Eleições 2022: Ciro Gomes promete fim da reeleição e de militares no governo

Ciro Gomes. Foto: Reprodução de vídeo

Ciro Gomes. Foto: Reprodução de vídeo

O pré-candidato do PDT à Presidência da República, o ex-ministro Ciro Gomes, concedeu entrevista ao podcast O Assunto, transmitida ao vivo nesta segunda-feira (13). Esta foi a primeira de uma série de entrevistas com os pré-candidatos ao Palácio do Planalto nas eleições gerais de outubro deste ano.

Ciro disse que, se eleito, abre mão da reeleição para presidente, instituída por Fernando Henrique Cardoso, no meio de seu primeiro mandato, entre 1994 e 1998. Ainda defendeu a criação de uma renda mínima de cidadania como forma de combate à fome e uma grande reforma estruturante.

“Vai ser uma reforma só, um pacote inteiro, onde vai estar ali tudo junto, uma reconstitucionalização do Brasil para acabar com essa barafunda institucional em que estamos navegando: Supremo fazendo política, Congresso executando orçamento, Executivo sendo testa de ferro de ladrão. Isso vai matar o Brasil. Dando em troca para eles a libertação fiscal”, declarou.

O pedetista chamou de “erro grave” a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, de chamar as Forças Armadas para integrar a Comissão de Transparência Eleitoral.

As Forças Armadas fizeram sugestões ao TSE e parte das medidas foram acatadas, total ou em parte. Na última sexta-feira o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, enviou um ofício ao presidente do tribunal, ministro Luiz Edson Fachin, no qual disse que os militares se sentem “desprestigiados” pelo TSE. Fachin respondeu nesta segunda, afirmando ter “elevada” consideração pelas Forças Armadas.

“O ministro Barroso, por quem tenho muito respeito, acho que assim, de boa-fé, ele cometeu um dos erros graves de convidar o Exército para entrar no processo eleitoral”, disse Ciro.

Sobre Lula e Bolsonaro

“Lula foi um bom presidente. Não dá para desdizer (o que já disse anteriormente). Ele foi um bom presidente, nas circunstâncias que governou o Brasil. Mas não tinha projeto de nada, não fez reforma institucional, não mudou absolutamente nada. Mas não posso classificar o Lula, senão me alieno. O Lula terminou com 86% de aprovação. Que ele foi um bom presidente, está de bom tamanho. Minha crítica é que o Lula se corrompeu organicamente e não dá para fazer de conta ele que não se corrompeu”, declarou.

Ciro Gomes disse acreditar que o presidente da República tem o “delírio” de tentar um golpe caso perca a eleição deste ano, mas que essa incursão não teria base na sociedade civil, na comunidade internacional e nem em grupos de comunicação.

“Vou resistir. Como? Na proporção necessária. Minha ferramenta é a minha palavra. Mas, se for necessário, desço na periferia e organizo a rapaziada”, considerou Gomes ao afirmar que, caso seja eleito, vai proibir a participação de militares da ativa em cargos políticos.

Esta é a quarta tentativa de Ciro Gomes de chegar à Presidência da República. Ex-governador do Ceará e deputado Federal, participou da disputa nos anos de 1998, 2002 e 2018, sem nunca ter conseguido chegar ao segundo turno.

Os próximos pré-candidatos a serem entrevistados por O Assunto são Simone Tebet (MDB), no próximo dia 20, e Andre Janones (Avante), em 11 de julho. Os pré-candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) também foram convidados, mas não confirmaram presença.

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