a denúncia. O documento cita oito emissoras; Rádio Bispa FM, Rádio Povo FM (das cidades de Poções e de Feira de Santana), Rádio Extremo Sul FM, Rádio Hits FM, Rádio Clube FM, Rádio Viva Voz e Rádio Integração FM.

O que dizem as denunciadas

Rádio Mais Vida FM.com.br: “há um desencontro de informações e a sua frequência não corresponde com o documento apresentado ao TSE. Na verdade, seria a Rádio Mais Vida FM.com.br”.

Rádio Povo FM (99.5): “todo material de campanha recebido pelas Coligações que disputam o pleito, inclusive do candidato Jair Bolsonaro, foram e serão veiculadas conforme veiculação do Tribunal Eleitoral, não havendo erros ou omissões nessas veiculações”.

Rádio Hits FM (103.1): O analista da CNN Leandro Resende apurou com a CEO da emissora, June Cristina Melo, que se disse “surpreendida” com a inclusão da rádio na ação. Ela afirmou que o PL, partido do presidente, tem atrasado a disponibilização das inserções no sistema do TSE – muitas, segundo ela, são inseridas após as 18h, depois do horário em que o funcionário destacado para a função já não está na rádio.

Rádio Viva Voz (89.7): “Na volta à campanha eleitoral do 2º turno, recebemos material de campanha de todas as coligações no dia 06/10, com exceção da coligação do candidato Bolsonaro, que só recebemos no dia 10/10. A Viva Voz FM preza pela boa-fé e enaltece a liberdade de expressão e a democracia”.

Rádio Integração FM (88.5): O diretor-geral da Rádio Integração FM informou à CNN que fez um levantamento interno das inserções de Lula e Bolsonaro, comparou com a auditoria feita pela campanha do presidente e relatou divergências.

Segundo a assessoria da campanha de Bolsonaro, todas as entregas foram realizadas nos prazos e condições especificadas na resolução do TSE. A Rádio Extremo Sul FM (de Itamaraju-BA) e Rádio Clube FM (de Santo Antônio de Jesus-BA) não se pronunciaram.

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