Lula: ‘O mercado não ficou nervoso com Bolsonaro por quatro anos’

Lula. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Lula. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, foi questionado sobre a reação da bolsa de valores e o aumento do dólar durante esta quinta-feira (10). Em coletiva, Lula ironizou e disse que nunca viu o mercado “tão sensível”.

“O mercado fica nervoso à toa”, ironizou Lula. “Nunca vi o mercado tão sensível como o nosso. É engraçado que esse mercado não ficou nervoso durante quatro anos de Bolsonaro”. O presidente eleito estava saindo de uma reunião com a equipe de transição do governo no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.


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“Por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer teto de gasto? Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social deste país? Por que o povo pobre não está na planilha da discussão da macroeconomia? Por que que a gente tem meta de inflação e não tem meta de crescimento? Por que que a gente não estabelece um novo paradigma de funcionamento neste país?”, questionou.

A fala vem após Lula afirmar que iria priorizar a pauta social sobre a estabilidade fiscal. A Bolsa de Valores perdeu pontos e o valor do dólar aumentou após o anúncio de novos nomes para o gabinete de transição. Ele também criticou as privatizações, afirmando que as estatais, como a Petrobras e a Caixa Econômica Federal, não serão privatizadas.

A equipe de Lula negocia com o Congresso Nacional a aprovação da chamada PEC da Transição, que prevê tirar dos limites do teto de gastos o programa Bolsa Família.

Na avaliação feita pelo mercado nesta quinta, o futuro governo não estaria comprometido com a estabilidade fiscal. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que a responsabilidade fiscal “não é incompatível” com a questão social.

Lula sinalizou para o cenário político brasileiro, dizendo que os eleitores precisam de “um pouco de paz”.

Alckmin e Tebet tentam acalmar mercado

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin lembrou da outra gestão do petista, que assumiu o governo em 2003 com uma dívida equivalente 60% do PIB, entregando oito anos depois um endividamento de 40% do PIB.

“Teve superávit primário todos os anos. Se alguém teve responsabilidade fiscal foi o governo Lula. Isso não é incompatível com a questão social. O que precisa para a economia crescer é ter investimento público e privado, recuperar planejamento no Brasil e bons projetos. Essas oscilações de mercado, num dia de hoje, tem inclusive questões externas, além das questões locais”, afirmou.

Para Tebet, a indicação de um ministro serviria para que ele explicasse declarações de Lula feitas em um “contexto político”.

“Para que efetivamente o ministro possa explicar a política econômica do futuro governo. E explicar muitas vezes aquilo que o seu chefe, o presidente da República, disse em um contexto político.”

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