Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Tomb Raider: A Origem’: Indiana Jones visita a ilha de ‘Lost’

Vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por “A Garota Dinamarquesa”, Alicia Vikander substitui Angelina Jolie no papel de Lara Croft (Foto: Divulgação).

Sucesso absoluto nos universo dos games, a heroína Lara Croft invade novamente as salas de exibição a partir desta quinta-feira, 15, com o reboot da franquia “Tomb Raider”, outrora protagonizada por Angelina Jolie.

 

Estrelado pela sueca Alicia Vikander (Lara Croft, fase adulta), “Tomb Raider: A Origem” (Tomb Raider – 2018) mostra as consequências da ausência paterna na vida da jovem Lara que, por se recusar a acreditar na morte de seu progenitor, leva uma vida mais aventureira e sem tocar no dinheiro da herança. Convencida a receber a fortuna da família, Lara descobre uma pista que pode ajudá-la a desvendar o mistério em torno do desaparecimento de seu pai numa ilha japonesa, onde a tumba da imperatriz Himiko está escondida para evitar que ela volte à vida e sua maldição assole a Terra.

 

Marcando a estreia do cineasta norueguês Roar Uthaug em Hollywood, o longa é completamente desprovido de originalidade, pois aposta suas fichas numa trama previsível e recheada de clichês, sobretudo no que tange à relação entre pai e filha. Desta forma, o espectador é apresentado ao mais do mesmo por meio das lembranças e da dor de sua protagonista, interpretada por uma Vikander. Vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por “A Garota Dinamarquesa” (The Danish Girl – 2015), a esposa de Michael Fassbender surge em cena sem emoção e no modo automático, o que dificulta o envolvimento da plateia com a história.

 

Desprovido de originalidade, longa bebe da fonte de J.J. Abrams e Steven Spielberg (Foto: Divulgação).

 

O primeiro ato de “Tomb Raider: A Origem” se desenvolve calcado no drama familiar e na necessidade da busca pela verdade, mas a partir do segundo a estrutura de videogame começa a tomar conta da narrativa. Com isso, uma enxurrada de sequências de ação invade a tela, alicerçada em efeitos visuais e sonoros que, apesar da qualidade, são insuficientes para que “Tomb Raider: A Origem” possa se sustentar enquanto obra cinematográfica.

 

Ao final da sessão, a sensação de déjà vu é inevitável, pois todos os elementos que compõem a trama de “Tomb Raider: A Origem” são velhos conhecidos do público. Basicamente, é como se colocassem uma pitada de Bruce Wayne para “bater” no liquidificador com os ingredientes de “Lost” (Idem – 2004 – 2010) e “Os Caçadores da Arca Perdida” (Raiders of the Lost Ark – 1981), mas com vilões caricatos e liderados por um homem, Mathias Vogel (Walton Goggins), cujo visual remete bastante ao personagem Allan Quatermain (Richard Chamberlain) de “As Minas do Rei Salomão” (King Solomon’s Mines – 1985). Ou seja, só faltaram o monstro de fumaça e Indiana Jones… que são mais interessantes que a heroína defendida por Alicia Vikander.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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