Ex-presidente Fernando Collor anuncia candidatura com o apoio de Bolsonaro

Ao lado de Collor e caciques do Centrão, Bolsonaro diz que velha política passou. Foto: Reprodução da TV

Ao lado de Collor e caciques do Centrão, Bolsonaro diz que velha política passou. Foto: Reprodução da TV

O senador e ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello (PTB) anunciou, nesta terça-feira (14), sua candidatura ao governo das Alagoas. Collor afirmou ter o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem tem aparecido em eventos públicos no estado e feito elogios.

“Minha pré-candidatura nasce com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que é o presidente do Auxílio Brasil, do auxílio pandemia, do Vale-Gás, do programa Casa Verde e Amarela, da transposição do rio São Francisco, do apoio ao agro e à agricultura familiar”, disse.

“Tomo essa decisão por entender que precisamos de um governador de todos, que goste de gente. Um governador com uma agenda de trabalho para o presente e com visão de futuro”, completou.

Filho de uma tradicional família de políticos, foi prefeito de Maceió de 1979 a 1982, deputado Federal de 1982 a 1986 e governador de Alagoas de 1987 a 1989.

Elegeu-se o presidente mais jovem da história do país, eleito aos quarenta anos de idade, pelo extinto Partido da Reconstrução Nacional (PRN), sendo o primeiro conduzido ao Poder por voto direto após o Regime Militar (1964-1985). Também foi o primeiro a ser afastado temporariamente por um processo de impeachment no Brasil.

Denúncias de corrupção envolvendo o tesoureiro de Collor, Paulo César Farias, feitas por seu irmão, Pedro Collor de Mello, culminaram com um processo de impeachment. Antes de aprovado, o pedido de impedimento fez com que o presidente renunciasse ao cargo em 29 de dezembro de 1992, deixando-o para seu vice Itamar Franco, horas antes de ser condenado pelo Senado Federal por crime de responsabilidade, perdendo os direitos políticos por oito anos.

Seu governo também ficou marcado pelo confisco da poupança, numa ação do Plano Collor, liderado pela então ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello. Entre as polêmicas medidas, estavam:

80% de todos os depósitos do overnight, das contas correntes ou das cadernetas de poupança que excedessem a NCz$ 50 mil (Cruzado novo) foram congelados por 18 meses, recebendo durante esse período uma rentabilidade equivalente a taxa de inflação mais 6% ao ano;

Substituição da moeda corrente, o Cruzado Novo, pelo Cruzeiro, à razão de NCz$ 1,00 = Cr$ 1,00;

Alargamento da base de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras IOF, recaindo sobre todos os ativos financeiros disponíveis, transações com ouro e ações e sobre todas as retiradas das contas de poupança;

Foram congelados preços e salários, sendo determinado pelo governo, posteriormente, ajustes que eram baseados na inflação esperada;

Eliminação de vários tipos de incentivos fiscais: para importações, exportações, agricultura, os incentivos fiscais das regiões Norte e Nordeste, da indústria de computadores e a criação de um imposto sobre as grandes fortunas;

Indexação imediata dos impostos aplicados no dia posterior a transação, seguindo a inflação do período;

Aumento de preços dos serviços públicos, como gás, energia elétrica e serviços postais;

Liberação do câmbio e várias medidas para promover uma gradual abertura na economia brasileira em relação à concorrência externa;

Extinção de vários institutos governamentais e anúncio de intenção do governo de demitir cerca de 360 mil funcionários públicos, para redução de mais de 300 milhões em gastos administrativos.

Segundo levantamento do instituto Datafolha, de março de 1990 quando Collor tomou posse, 71% dos eleitores tinham uma expectativa de que o governo Federal fosse “ótimo” ou “bom”.

Três meses depois, em junho de 1990, esse percentual já havia caído para 36%. No final, entretanto, a administração foi rejeitada por 68% dos pesquisados. Collor deixou a presidência com apenas 9% de aprovação.

Fernando Collor retornou a vida pública e depois de fracassar numa disputa para a prefeitura de São Paulo, elegeu-se Senador por Alagoas por duas vezes seguidas, em 2006 e 2014.

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