Sobre ladrões e picaretas

Olá pessoal, o filme de terror em que se transformou a realidade brasileira tem capítulos mais assombrosos a cada dia, novas denúncias de corrupção, novos personagens, personagens clássicos em repetidas cenas de degradação ética , profissionais vampiros da política, empresários que compram pessoas enquanto vendem suas almas, gente do mal sem limites em suas ações para realização de suas ambições. Daí este texto

 

PERSIGA AS SUAS UTOPIAS!

 

Diz a música: “ se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão, se gritar pega ladrão, não fica um”. O malandro do bem, Bezerra da Silva, filósofo do samba e da vida, com irreverente humor já cantava, há décadas, a percepção da nação enganada, a voz das ruas, a indignada voz do brasileiro que veste sua alma e seu corpo com as cores da pátria em luta contra a sociedade da violência e da mentira, contra os malandros do mal.
Na mesma linha, a canção dos Paralamas do Sucesso sobre o então congresso nacional: “ Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou, são trezentos picaretas com anel de doutor… Eles ficaram ofendidos com a afirmação, que reflete na verdade o sentimento da nação. É lobby, é conchavo, é propina e jeton …Brasília é uma ilha, eu falo porque sei, uma cidade que fabrica sua própria lei, onde se vive mais ou menos como na Disneylândia…”. O Luís Inácio tinha razão, mas foi hiper modesto. Eram muito mais de trezentas vezes trezentos picaretas, em mais de trezentas cidades, agindo sob mais de trezentos disfarces, sempre em tenebrosas transações.
Também oportuno lembrar Ali Babá: o que os 40 Ladrões roubaram cabia em uma pequena caverna. Abre-te, Sésamo! No fim da fábula, os ladrões que degolaram o irmão de Ali Babá foram mortos com azeite fervendo, só escapando o chefe, Hussein.
No Brasil sempre tivemos picaretas e ladrões disfarçados de defensores da sociedade, mas pareciam poucas quadrilhas, poucos picaretas e poucos ladrões, incompetentes para destruir a nação e seus valores, não podiam ser responsabilizados pela recessão nem pelo desemprego. Representavam categoria criminosa levemente superior à dos ladrões comuns que roubavam galinhas ou carteiras, também mais espertos dos que aplicavam o conto do vigário vendendo o Corcovado, a Igreja da Candelária, a Central do Brasil ou bilhetes premiados da loteria federal.

Bons tempos! Pensando nos engravatados ladrões de hoje, falsos príncipes da República que se multiplicam como ratões ferozes neste Brasil de tantas Brasílias, pensando no azeite fervendo, …o texto está ficando … então, é melhor parar. Cala-te, boca e fecha-te, Sésamo, antes, pega o picareta, pega o ladrão! Mas, e o futuro do Brasil? Como transformar nossas crianças e adolescentes em cidadãos profissionais do bem, com sólida formação ética e técnica, sob ambiente social e político tão degradado? Como construir a escola capaz de tirar nossas crianças e adolescentes destas ameaças terríveis do presente e do futuro? Como resgatar os valores e a dignidade da nação? Quem poderemos tomar como exemplo de honra e de virtudes? Quem guiará a sociedade do bem contra epidemia de ladrões e de picaretas que infesta a realidade nacional? Picaretas e ladrões, todos para a Lava Jato , cabeças raspadas , camisetas com a s cores de seus presídios!

Panta rei.

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